quarta-feira, 30 de junho de 2010

39301 ATÉ 39400

1


Apenas um esboço do que um dia
Surgira imerso em sombras e tentara
Ainda acreditar em mansa e clara
Paragem onde fora fantasia,
Deveras nada além do vago havia
E quando a realidade se declara
A solidão regendo esta seara
Matando o quanto quis em poesia.
Refém da realidade eu nada faço,
Aos poucos reocupo o meu espaço
E entregue sem defesas, morto em vida
Exposto ao Minotauro da velhice
Uma ilusão aos poucos se desdisse,
Do imenso labirinto; sem saída...

2

Perplexo ao perceber que não coubera
Uma palavra ao menos de esperança
Enquanto o tempo rege e já se lança
Domando o que inda fora alguma espera
A vida sem critério destempera
E perco a cada passo, a confiança
Observo quão profunda esta mudança
Consigo apascentar em mim a fera,
Mas sei que adormecida não é morta
E quando ora algemada nalgum canto
Aonde ao tom bravio eu me adianto,
Guardada meramente atrás da porta
No fundo ainda sinto as garras quando
O tempo meramente está nublando.

3

Fazer da poesia o meu divã
Tentando compreender os meus anseios
Os sonhos são diversos devaneios
Fugindo desta vida ora malsã,
Quem sabe a face exposta da maçã
Sobeja fêmea envolve-me em seus seios,
Porém olhares ermos, mesmo alheios
Cansado da ilusão que sabe é vã
Redomas entre os sonhos e a verdade
Não há quem vença enfim a realidade
E esconde-me decerto, inutilmente
Apenas mera e frágil criatura
Que em finas teias logo se assegura
Enquanto se protege e ousando mente.

4

Os sonhos entre tantos desvarios
Assinalando dias mais diversos
E tento em sutileza novos versos
Ousando penetrar em outros rios
Fomento se transforma em desafios
E os medos entre rumos mais perversos
E quantas vezes busco em universos
Distantes dos meus tantos meros, frios
Embalde a sorte muda a cada engano
E quando vez por outra enfim me dano
Tentando ver quem sabe nova senda
A vida em sutileza me sonega
E o quanto do caminho em luz mais cega
Segrega cada passo e não desvenda.

5

Meu canto ocidental em ilusões
Dispersa esta magia onde se estende
O sonho e nele o rumo se desvende
Vencendo os mais terríveis turbilhões
Envolto sem defesa nas paixões
E sei que a solidão já não atende
Realidade aos poucos se desprende,
Mas segue enfim as mesmas direções.
O quanto se cultiva em mantra e incenso
Enquanto nalgum porto além eu penso
Jamais traduziria o que ora sinto.
Porquanto muitas vezes me incendeio
E sigo do bom senso mais alheio,
Imaginara um sonho além do instinto.


6

Na morte de um amor
Aonde quis um dia
Vencer esta agonia
Em ato redentor,
Alçando aonde eu for
Mantendo a poesia
Que tanto poderia
Gerar do espinho a flor,
Mas vejo e me retrato
Nas ânsias de um regato
Distante deste mar,
E tendo esta incerteza
A vida sem surpresa
Renega o navegar.

7

A vida maltratando
Quem tanto se deu mais
Em dias desiguais
Momentos desvendando
Aonde e desde quando
Sabendo vendavais
Pudessem ter o cais,
Mas segue naufragando,
A vida é fera e sei
Do quanto rege a lei
E nela nada resta
Somente a mesma imagem
E nela esta engrenagem
Percebo vã e infesta.


8

No beijo que me deste
O risco se anuncia
E sei da fantasia
Que tanto se deteste,
O quanto sem ser este
O mundo em ironia
Vencendo a hipocrisia
No nada se reveste,
A manta, o corte a luz
E o fardo aonde eu pus
O meu caminho em vão,
Resumos de uma história
Por vezes merencória
Ausente a direção.

9

Escondes esta fera
Que tanto se alimenta
Da vida em tal tormenta
E logo destempera
O manto degenera
A fronte mais sangrenta
A fúria dessedenta
Ausente primavera,
O medo açoda a quem
Olhando sabe e vem
Atrás do que pudesse
Gerar em nova face
O quanto já desgrace
Negando qualquer messe.

10

Ocultas em teu rosto
A marca mais cruel
De quem em pleno céu
Expondo o seu desgosto
No rumo já proposto
Buscando ainda o véu
Aonde sigo ao léu
À fúria sendo exposto,
O passo se desfaz
E nada feito em paz
Ainda se percebe
O manto desprovido
De sonho e dividido
A morte enfim concebe.


11

A face da quimera
Exposta a cada instante
No quanto me adiante
Ou mesmo destempera
A vida sempre gera
Um fato discordante
E sei que doravante
O mundo não espera
Sequer qualquer alento
E bebo enquanto tento
Vencer os meus temores,
No quanto quis albores
Distando de onde fores
Apenas resta o vento.

12


Amor promete a calma
Que tanto quis um dia
Em meio à fantasia
O tanto que me acalma
E toca o coração
Nos ermos mais profundos,
Momentos oriundos
Dos lumes da emoção.
Vestindo este cenário
Em luzes multicores
Vibrando em tais amores
O tempo necessário
E vejo além do mar
O porto onde ancorar.

13

A dor desata os laços
E nela me adentrando
Um ar turvo e nefando
Tomando tais espaços
Os dias seguem lassos
E o corpo em contrabando
O olhar adivinhando
A sorte noutros traços,
Revejo cada queda
Aonde o tanto veda
O pouco que inda levo,
E quando mais me atrevo
O risco de viver
Pressinto esvaecer...

14

Embarco todo o sonho
Nas ânsias costumeiras
E sei destas ladeiras
Aonde o passo eu ponho
E quando mais reponho
Em luzes corriqueiras
As dores onde queiras
Momento mais bisonho,
Eu quis saber e nada
Do quanto alvoroçada
A sorte poderia
Gerar noutro segundo
O encanto mais profundo,
Porém ausente o dia.

15

Pudesse algum navio
Fragata, barco ou porto,
E quando sei do aborto
E a morte desafio,
Ainda além do rio
Aonde fora em absorto
Caminho semimorto
E agora por um fio,
Restauro o que inda houvesse
Em medo, corte ou prece
E tento um novo cais
Ausente dos meus dias
As luzes que trarias
Escondem seus cristais.

16

Procuro qualquer verso
Que possa traduzir
O quanto do porvir
Vivera em tom diverso
E mesmo sendo inverso
Ainda quis sentir
O gozo a se exprimir
Em luz neste universo,
Galantes madrugadas
As noites entranhadas
Em dores e remédios,
Eu busco pelo menos
Em dias mais amenos
Matar os velhos tédios,


17

Chamando pelo nome
A dor quando ela vem
Não digo pra ninguém
Do quanto me consome,
O risco, o medo e a fome,
O passo bem aquém,
O mundo segue e vem
Sem nada que inda o dome,
Mergulho nos meus vãos
E sei dos vários grãos
Jogados, solo alheio,
E tanto pude crer
E assim ao me perder
A morte em paz, anseio.

18

Anseios e promessas
Verdades mais distantes
E quando me garantes
Enquanto além tropeças
Nos medos as compressas
Os olhos degradantes
Outrora fascinantes,
Mentiras, ledas pressas,
Resulto desta noite
Em paz embora o açoite
Açoda a cada ausência
No olhar de quem tortura
Apenas a amargura
E intensa impaciência.

19

Intensa noite; espero
Depois de um dia manso,
E quando assim alcanço
Sentido mais sincero
Vencido não mais gero
O tempo em vão remanso
E quando ao nada lanço
Um grito bem mais fero,
Resumo outro caminho
Em pedra, corte e espinho
E vago noite afora,
Apenas a saudade
Do que é felicidade,
Somente se demora.


20

Demoro quando tento
Buscar a provisão
Aonde não verão
Sequer o pensamento
As noites desalento
Os medos, a amplidão,
Os riscos me farão
Além do que inda invento,
Vergando as minhas costas
Os lanhos por respostas
As sombras do meu passo,
Mergulho neste insano
Caminho onde me dano,
E o sonho; em vão, desfaço.


21

Desfaço o que talvez
Gerasse novamente
Na luz que se apresente
O quanto não mais vês
E sei da insensatez
Rondando minha mente
E sendo tão descrente
O corte em dor se fez,
Somando o quando e o nada
A sorte desenhada
Apenas garatuja,
Resulto desta insana
Verdade onde se engana
Minha alma, além já fuja.

22

Fugindo dos meus mares
E mesmo dos meus dias,
As velhas fantasias
Se bem inda notares
Procuram por altares
Ou tantas sacristias
E sabem de ironias
Por onde caminhares,
Resisto ou mais pudera
A vida diz quimera
E esmero no meu passo,
Enquanto nada sou
O pouco que restou,
Apenas já desfaço.


23


Desfeito pelo medo
E nada mais pudesse
Saber se existe messe
Aonde me concedo,
E quanto ao velho enredo
O nada ainda tece
E vivo em reza e prece
O todo desde cedo,
Não vejo qualquer chance
Do tempo que me alcance
Em amor ou mentiras,
E quando ainda venho,
Fadado em vago empenho
O sonho logo tiras.

24

Retiras do caminho
De quem se aventurara
A pedra e esta seara
Aonde houvera espinho
Há tanto em ar mesquinho
Agora se escancara
E a lua semeara
Em brilhos e carinho,
O ranço, o rancho o risco
O olhar somente arisco
Arrisco após o não,
E verto em cada passo
O quanto já desfaço
Dos dias que virão.


