A moça que se quis pura e sincera
Com todos os enganos se transforma
E o amor que ainda move, eterna norma
Diversa da que anseia destempera
E mostra quão volúvel primavera
Mudando a cada instante modo e forma,
E toda esta paisagem se deforma
Gerando da menina a fria fera.
E tendo nos meus dedos o poder
De seduzi-te e nisto te conter
Mantendo sob a guarda este desejo
Mergulho no vazio deste espelho,
Por vezes me retrato e me aconselho,
Mas logo outras mudanças eu prevejo.
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