segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A MÁSCARA MEDONHA

A MÁSCARA MEDONHA

A máscara medonha se levanta,
Dos restos, podridão deveras unta.
Nos olhos vermelhantes, sacripanta,
Da minha solidão já se besunta.

A noite que me poda, finge santa
Não passa de vergonha nem pergunta,
Sangria que me trazes cedo espanta
As larvas destas moscas dor conjunta...

Haverei de viver meus lassos dias,
Beirais monumentais são meus abismos...
Na máscara medonha as agonias,

Expressas no calor desta fornalha.
Os dentes serrilhados mostram trismos,
Na lama da minha alma, a vil batalha...

MARCOS LOURES

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