25

Virão; apenas isto
O todo na verdade
Perdido na saudade
Aonde não existo,
Morrendo ainda insisto
E risco a realidade
Tentando a claridade
Num ar bisonho e misto,
Acuro com meu verso
O quanto do universo
Ainda cabe em mim,
Vicejo em poesia
O quanto poderia
Haver noutro jardim.


26


Jardins; já não concebo
E sei do quanto pude
Embora mesmo rude
O tempo; mal percebo,
Vagando em tal placebo
O corpo diz saúde?
A velha juventude
É tudo o que recebo.
Medonho, mas nem tanto
O pouco que garanto
Em tempos se desfaz,
Ausento da verdade
No passo que degrade
Buscando alheia a paz.

27

Alheios sóis na estrada
Jazida em dor e medo,
O pranto em desenredo
Desta noite estrelada
Não vejo quase nada
E assim mesmo procedo
Buscando algum segredo
Ou mesmo nova estada,
Arcando com meus erros
São tantos os desterros
E os vastos entrelaces,
No quanto poderia
Haver em alegria
Decerto ora não traces.

29

Tracejas com terror
O dia que virá
Bebendo desde já
O quanto em desamor
Gerasse a podre flor
Que nunca brilhará
Nem mesmo mostrará
Caminho a se propor,
E resolvido engano
O todo onde me dano
Transcende ao pouco quando
O mundo se emoldura
Em face mais escura
Em pouco desabando.

30

Desabo enquanto tento
Vencer os meus senões
E quando indecisões
Adentram cada vento,
Apenas sofrimento
E nele as dimensões
Diversas de amplidões
Gerindo o sentimento,
Escuto a voz de quem
Há tanto não mais vem
Somente aquém do canto
E tento outro caminho
Imerso em dor, sozinho
E a morte enfim, garanto.

31

Sem ter tal garantia
De um novo amanhecer
Pudesse até saber
Do quando mais queria
Ou nada se daria
Em ritmo a esmorecer
O passo de um saber
Em noite mais sombria.
Alhures entre cores
Diversas se tu fores
Verás o que me resta,
O pântano desta alma
Enquanto vem e acalma
Ditando medo e festa.

32


A festa permitida
Aonde não se espera
Nem mesmo a primavera
Alheia em minha vida,
Restando esta ferida
E nada mais tempera
O gozo da quimera
A sorte presumida,
Restando junto ao fogo
A imensidão do rogo
Num inclemente passo,
E todo o meu desgosto
Agora sendo exposto
Traduz o quanto eu faço.

33

Eu faço do meu mundo
Apenas solidão
E bebo a indecisão
Do tempo mais profundo,
O canto, um vagabundo
Somando desde então
As horas que virão
Enquanto em dor inundo
O parto sonegado
O vento prolongado
Estio sem promessas
E quando ainda busco
Um dia menos brusco
Em guerras recomeças.


34


Recomeçando assim
O pântano que insiste
E nele olhar mais triste
Desvenda o que há em mim,
Pudesse ser enfim
O todo e já desiste
No medo agora em riste
O corte encena o fim.
Mecânicas diversas
E quando ali dispersas
Os passos rumo ao nada,
A senda desenhada
Restando em turvo leito
É tudo o quanto aceito.

35

Aceito qualquer luz
E sei quanto mais quero
Do vento sempre austero
E nele se me opus
Vencido, eu faço jus
Ao erro mais sincero
E tanto o que venero
Diverge-se da cruz.
Alheio ao passo quando
O todo me tomando
Não deixa qualquer rastro,
Vagando pelo espaço
Ainda além eu traço
Um mundo já sem lastro.

36

Lastros diversos, barcos
Naufrágios, pesadelos,
E quanto mais vivê-los
Em dias tolos, parcos,
Os ranços outros erros
As rotas discordantes
E nada me garantes
Somente os meus enterros,
Resumos de talvez
Olhares mais sombrios,
E sei dos vários rios
Enquanto se desfez
O parto, o pranto o gozo
Em dia tenebroso.

37

O tenebroso céu
Há tanto prometia
Apenas a vazia
Tormenta em carrossel,
Seguindo o meu papel
Decerto não sabia
Da mão que se esvazia
Em tom mero e cruel
Restando dentro em mim
O mundo aonde eu vim
Buscar qualquer sinal
Do todo já perdido
E quando dividido
O tempo irracional.

38

Irracionais caminhos
Percorro quando tento
Estando mais atento
Encontro os meus daninhos
E vivo tais mesquinhos
Sem ter contentamento
E nada diz do vento
Nem mesmo dos moinhos
Agradecendo ao passo
Diverso que ora traço
Resumo o desencanto
Aonde me aprofundo
Intenso ou vagabundo
E ao fim, quieto me espanto.

39


Espanto quando posso
Vencer os meus segredos
Os dias velhos, ledos
E neles sempre endosso
O quanto sou destroço
Ou vejo em tantos medos,
Os cortes, desenredos,
E disto não me aposso,
Realço em verso e luz
O todo onde me pus
Sem ter a previsão
Da sorte em novo dito
Ou mesmo necessito
Das chuvas de verão.


40


Verão dias nos quais
Em riscos, olhos mansos
E neles seus remansos
Ou mesmo em rituais
Diversos os cristais
Ainda em velhos ranços
Sem luz e sem descansos,
Os olhos magistrais
Organizando a festa
O todo não mais resta
A quem se fez aquém
Do pouco que inda tinha
E sabe ser daninha
A noite, quando vem.

41

A noite traz surpresas
Diversas pra quem sonha
E mesmo se risonha
Aonde somos presas
Nem sempre tão ilesas
Mergulho em tal medonha
Verdade aonde eu ponha
A sorte sobre as mesas,
Resumo o verso e tento
Ainda em pensamento
Vencer os meus caminhos
Aonde quis a sorte
Quem nada mais comporte
Sequer outros espinhos.

42


Espinhos ditam flor
E riscos dizem tanto
Do quando mais garanto
E busco em redentor
Caminho aonde eu for
E nisto já me espanto
Vencendo este quebranto
E sei do que propor
Senão nova verdade
Vereda da saudade
Porquanto desejei
Sentir este perfume
Que tanto se presume
Domina a nossa grei.

43

Domínios mais diversos
E neles eu conheço
O amor, seu adereço
E tento com meus versos
Gerar tais universos
E sinto este tropeço
Ou quanto mais mereço
Resumo em vãos perversos
Alheio ao quanto pude
Viver a plenitude
Aonde não havia
Sequer o menor brilho
Do amor quando inda trilho
Sendas da poesia.

44

A poesia traz
Nos dedos de quem ama,
A sorte em mera chama
Ou mesmo inda mordaz
O passo que se faz
E nisto mera trama
Aonde sei que o drama
Pudesse ser audaz
Vestindo a minha meta
E quando se repleta
De luz e imensidão,
Eu bebo cada rumo
E quanto me acostumo
Ausente a solução.

45

Solucionando engodos
E neles sendo assim
Princípio dita o fim
Ou gera novos lodos,
Os dias; sei e quando
O todo se aproxima
Mudando logo o clima
Em mim segue nevando,
O parco aonde um dia
Pensara muito além
E nada me detém
Nem mesmo poderia
Já trago o olhar alheio
Aonde me permeio.

46

Permeio o meu caminho
Em flores e terrores
E quando ainda fores
Mereço outro mesquinho
Delírio e me avizinho
Do medo e seus pudores
Resumo em tantas dores,
O corte mais daninho,
Encontro este retrato
E logo me desato
Do passo que inda dera
Vestindo esta emoção
Não vejo solução
Senão a que se espera.

47

Espero qualquer chance
E tento além do dia
Vestir a hipocrisia
Aonde o nada alcance
E quanto mais se lance
Em voz melancolia
O riso em ironia
Ou sonhos, tal nuance
Não perco a direção
E bebo desde então
O pouco quando resta
A sorte se inda existe
Adentra em luz mais triste
Penetra qualquer fresta.

48


Penetro alguma lua
Nos sonhos mais audazes
E sei que quando trazes
Imagem clara e nua
Pudesse e continua
Assim riscos tenazes
E sei dos vãos mordazes
Desvendo qualquer rua
E tramo quando posso
Caminho sendo o nosso
Gerar outro desvio,
E sinto a cada ausência
A imensa competência
De quem já desafio.

49

Desafiando a vida,
No pouco ou mesmo tanto
E quando me garanto
Buscando outra saída
Esqueço a dividida
Seara e não me espanto
Se eu teimo ou nego o pranto
Na voz sendo rendida
Porquanto passo e vejo
O amor mero ou sobejo
Apenas vendaval,
Escalas são diversas
E nelas se dispersas
Encontras bem e mal.


50

Encontras os meus ermos
E sabes dos enganos
Puindo velhos panos
E sendo em tolos termos
Os quantos mais seguira
Após a tempestade
E nesta realidade
A sorte errando a mira
Retiro a voz e tento
Vencer o meu caminho
E sinto novo espinho
E quanto mais atento
Procuro qualquer canto
E assim nada garanto.


51

Garanto apenas medos
Aonde tanta vez
Buscando a solidez
Somente vi degredos
E os dias meros ledos
Entregues como vês
Bebendo a estupidez
Gerando desenredos,
Marcando com desvelo
O quanto em pesadelo
Revejo cada cena
E tanto mais pudesse
Vencer o que se tece
E nunca me serena.

52

Serena-me buscar
Após o temporal
Um rito magistral
Ou raio de luar,
Singrando o imenso mar
Entregue ao sol e sal
Pensando desigual
O que se faz domar
Por mera persistência
Ou tanta imprevidência
Desgarro deste porto,
E tento mais ou menos
Singrar dias amenos
Até se semimorto.

53

Em semimorto rumo
Vagasse noite afora,
O nada desancora
O mundo onde me aprumo
E temo em tal consumo
Na fome onde devora
O medo desarvora
E aos poucos me acostumo,
Resumo o dia a dia
No pouco que teria
Ou teimo em temporais,
Sentindo a solidão
Em noites que virão
Momentos desiguais.

54

Em desiguais cenários
Os dias não são como
Outrora teimo e tomo
Dos tempos temerários
Os olhos vis, corsários
Amor jamais eu domo,
E quando o medo eu somo
Além dos necessários
Delírios de um poeta
A vida se repleta
Em tantas heresias,
Assim também procuro
Embora saiba escuro
Clareza em novos dias.

55

Os dias não são mais
Iguais aos do passado,
O corpo desolado,
Intensos rituais
Momentos ancestrais
E neles meu enfado,
O beijo este recado
Desejo em teus cristais,
Original anseio
E quando a noite veio
Trazendo em si a lua,
Minha alma se realça
E embora vá descalça
Além sempre flutua.

56

Flutuo sobre o quase
E tanto pude crer
No manto a se tecer
Em fina e rara gaze,
Porquanto se defase
A vida noutro ser,
Quem sabe amanhecer
Deveras não atrase
O passo rumo ao farto
E logo quando parto
Transcendo ao vago porto
O olhar se extasiando
Aonde quis mais brando
Somente em desconforto.

57

Em desconforto eu passo
O dia aonde outrora
A sorte se demora
Ou mesmo me desfaço
Seguindo o meu espaço
O corte desarvora
E o peso desancora
O barco agora lasso,
Resgato do passado
Apenas o traçado
Em verso ou desencanto,
E quando me aproximo
Da queda em lodo e limo,
A sorte eu não garanto.


58

A garantia apenas
De um tempo mais dorido,
E nisto dissolvido
Amor em várias cenas,
O quanto me serenas
E nisto faz sentido
O pranto resolvido
Ou ditas noites plenas
Grassando pelo nada
Alcanço a velha estada
Aonde pude um dia
Vencer o meu temor,
E agora sem me opor,
Bebendo esta sangria.


59


Sangrias entre facas
E beijos; sei quem ama
Não mede peso e drama
Enquanto não atracas,
E sinto as noites fracas
Imersas noutra chama
E tudo me reclama
Em cortes, dores, macas.
Açoda-me o vazio
E quando o desafio
Esqueço o meu final,
Resisto enquanto posso
Somente sou destroço
Do corpo original.

60


O corpo se esvaíra
Em fúria e dessedento
Ao menos desalento
No quanto esta mentira
O tempo até prefira
Gestando o sofrimento
E quando até invento
A noite pui em tira,
Resgato o meu passado
Legado de quem tanto
Vencera e te garanto
Ao tê-la sempre ao lado
Jamais tive temores
Seguindo aonde fores.


61

Aonde fores sei
As marcas do caminho
E cevo flor e espinho
Dourando a minha grei
Do pouco que esperei
Um ar mesmo mesquinho
Aonde ora me aninho
E nisto me entranhei
Versando com meu sonho
E quando me proponho
Fazer do verso a luz,
Esqueço a sombra em mim
E ao menos no jardim,
O brilho se produz.

62

O brilho que buscava
Em noite tenebrosa
No quanto a vida glosa
Também gerando a lava
Minha esperança encrava
A sorte dolorosa
E tento majestosa
A porta sem a trava,
Resisto e mesmo tento
Além do velho intento
Vencer os meus enigmas
Marcados por estigmas
Diversos os meus versos
Agora mais dispersos.

63

Dispersos caminhares
Em noites tão sombrias
Aonde as fantasias
Gerando os seus altares
Procuram por luares
E sei que não virias,
Transcorro em agonias
Adentro em vis lugares,
E bares e motéis
Em versos e cordéis
Recordo o quanto pude
Da estranha juventude
Em luzes de neon
Buscar do mundo o tom.

64

Buscara entre as montanhas
A lua e já não vejo
Sequer qualquer lampejo
Aonde agora entranhas
E sei das noites ganhas
Em meio ao que trovejo
Realço este azulejo
E nele velhas sanhas,
Cenário dividido
O tempo percorrido
Libidos? Nunca mais.
A morte neste hotel
O mundo em carrossel,
E os ermos terminais.

65

Os ermos que inda trago
Vestígios desta ermida
Aonde minha vida
Sem luz e sem afago,
Pudesse enquanto drago
O corte outra ferida
Imagem preterida
E nela quis ser mago.
O parco que inda resta
O gozo em falsa festa
A fresta não se abria,
E o parco caminhar
Agora a se mostrar
Jamais traria um dia.

66

Jamais acreditei
Nas tramas que me deste
O todo se reveste
Na falsa e crua lei,
O quanto perdurei
No pouco onde se veste
A senda mais agreste
E nela me entranhei
Vasculho pedra e espinho
E morro mais sozinho
Sem nada a me esperar,
Cevando cactus, palma
A dor adentrando a alma,
Sertão já sem luar.

67

Luares onde tanto
Quisera a noite clara,
Mas quando se prepara
Apenas desencanto,
Realço e não garanto
A luz nesta seara
E quando se escancara
A face é de quebranto,
Mereço alguma chance?
Ao longe já se lance
A voz de quem porfia,
Vencer qualquer batalha
Aonde o medo espalha
E gera esta heresia.

68

Herético poeta
Ou mero sonhador,
E seja como for
A vida se completa
Na fúria, medo e seta
E nisto gera a dor,
O manto perde a cor,
A sorte predileta.
O parco deste vão
O medo do senão
O gesto repetido.
Olhando para os lados,
Meus dias são errados,
Sequer resta um sentido.

69

Sentidos e resumos
De tantos erros quando
O templo desabando
Traçando em medos, fumos,
Ainda quando em rumos
Diversos perpetrando
O passo se mostrando
Em novos passos, prumos.
Desvendo esta verdade
E nada mais invade
Senão a voz espúria
De quem se fez cruel,
E tendo agora o fel
Somente diz penúria.

70

Penúria é o que me resta
Depois de tanta luta
O passo então reluta
E nada mais se empresta
Senão velha e funesta
Razão que sei astuta
A porta sem permuta
Não cede qualquer fresta,
Ourives do vazio
O quanto inda desfio
Lapida a solidão,
Esgoto o meu caminho
Na falta de carinho
Em medos que virão.


71

Os medos névoas trevas
E tanto poderia
Haver a poesia
Aonde ainda nevas
E sei quando te atrevas
Vencer a hipocrisia
Ou nada mais teria
Senão antigas cevas,
Revelo em verso e canto
O quanto não garanto
Nem mesmo quero além
Do fardo que carrego
A vida num nó cego
Deveras me retém.

72

Retém em suas mãos
O passo de quem busca
Tentando em noite brusca
Cevar dos sonhos grãos,
E sei dos meus tormentos
Também dos dissabores
E quanto mais te opores
Vencendo alheamentos
De quem se fez venal
Resulto no passado
E bebo este recado
Em ato original,
Prenunciando o fim
Matando o que há em mim.

73

Matando o que pudesse
Ainda em esperança
A vida já me lança
Além do quanto tece
O medo se obedece
E tento em confiança
Vencer esta mudança
Aonde a vida esquece
Dos ermos de um passado
E nisto estou errado,
Porquanto sou tão rude,
O manto em tom sombrio
Encontro e desafio
A sorte que me ilude.

74

Ilude-me saber
Do pouco que inda tenho,
E sei quanto é ferrenho
O mundo sem prazer
Pudesse acontecer
E nisto não contenho
Sequer qualquer empenho,
Apenas recolher.
O manto, a morte e o fado
O peso do passado
Certezas que não busco
E quando mais ofusco
O passo noutro enfado,
O sonho se faz brusco.

75

Em brusca caminhada
Cerzida pelo anseio
Assédios em permeio
Na velha e torpe escada
A queda anunciada
O dia que não veio,
O amor já sem esteio
Nublada esta alvorada
Auroras vão distantes
E quando me adiantes
A queda se anuncia,
Pudesse ser diverso,
Mas quando me disperso
Encontro esta ironia.


76

Ironia aonde há tanto
Pensara descoberto
O mundo onde deserto
E tento enquanto canto
Vencer o mero espanto
E nisto não desperto,
E quando sigo alerto
Puindo o velho manto,
O peso de uma vida
Há tanto adormecida
Retalha as minhas costas,
Ausência de porvir
Ou nada a se sentir
Trazendo tais respostas.

77

Respostas que procuro
Ainda não as vejo
E sei deste desejo
Em dia amargo impuro
E o corte, eu te asseguro
Embora num lampejo,
O tempo mais sobejo
Pudesse e me amarguro,
Resumos de outras eras
E nelas destemperas
Ou geras morte enquanto
Percebo e não sustento
A dor em tal tormento,
Porém já não me espanto.

78

Espanto qualquer medo
Enquanto sou feliz,
E o medo não me diz
Do quanto inda concedo
Vivendo sem segredo
A sorte é chamariz
E tento por um triz
O corte mesmo ledo,
Erguer em fina taça
Um brinde quando passa
A dita noutra esquina,
A morte não me atrai?
Somente o tempo esvai
E aos poucos me alucina.

