terça-feira, 17 de abril de 2018

SOLITÁRIO

O canto da esperança não atinge

O sonho de quem fora mais atroz

E quando não se escuta a menor voz

O amor se desenhando qual esfinge,


Apenas do vazio ora se tinge

E segue sem destino, busca a foz

E o quanto poderia haver em nós

Sem ter qualquer alento, apenas finge.


Não veja mais o olhar de quem pudera

Numa expressão real e mais sincera

Pousar noutro momento mais tranquilo,


O quase se desenha noutro rumo,

E sei que no final tanto consumo

Enquanto solitário e em vão desfilo.


MARCOS LOURES

Nenhum comentário: