quinta-feira, 8 de julho de 2010

40506 até 40603

306

E se fosses quem pensas
Jamais a vida além
Do pouco que inda tem
Trouxesse recompensas
E mesmo até convenças
Ou traças com desdém
Fazendo-me refém
Após as desavenças;
Mas sei que eu te amo tanto
E nisto se me espanto
Não posso discernir
Em atos, olhos, seios
Os vários devaneios
Marcando o que há de vir.

307


A mulher que trará
O que tanto desejo
E sei que a cada ensejo
Deveras tomará
O dia e desde já
No quanto até prevejo
O mundo em azulejo
No farto se fará,
Mas sei que também disto
Além do quanto insisto
O rumo não se vendo
Sem faces tão diversas
E nelas também versas
Ousando algum remendo.

308

Não sabes que na vida
O tempo pode ter
Além do desprazer
A sorte construída
Aonde fora urdida
Nas ânsias do meu ser
O todo a te querer
Em forma mais unida,
Aprendo a cada instante
Aonde se adiante
O mundo em tez diversa,
E assim no farto amor
E nele um refletor
O coração já versa.

309

Às vezes se traduz
Em luz ou temporal
O quanto bem ou mal
Amor dita e reluz,
No tanto quanto pus
O corte ou vendaval
O rito sensual
Negando qualquer cruz,
Resumo em verso e pranto
E tanto me adianto
Na queda que se faz
Expresso em agonia
O quanto poderia
Talvez ser mais audaz.

310

Pois veja na beleza
O tanto que reflete
O amor quando arremete
Em fúria e correnteza
No vago onde compete
O manto em tal destreza
Não vendo uma surpresa
Deveras se repete.
Eu quero estar contigo
E quando isto consigo
Eu sinto a perfeição
Do amor em tom maior
Estrada sei de cor
Em rumo e direção.

311

O lume que traçou
O sonho de quem ama
Vibrando a cada chama
No todo demonstrou
O pouco que inda sou
Ou mesmo o velho drama
Aonde a sorte trama
O quanto nos cobrou.
Eu creio no futuro
E sinto que procuro
Apenas calmaria,
Mas como se no amor
A vida traz sabor,
Porém dita a agonia.

312

Por vezes, nossa trilha
Traduz o quanto eu quis,
Mas quando a cicatriz
Deveras se polvilha
E traz em armadilha
O todo aonde eu fiz
O barco, a queda, o gris
E nesta noite encilha
Corcel de uma esperança
Que ao vasto já se lança
Bebendo do infinito,
Restando dentro em mim
O amor que sei sem fim
E tanto necessito.


313

Renasce num momento
O tanto desejado
O olhar emocionado
E nele sigo atento,
Por vezes inda tento
Alçar um novo fado,
Mas quando desolado
O rumo em sofrimento,
Apenas novo amor
E nele multicor
Cenário se adivinha,
Esta alma solitária
Agora em vão corsária
Não quero fosse a minha.

314

E se fosse a mulher
Que tanto procurava
A vida, vaga escrava
Do quanto inda vier
Bebendo este qualquer
Caminho aonde a trava
Gestasse em fúria a lava
Além do que se quer,
Resisto e tento até
Vencer com muita fé
Os tantos dissabores,
Mas quando amor me toca
Minha alma em ti se enfoca
E vê claros albores.

315

Aquela que ao teu lado
Transcende ao farto sonho
E diz deste risonho
Caminho já traçado,
Aonde algum translado
Permite o que proponho
E nisto se eu me enfronho
Matando o meu passado,
Redimo em paz suprema
O amor que não algema
E traz felicidade,
Assídua companheira
A sorte derradeira
Em ti com força brade.


316

De tudo que na vida
Pensar ter já visto
Agora ao saber disto
A dura despedida,
Imagem destruída,
Mas quando assim insisto
Persigo e até persisto
Gerando outra saída
No amor que sei virá
E tudo desde já
Tomando em face clara
O canto mais suave
O libertar desta ave,
Amor já nos declara.

317

Apenas esperança
Ditando o dia a dia
E nesta alegoria
O canto nos alcança
E sei da temperança
E nela se ergueria
Sobeja fantasia
Aonde amor se lança
Vencer os meus enredos
E ter dos dias ledos
Quem sabe esta ventura,
Singrando este oceano
O amor e não me engano
A paz ele assegura.

318

Amigo, tua vida
Expressa em tal tristeza
Não tendo esta certeza
De ver; já decidida
A sorte em despedida
Ou mesmo esta vileza
E nela sem nobreza
Amor nunca progrida,
Mas quando aberto o peito
O sonho é satisfeito
Nos gozos e nas preces,
Assim nesta mulher
O bem que tanto quer
Aos poucos também teces.

