terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Já nada poderia quem procura
Vencer os tantos medos que carrega
A vida se aproxima e sendo cega
A luta traduzisse esta loucura,

Negando o que pudesse e me tortura
Aonde o meu caminho já se entrega
Além do que decerto alma carrega
O peso se tramando em amargura,

Já não me caberia alguma luz
Somente o que decerto reproduz
Vagando sem sentido ou direção

Encontro os meus resquícios neste solo
E sei da fantasia em pleno dolo,
Marcando os dias torpes que virão.

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As horas mais diversas, medo e dor,
Ainda quando tento alguma sorte
Sem nada que deveras me conforte
A vida se perdendo no rancor,

Pudesse acreditar sem mais me opor
E nisto outro cenário, em novo norte
Enquanto a poesia me comporte
Aporto na verdade o desamor,

Esqueço o cristalino sonho aonde
O mundo sem certeza corresponde
E traça o que pudera em tom sutil,

Após o navegar em mar estranho
O todo desenhando o quanto arranho
Aquém do que esperança um dia viu.


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Meu verso galga estrelas, segue além
Do quanto se acredita ou mesmo busco,
E quando este caminho segue fusco
O todo com certeza; nunca vem,

O prazo determina o fim do sonho,
Verdades são apenas ilusões
E quanto dos meus dias não expões
Ousando num momento onde ponho

Apenas o que peço e não teria
Vestindo esta emoção sem mais sentir
O mundo se moldara e no porvir
O quanto me restara em fantasia,

Aquém do verso frágil, do vazio,
O tanto se mostrara e o desafio.



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Marcando com meu sonho o que vestira
A luta sem sentido e sem razão,
A morte se desenha em solida
E o todo se transforma em tal mentira,

A sorte sem sentido se retira
E traz dentro do peito a negação,
Ourives da esperança outra canção
Ainda que o meu mundo não prefira,

Espero qualquer tom e mesmo assim,
Ainda quando pude ver no fim,
A luta se mostrara mais audaz,

Resumos entre quedas e senzalas
As vidas; mais diversas avassalas
E o todo no final não satisfaz.


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Poética expressão nalgum soneto
Vestindo desta heróica maravilha
O tanto quanto quero já não trilha
Sequer o que desejo e não prometo,
Aonde sem sentido eu me arremeto
Não deixo que se creia além desta ilha
E o marco que pudesse e sei que brilha,
Gerasse após o caos um poemeto,
Na sorte mais atroz, meu sentimento
Encontra com firmeza esta razão,
E vibro com sobeja provisão
Erguendo o meu olhar aonde eu tento,
Insisto na beleza feita em luz
E cada sonho trama o que seduz.



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Tu és rainha e sabes muito bem
Do quanto te admirando sou feliz
E o tanto quanto possa e mesmo quis
Traduz a rara luz que nos convém,
A sorte se desenha em raro bem,
O velho coração de um aprendiz
Ousando neste sonho em tal matiz
Tramando o que deveras sempre vem
E sinto-te Regina, deusa e diva,
Enquanto esta emoção a vida criva
E traça com firmeza cada sonho,
E neste desenhar sem medo ou tédio,
O verso se traduz como um remédio
E nele toda a luz; quero e proponho.



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Na vida tantas vezes mergulhasse
Sem medo do que venha ou mesmo até
Ainda que pudesse em rara fé
Vencer o meu caminho em raro impasse,

A luta que deveras mais travasse
E nisto se imagina do sopé
A cordilheira rara e sei quem é
A deusa magistral em bela face,

Meu canto procurando algum alento
E quantas vezes tendo o que ora tento
Adentro o Paraíso nos teus braços,

E os olhos procurando rara fonte
E nela cada brilho sempre aponte
Vencendo os meus anseios, mesmo lassos.

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