domingo, 27 de maio de 2018


Infância que perdeu-se há tanto e agora
Refaço nos meus olhos qual pudera
Ainda ser a viva e vã pantera
Que aos poucos, novamente me devora.

Abarco cada sonho que inda ancora
Atracações diversas, quem me dera;
Se o fogo do passado me tempera
A morte da esperança já decora.

Os versos que procurem pelo alento,
Metáfora da vida que eu invento
Adentro este vazio como fosse

Um último tormento, ou manso alívio.
Cadáver do meu sonho está ali. Vi-o
Tal qual uma criança espreita um doce.

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