319


Nos braços da mulher
Que tanto desejara
A sorte bem mais clara
O todo que puder,
O rumo e se vier
Traçando esta seara
Que aos poucos escancara
A festa onde se quer
Plena saciedade
Do amor em liberdade
E nada deixa atrás,
Seguindo este cometa
A vida se prometa
Enfim em plena paz.


320

Estás sempre escondida
Nos ermos de minha alma
E quando a vida acalma
Percebo e não duvida
A sorte mais audaz
E nela se concebe
Beleza em rara sebe
Amor vivendo em paz,
Não tendo outro caminho
Deveras sou só teu
E quando se perdeu
O mundo sem tal ninho
Vagando sem destino,
Sozinho eu me alucino.

321


E vives nos disfarces
De quem se fez aquém
Do amor que quando vem
Por mais quanto te esgarces
Verás esta certeza
No olhar que te seduz,
O tanto feito em luz
Demanda a natureza
E traça em tons diversos
Os céus onde se vê
O amor e seu por que
E nele trago os versos
De quem se fez contente
Além do que pressente.

322

Vivendo sem sequer
Sentir um vento manso
O tanto que ora alcanço
Permite o quanto quer
No olhar desta mulher
O mar em seu remanso
Ao farto eu já me lanço
Sem ranço ou dor qualquer.
Amar a liberdade
E ter a claridade
Nos olhos, no horizonte
Sabendo da promessa
Do amor que se professa
Aonde o brilho aponte.

323

O mundo vai rodando
E neste tanto eu vejo
O quanto mais desejo
Um sonho bem mais brando,
O risco de nublando
O tempo num lampejo
Matando este azulejo
Ou tudo desolando,
Somente em desamor
Pudesse em tal pavor
Haver senão a senda
Aonde o meu carinho
Envolto no teu ninho
Amor quer e desvenda.


324

Procuro por teu rosto
Em tua estrela e sigo
E quero estar contigo
Assim é meu proposto,
O manto sem desgosto
O dia sem perigo,
O carma que persigo
Em ti ao ser exposto
Traduz a farta glória
Um pária, mera escória
Ascende ao vão reinado
Enquanto enamorado
Buscando a sua estrela,
Tentando em paz contê-la.

325

Decerto estás fugida
Num canto desta senda,
Talvez é mera lenda
O que pensei ser vida,
E quando for servida
A sorte que se atenda
No todo já se estenda
Sem ter outra saída,
Resumo de um amor
E nele quero a flor
Da eterna primavera,
Mas quando estás ausente
O tanto que se sente
Aos poucos degenera.

326


E sempre que distraio
O olhar busca decerto
Um rumo aonde aberto
Caminho e não me traio,
Meu canto é teu lacaio
E nele já deserto
A dor ou mesmo perto
Olhando de soslaio
O rito consagrado
Do tempo imaginado
Em glória e plenitude,
Assíduo sonhador
Nas tramas deste amor
Além do que mais pude.

327

Não quero sofrimentos
Nem mesmo se inda venha
A face que desdenha
E gera desalentos
Bebendo destes ventos
Acendo em mim a lenha
E tudo o que convenha
Permite pensamentos
Por onde amor adentra
E tudo se concentra
Na força deste fato,
E assim ao mergulhar
No tanto a desejar
Em ti eu me retrato.


328

Vou vivendo, esperando
O dia que virá
Traçando desde já
O quanto desejando
O mar em tempo brando
O sol que reinará
O amor que tomará
Cenário deslumbrando
Viceja dentro da alma
A sorte que me acalma
E trama esta promessa
Não tendo outro cenário
O amor é necessário
E a paz enfim professa.

329

Quem sabe te encontrei
Depois do vendaval,
O dia sempre igual
Ou mesmo noutra grei
O quanto eu esperei
Um fato até banal,
Mas quando sensual
Sereia imaginei
Nas praias, nesta areia
O sol que me incendeia
O canto mais feliz,
Desvendo em teu olhar
O bom de ser e estar
Com quem sempre se quis.

330

Nas ruas, nessas praias,
Nos sóis e nas promessas
Aonde te confessas
E logo além não traias,
Os rumos convergindo
Trazendo em plena festa
O todo que hoje gesta
Cenário agora lindo,
Resulto deste manso
Caminho aonde tento
Vencer o sofrimento
E a paz agora alcanço.
Cercando em poesia
O amor que eu mais queria.