79

Alucinadamente
Busquei alguma paz
Aonde fui capaz
E o corpo já não mente
Revejo plenamente
E nisto sou tenaz
O pouco quanto faz
Gerando intensamente
O vasto caminhar
Em noite sem luar
Já não me traz alento,
Vestindo a fantasia
Que o tempo me traria
Domando o pensamento.

80

O pensamento dita
A sorte de quem ama
E nada diz do drama
Que a vida necessita
Embora esta pepita
Aos poucos gera a lama,
O corte desta rama
Não mais vida permita,
Eu tento e não consigo
Pensar noutro sentido
Senão mesmos enganos
E quando vejo o fim
O tempo eu sigo assim
Em busca dos meus danos.



81

Danosa madrugada
Em ânsias e temores
Ainda quero albores
E vendo o mesmo nada
Aonde foi traçada
A estrada em dissabores
Os passos sonhadores
A morte desenhada,
Resvalo o que pudera
Sentir senão a fera
Atocaiada e vaga,
E o medo de seguir
Ou mesmo do por vir
Decerto ainda alaga.

82

Decerto dentro em mim
Já não existe ao menos
Sequer dias serenos
Ou flores no jardim,
Revolvo tudo enfim
E sei dos teus venenos
Os dias são pequenos
As sortes ditam fim,
O passo reticente
O quanto se apresente
Pressente o meu final,
O riso, o risco o pranto
O pouco que garanto,
Disperso em tolo astral.

83

Astral onde percorro
O olhar em turva luz
E nada me seduz
Senão mesmo me ocorro
Sentindo em cada morro
A queda onde propus
O forte em contraluz
À sorte eu não concorro,
Mereço a morte e sinto
O quanto em mero instinto
Ainda me defendo,
O todo que me resta
Depois da tosca festa
Não passa de um remendo.

84

Remendos que tentara
Unir em colcha e falho,
Assim cada retalho
Demonstra a imensa escara,
O porte desampara
A morte em que batalho
O fim sonega o atalho
E o vândalo separa
O parto da sangria
E morro a cada dia
Ausente do que eu possa
Sentir ou não prever
O raro amanhecer
Prepara apenas fossa.

85

A fossa aonde adentro
E sei que não consigo
Sequer viver contigo
O pouco onde concentro
O passo num vazio
Ou ermo caminhar
Vagando sem parar
Seguindo o desafio,
Negar a minha sorte
Gerar outra esperança
E nada mais avança
Aonde se comporte
O porte, a mão e o talho
A queda este assoalho.

86

A queda eu preconizo
E sei do quanto eu posso,
Ainda sendo nosso
O tempo em tal granizo,
Somando o prejuízo
Errático eu endosso
O tanto que em destroço
Negara algum juízo,
Redimo o fato enquanto
Ainda tento e canto
Vencer os meus terrores,
Sentir aromas fartos
E deles pelos quartos
Diversos bons humores.

87

Humores discordantes
Em noites agressivas
Aonde tu cultivas
As flores deslumbrantes
E nada me garantes
Apenas sobrevivas
E quando em dores crivas
Os medos degradantes
Resulto deste engodo
E bebo em ti tal lodo
Em charqueado sonho,
Não tendo outra saída
A morte e a despedida
Ainda em vão componho.

88

Componho outro cenário
Aonde quis a messe
De ter quando se esquece
Um risco necessário
Sem ter um adversário
O tempo se escurece,
E o roto ainda tece
O manto imaginário.
Um bêbado, a sarjeta
No todo que acometa
A sorte mais cruel,
Estrelas vou contando
E mesmo desfiando
Do céu seu carretel.

89

Em carretéis de luzes
Aonde nada fora
Senão a sonhadora
Loucura que entre as urzes
Deveras reproduzes
E morres tentadora,
No quanto redentora
A sorte destas cruzes,
Apraza-me sentir
Que no raro porvir
A lua não morrendo
Traçando em brilho farto
O rumo que descarto
Além de um dividendo.

90

Dividendos procuro
Depois de tantos danos,
Passados meses, anos
O tempo mais escuro
O rito onde amarguro
Destroço velhos panos
E sinto em desenganos
O quanto inda perduro,
Açoda-me saber
Do mundo em teu prazer
E mesmo assim atento
Semeio em tempestade
O pouco que me agrade
E bebo intenso vento.



91

O vento penetrando na janela
Traçando outra visão de uma esperança
Aonde no passado a voz se lança
E o medo tão somente se revela
Pudesse me livrar da antiga cela
E ter em minha vida esta mudança
Depois de tanto tempo em temperança
Agora ao longe vejo outra procela,
Meu canto em dissonância não permite
Que eu possa desvendar qualquer limite
Ou mesmo em fantasias me levar
Cansado desta luta em que a batalha
Aos poucos por meu todo já se espalha
Até que no final morra em teu mar.


