sexta-feira, 25 de maio de 2012

INSONE

INSONE

Ao caminhar insone pelas ruas,
O corpo vai expondo as cicatrizes,
Os dias se passaram mais felizes,
As horas foram mortas, ledas, nuas...

A lua se desnuda onde flutuas
E pinta a tentação noutros matizes,
Dançando em minha cama são atrizes
No picadeiro imenso quando atuas...

E finges num sorriso, ledo engano,
Desesperadamente não disfarças,
Vou farto, embriagado e soberano,

Na peça que encenaste, nada vejo..
Apenas sentimentos quando esgarças,
Por ironia aumentam meu desejo...

MARCOS LOURES

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