331

Em todos os momentos
Da vida ou mesmo após
O amor que existe em nós
Traçando em paz os ventos,
Mergulha em sentimentos
E bebe desta foz,
Vibrando com os nós
Atados pensamentos,
Açoda-me a vontade
De tanta liberdade
Num peito colibri,
E chego ao teu jardim
Vicejas dentro em mim,
No quanto amor senti.

332

De ti, saiba, jamais
Apartarei meu passo
E quando além eu traço
O amor sendo o meu cais
Não temo os mais venais
Momentos, nem espaço
Diverso quando faço
O verso em tons iguais,
O prazo não se finda
A vida sendo linda
Nas fráguas deste anseio,
Encharco em alegria
Além do que podia
E sem qualquer receio.

333

Ainda que não possa
Sentir o desvario
O quanto eu desafio
A vida não destroça,
A messe sendo nossa
Também esqueço o frio
A chuva doma o estio
Germina a paz na roça,
E o canto benfazejo
Aonde mais desejo
O sonho realiza,
E o forte vendaval
De um tempo sem igual,
No amor, é mansa brisa.

334

És musa dos poemas
Que faço ou imagino
Domando o meu destino
Minha alma tu algemas
E sabes e não temas
O quanto me alucino
Teu jeito feminino,
As sortes, raras gemas,
Lapidas este amor
Com todo o teu calor
E geras diamantes,
E sendo assim deidade
Que agora toma e invade
Em dias deslumbrantes.

335

Rainha dos meus sonhos
Amante sem igual,
O corpo sensual
Em ritos mais risonhos
Seguindo cada passo
Aonde tu desfilas
As horas mais tranqüilas
Contigo eu sempre traço,
Fazendo do meu verso
Apenas o instrumento
Por onde teimo e tento
Falar deste universo
E nele sou lacaio
Do amor onde me espraio.

336

Que tanto tempo em minha
Palavra dominasse
E sem qualquer impasse
Deveras se adivinha
E tomas toda a vinha
E nela sempre trace
Um rumo onde se grasse
A sorte que convinha,
Encontro em cada instante
O amor e me garante
Um dia mais feliz,
Cenário imaginário
Um templo, um relicário
Que em sonhos eu já fiz.

337

Mal sabe que eu existo
E mesmo assim te sigo
E quando até consigo
Provar o quanto insisto
Não mais sabendo disto
Às vezes o perigo
Transcende ao próprio abrigo,
Porém nunca desisto,
Eu sei que serás minha
A história se avizinha
Da lenda, mas eu creio
A cada devaneio
Invado as fortalezas
E venço tais defesas.

338

Dedicando os meus versos
A quem se fez além
De simples, mero bem,
Gerindo os universos
Aonde mais dispersos
Os rumos de outro alguém
Agora já contém
Caminhos mais diversos,
E sei que sendo assim
O amor existe em mim
E trama a plenitude,
Não posso me calar
E sei que em teu altar
Amei mais do que eu pude.

339

Espero que te veja
Após a tempestade
Nas ruas, na cidade
Aonde a benfazeja
Vontade sempre esteja
De ter em liberdade
A imensa claridade
Que em nós sempre lampeja,
Viceja em florescência
Amor toma a gerência
E doma cada passo,
E nisto o rumo eu traço
Seguindo o teu perfume
Por onde quer que rume.

340

O tempo que me fez
Pensar em novos dias
E neles tu virias
Tomando a sensatez
O quanto em lucidez
Ou mesmo em tez sombrias
As sortes me trarias
Além do que já vês
Sabendo-me deveras
Envolto em primaveras
E nelas veras luzes
Por onde caminhar
Decerto este luar
E nele me conduzes.

341

Espera o salvador
Desejo em eloqüência
E sem tal ingerência
Eu vivo o pleno amor
Respaldo aonde eu for
Além da coincidência
Saber e ter ciência
Do tanto encantador
Que foste e sei quem és
E estando sempre aos pés
De quem hoje redime
O errático cometa
E nisto eu me arremeta
Ao teu amor; sublime!

342

Empresto meu desejo
E bebo a tempestade
E vivo em liberdade
Apenas num lampejo
O quanto deste ensejo
Agrade ou desagrade
Não tendo sequer grade
Ascendo ao azulejo,
Porém amor sacia
E traz em alegria
O tanto que se deve
Meu passo sem cansaço
O amor onde me traço
Jamais seria breve.

343

Em vão por tanta vez
Vagara em noite espúria
E tendo tanta incúria
O amor já não se fez,
Mas quando aproximaste
Em tudo deste jeito
E agora me deleito
Na vida sem desgaste
Rumando para ti
Aonde fora esfinge
Agora em luas tinge
O sonho onde verti
O riso, o risco e o canto
Deixando além meu pranto.


