A espúria procelária dita a sorte
De quem pudesse crer em novo instante,
Mas quando a própria vida se adiante
E trace o que tampouco nos conforte,
Apenas redimindo o velho corte,
A luta tantas vezes degradante
O marco noutro rumo não espante
Quem sabe conviver sempre co’a morte.
Ousasse ter no olhar outro cenário
E sei do quanto o tempo é sempre vário
E vejo retratada esta expressão
Somando o que não veio e nem teria
Mergulho nos anseios de outro dia
E morro sem sentido ou provisão.
Marcos Loures 2018
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