92

No mar aonde um dia quis certeza
De sonhos, fantasias e não vira
Senão a mesma face da mentira
E nela minha vida andara presa,
No quanto se vencera em tal torpeza
O pouco que inda resta se retira
E tanto quanto possa noutra mira
Servido em tal bandeja sobre a mesa.
Ouvindo a tempestade bem mais forte
Sem ter sequer o canto que conforte
Bebendo esta ilusão e me alimento
Do medo de seguir e nada tento
Senão ao perceber um novo norte
E nele novamente o sofrimento.

93


Sofrendo os dissabores mais vulgares
Enfrento os meus anseios e assim prossigo
Vencendo o que pareça algum perigo,
Tentando enquanto além tu provocares
A queda dos diversos vãos altares
Gerando em minha fé tal desabrigo,
Mortalha se tecendo aonde antigo
Cascalho gera em dores os vagares.
Resumo a minha história em nada e sinto
O quanto do meu mundo agora extinto
Ainda poderia persistir,
Vestindo esta emoção já nada tenho
O mundo se mostrara mais ferrenho
Traçando do vazio este elixir.

94

Traçando um passo aonde me escondi,
Resulto do passado e nada mais
Ourives das montanhas sem cristais
O pouco que inda resta bebo em ti.
O manto se desfaz e presumi
Em meio aos dissabores tão normais
Olhando para frente, vi demais
Além da própria queda eu pressenti.
O riso em abandono, a voz sombria
E nela a bela noite não traria
A lua desejada, mas o vento,
E quando imaginando uma saída
A porta já cerrada e percebida
Gerando este abandono em desalento.

95

Em abandono apenas prosseguira
Vestindo a falsa imagem de quem ama
E tenta renovar vazia trama,
Ousando mesmo até numa mentira,
O pouco que inda resta se prefira
Ao nada aonde morre a frágil chama
A voz repete apenas velho drama
E quanto mais audaz, pior a mira.
Orgulho-me em saber que talvez tente
Olhando para o passo imprevidente
Medir com vãs palavras o meu mundo.
E tanto poderia ser feliz,
Mas nada do que eu quero ainda diz
Enquanto nos teus ermos me aprofundo.

96

Aprofundando em mim este punhal
O manto agora roto nada traz
Senão esta figura onde mordaz
O mundo se mostrara desigual,
O passo muitas vezes dita o mal
E o fardo se carrega ou tanto faz
Enquanto ainda vejo este tenaz
Delírio em tão torpe ritual,
Primando pelo sonho, algum poeta
Que tanto canta a sorte predileta
E escurecendo a vida sem saber,
Saveiro procurando um cais mais manso
Em tal borrasca intensa se me lanço
A morte talvez traga algum prazer.


97

Prazeres esquecidos; resta o fim
E a sede eu não consigo saciar,
Aonde poderia caminhar
A morte dita mesmo este ruim
Delírio aonde outrora quis jardim
E bebo cada gota do luar,
Podendo ou não deveras caminhar
Sentindo este perfume de jasmim.
O marco que promete ser atroz
Sonega e na verdade cala a voz
De quem se fez algoz e agora sabe
Bem antes da promessa resolvida
A sorte se percebe de saída
Aonde nem meu sonho ainda cabe.

98

Não cabe mais promessa a quem se fez
Em lúbrico caminho, mas conhece
O todo que deveras não diz messe
E gera noutro instante insensatez
Alheio ao que pudesse desta vez
Resolvo cada engano que aparece
E noutro desenhar a vida esquece
O morto ou semivivo que ora vês,
Amargo em dissabores a verdade
E nela sinto a fonte da saudade
Desnuda realidade se apresenta,
Pudesse caminhar em noite mansa,
Mas quando perco o rumo e a confiança
Tal sorte se desenha mais sangrenta.

99

Sangrenta noite envolta em temporais
E tento quando muito ainda além
Do pouco que deveras sempre tem
Quem vence seus demônios sem jamais
Sentir necessidade de outros tais
O passo sem certeza se contém
E o vândalo caminho diz desdém
No corte enraizando os terminais.
Aprendo com talvez outra promessa
E nada do que eu quero se confessa
Senão esta mortalha que me veste,
O todo sem sentir qualquer entalhe
Na faca que deveras me retalhe
O mundo mais ardente ou mais agreste.


100

Agrestes noites vago em busca de
Quem tanto desejei e não me quis,
O velho coração de um aprendiz
Já colhe cada face de um clichê,
O risco, a morte a cena outro buquê
O vasto caminhar de um chamariz
E nisto o meu desvio já desdiz
Da morte apresentada sem por que.
Cadenciando o passo rumo ao nada,
Subindo outro degrau da leda escada
Apenas o mergulho no apogeu,
O marco mais ardente em ferro e fogo,
Perdendo há muito tempo qualquer jogo
O quanto do meu mundo se esqueceu.

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