Já nada poderia quem procura
Vencer os tantos medos que carrega
A vida se aproxima e sendo cega
A luta traduzisse esta loucura,
Negando o que pudesse e me tortura
Aonde o meu caminho já se entrega
Além do que decerto alma carrega
O peso se tramando em amargura,
Já não me caberia alguma luz
Somente o que decerto reproduz
Vagando sem sentido ou direção
Encontro os meus resquícios neste solo
E sei da fantasia em pleno dolo,
Marcando os dias torpes que virão.
----------------------------x----------------------
As horas mais diversas, medo e dor,
Ainda quando tento alguma sorte
Sem nada que deveras me conforte
A vida se perdendo no rancor,
Pudesse acreditar sem mais me opor
E nisto outro cenário, em novo norte
Enquanto a poesia me comporte
Aporto na verdade o desamor,
Esqueço o cristalino sonho aonde
O mundo sem certeza corresponde
E traça o que pudera em tom sutil,
Após o navegar em mar estranho
O todo desenhando o quanto arranho
Aquém do que esperança um dia viu.
--------------------------------x----------------------------
Meu verso galga estrelas, segue além
Do quanto se acredita ou mesmo busco,
E quando este caminho segue fusco
O todo com certeza; nunca vem,
O prazo determina o fim do sonho,
Verdades são apenas ilusões
E quanto dos meus dias não expões
Ousando num momento onde ponho
Apenas o que peço e não teria
Vestindo esta emoção sem mais sentir
O mundo se moldara e no porvir
O quanto me restara em fantasia,
Aquém do verso frágil, do vazio,
O tanto se mostrara e o desafio.
-------------------------x--------------------------
Marcando com meu sonho o que vestira
A luta sem sentido e sem razão,
A morte se desenha em solida
E o todo se transforma em tal mentira,
A sorte sem sentido se retira
E traz dentro do peito a negação,
Ourives da esperança outra canção
Ainda que o meu mundo não prefira,
Espero qualquer tom e mesmo assim,
Ainda quando pude ver no fim,
A luta se mostrara mais audaz,
Resumos entre quedas e senzalas
As vidas; mais diversas avassalas
E o todo no final não satisfaz.
--------------------------------x-----------------------
Poética expressão nalgum soneto
Vestindo desta heróica maravilha
O tanto quanto quero já não trilha
Sequer o que desejo e não prometo,
Aonde sem sentido eu me arremeto
Não deixo que se creia além desta ilha
E o marco que pudesse e sei que brilha,
Gerasse após o caos um poemeto,
Na sorte mais atroz, meu sentimento
Encontra com firmeza esta razão,
E vibro com sobeja provisão
Erguendo o meu olhar aonde eu tento,
Insisto na beleza feita em luz
E cada sonho trama o que seduz.
--------------------x------------------------
Tu és rainha e sabes muito bem
Do quanto te admirando sou feliz
E o tanto quanto possa e mesmo quis
Traduz a rara luz que nos convém,
A sorte se desenha em raro bem,
O velho coração de um aprendiz
Ousando neste sonho em tal matiz
Tramando o que deveras sempre vem
E sinto-te Regina, deusa e diva,
Enquanto esta emoção a vida criva
E traça com firmeza cada sonho,
E neste desenhar sem medo ou tédio,
O verso se traduz como um remédio
E nele toda a luz; quero e proponho.
--------------------------------x---------------------
Na vida tantas vezes mergulhasse
Sem medo do que venha ou mesmo até
Ainda que pudesse em rara fé
Vencer o meu caminho em raro impasse,
A luta que deveras mais travasse
E nisto se imagina do sopé
A cordilheira rara e sei quem é
A deusa magistral em bela face,
Meu canto procurando algum alento
E quantas vezes tendo o que ora tento
Adentro o Paraíso nos teus braços,
E os olhos procurando rara fonte
E nela cada brilho sempre aponte
Vencendo os meus anseios, mesmo lassos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário