sexta-feira, 7 de junho de 2013

PAIXÃO

PAIXÃO

Na espiral de meu tempo, temporal...
Nas lânguidas manhãs, sonhei-te tanto,
Do pântano, charneca, brota o pranto
Enlameio meus olhos... És fatal!

Meus anseios, meus óleos, sou frugal;
Otimizo, remeto mito, encanto,
Mas nada vingará, és puro espanto,
Sombreando os arquétipos, carnal!

Teimo na seiva, queres pura essência,
Me trazes, veramente, tal demência,
Que não posso mais vê-la sem velar...

As pontas, tuas lanças, são mordazes,
Rasgando minhas ondas, vão audazes.
Tsunamis provocadas no meu mar...

MARCOS LOURES

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