PRAZER E TORTURA
Sentindo no meu peito esta pressão
Que é misto de prazer e de tortura,
Aos poucos me sufoca essa opressão
Numa ansiedade crua que me cura.
Nos montes do desejo, o relicário
De amores que se foram sem ter nexo,
Meu rio procurando um estuário
Encontra sua foz em nosso sexo.
E sinto estes rochedos perfumosos
Nos seios que acarinho e me transtornam,
Os rios caudalosos e fogosos
Assoreadamente já se entornam...
E deito-me depois em manso solo,
Adormecido, imerso no teu colo...
MARCOS LOURES
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