quarta-feira, 23 de maio de 2012

Só sei que eu te amo

Só sei que eu te amo


Noite e dia
Canto e silêncio
Espora e corcel
Lua e sol
Praia e montanha
Vento e proteção.
Relento e agasalho
Certeza e dúvida
Dívida e acerto
Concerto e conserto
Mata e cidade
Perdição e rumo...
As pontas opostas
Dispostas desta estrela
Trazendo um núcleo
Igual, repartido.
Elétron e próton
Platonicamente correto.
Politicamente nem tanto.
Encantos e recantos se misturam
Moscas pousam sobre os talheres...
Segredos com partilhas compartilhados...
Medos e modos distintos,
Distinta e indistinto
Instinto e razão.
Tinto vinho, veneno e verão.
Versos e solidez.
Avesso e reverso
Meu verso procura
A cura e ternura,
Na jura e na rima
Arrimo e contrasenso.
Estrito e imenso,
Imantados
Pólos opostos
Atos e apóstolos,
Postulas e não posso
Pústulas carrego
Nego e me pegas,
Corvos e pegas...
Percas e ganhos...
Enganos e ganas
Gerânios e gerúndios.
Como pode um peixe vivo...
Nas horas mais estranhas
Entranhas e temperos.
Seios e rodeios,
Cavalgada...
Vagas calvas dos montes.
Remontes e desmontes.
Pouso e gozo, órgãos e orgasmos.
Espasmo e espantos,
Contratos e contraltos
Remessas e conversas.
Discutir a relação!
Relatos e remédios
Rotas sem tédios
Temidas e terminais...
Tolas discussões
Sessões de culpa
Desculpa e me culpa
Culpa
Culpa
Quero lupa!
A pupa apupa e apóia
Quase que bóia
A jibóia me aperta.
O nó da gravata
Bravata e graveto.
Vate e barata
Barbatanas
De tubarão
São afrodisíacas!
Paradisíacas misturas, curas e chicotes.
Látegos e latejos.
Polens e pré-juizos.
Prejuízos?
Quem sabe
A porta se abre,
Se cabe ou se acabe não cabe!
Será?
Só sei que te amo!

VALMAR LOUMANN

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