domingo, 27 de maio de 2018

Uma engrenagem vil e sem proveito,
Mesquinhos os anseios deste ser
Que tendo em suas mãos algum poder
Pensando ter na morte, o seu direito,

Insânia que nos toma, não aceito,
E vejo todo dia apodrecer
Imagem que desvenda o anoitecer
Eterno em que deveras me deleito.

Desonra que polui esta Natura
A deusa se mostrara bela e pura,
Porém ao ter gerado a raça humana,

Mal percebia o quanto estava errada,
E agora a cada dia mutilada,
O verme sem pensar, tudo profana...


MARCOS LOURES

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