quarta-feira, 2 de março de 2011

Tragédias ou comédias, vida expressa
Tomando todo o palco em maestria
E quanto do que possa ou mesmo havia
Gerando outro cenário se confessa

A sorte se desnuda e numa peça
Mistura de temor e de alegria
Ou mesmo do que tente em fantasia
E nada na verdade ainda impeça;

A vida imitando arte e vice-versa
Coxias da esperança onde dispersa
A senda que viria ou mesmo vem,

A poesia irmã traduz num ato
O todo que se anseia e que retrato
Vencendo eternidade em raro bem.



Desde os primórdios andam lado a lado
E magistrais poemas, belas tramas
Alexandrinos versos, sonhos, dramas
O tempo de tal forma retratado,

Viceja em emoções desde o passado
E quando vejo intensas belas chamas
Romeus e Julietas, El Cid clamas
Nos sonhos de um poeta já cansado.

Medéia, Fedra, Sófocles, Racine,
Passando pelos olhos de quem busca
A vida com certeza menos brusca,

E mesmo que o caminho desatine
Imerso noutras cenas; sigo em frente
Vivendo o que deveras se apresente...


Um Bonde que desejo dominasse
O tempo sem caminhos, medos, erros
De Shaw, de Molière cantos, desterros
E nisto o mundo mostra a multiface

De quem sabendo mais do que se trace
Ousando imaginar imensos cerros
Passando sem temor pelos aterros
Da vida que deveras se encenasse.

São tantos os cenários e mergulho
Bebendo da ternura ao pedregulho,
Retratos do que seja humanidade,

E vejo no Teatro desta vida
A sorte a cada passo decidida
Trazendo em privilégio a majestade

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