344

E nada encontro além
Do todo que pudesse
Vencer o medo e tece
Um dia que já vem
Reinando neste bem
O amor ditando a prece
Jamais, pois escurece
Dos sonhos sou refém,
E sigo mesmo até
O dia em que esta fé
Tomar completamente
O vago desta vida
Outrora em dor urdida,
E agora a paz já sente.

345

Inundando meus dias
Além do vendaval
Amor atemporal
Aonde te querias
Vibrando em alegrias
Diverso ritual,
A paz consensual
E nela me trarias
As sortes e a promessa
Do quanto se confessa
A glória de viver,
E tendo esta certeza
Do amor, rara nobreza
Eu vivo o teu prazer.

346

Escute meus delírios
E saibas quanto eu quero
E sendo mais sincero
Esqueço vãos martírios
E bebo a fantasia
Por onde tu me levas
Ausentes dores, trevas
A sorte se alumia
E tanto pude então
Vencer os meus temores,
E vejo nos amores
Enfim a direção
Singrando o mar imenso
Ao fim eu me compenso.

347


Ó minha musa amada
Não deixe que a mentira
Dos braços já retira
A vida em caminhada,
E sendo a nossa estrada
O quanto se prefira
O mundo também gira
Depois retorna ao nada,
Ascendo ao que pudesse
E tendo esta benesse
Jamais imaginei
O canto que pudera
Vencer o medo e a fera
Tornando inútil, grei.


348

É realmente a vida
Transforma plenamente
E quando se apresente
Ao fim uma saída
E nela sendo urdida
A paz nova semente
No amor que se oriente
Ausente despedida,
Resenhas tão diversas
E nelas também versas
Buscando a mansidão,
Encontro nos teus braços
Mais firmes, fortes laços,
E neles precisão.

349

Por tantas vezes somos
Diversos, mas comuns
Os erros; sei que alguns
Desfazem velhos gomos,
Mas logo corrigimos
E tento imaginar
A vida a te tocar
Sem ter os tantos limos,
Resulto desta sorte
E nela sou feliz
Fazer o que bem quis
E tendo quem suporte
O passo rumo ao farto,
Assim a ti eu parto.

350



E mal uma saudade
Tocasse no meu peito
Enquanto em paz me deito
Encontro a liberdade
Viva tranqüilidade
Num ar mais satisfeito
O amor tomando o pleito
Traduz o que se brade
E gesta em paz e glória
Mudando a minha história
Trazendo a paz que eu quero,
E galgo a cada passo
O rumo que ora traço
E nele o quanto espero.

351

O resto se desfaz
No pranto ou mesmo até
Nas tramas noutra fé
O passo mais audaz,
O rumo que se traz
Na mão de quem só é
E vive sem galé
Deveras mais tenaz.
Resumo o dia a dia
No tanto que eu queria
E nesta vida em festa,
Agora amor tomando
O dia em contrabando
A sorte em paz atesta.

352

Foi isso que se deu
Depois de tantos anos,
Os erros, velhos danos
O manto outrora meu,
Agora se perdeu,
Mas vejo em novos planos
Os sábios ou profanos
Caminhos do apogeu.
Cercando a minha vida
Na glória repartida
Do amor consensual,
Eu bebo esta verdade
E nela a claridade
Um grito sensual.

353

Durante tanto tempo
Acreditei no sonho
E agora eu me proponho
Além do contratempo
A ver após a chuva
Bonança e calmaria
Trazendo enfim o dia
Sem medo de saúva
Canteiro feito em rosas
E noites fabulosas
Entranham no meu peito
E sei que sendo assim
Aguando o meu jardim
De amor, vou satisfeito.

354

Querendo ser, talvez,
Aquele que se dera
Em plena primavera
Ao longe tu não vês,
Mas saibas quando crês
A vida se tempera
E mata esta quimera
Aonde o sonho fez,
Uma alma juvenil,
Além do que se viu
Renova esta seara,
E o pranto se cessando
O dia mais nefando
No amor logo se aclara.

355

Vivendo nas jornadas
Aonde a sorte manda
E tudo em tal demanda
Transcende às alvoradas,
As sinas demarcadas
O coração desanda
Andando até de banda
Vagando por estradas
Aonde pode ver
O todo a se verter
Na imensa liberdade,
No corpo enamorado
O rito abençoado
E a paz que agora invade.

356


A noite traz a lua
Enquanto em tez brumosa
Uma alma dolorosa
Além segue e flutua,
Mas quando amor atua
A vida é generosa
O coração já goza
Da sorte imensa e nua.
Resumos de promessas
Aonde já professas
Desenhos magistrais
Depois da tempestade
Ausência em claridade
Expões os teus cristais.

357

Aquele que queria
Jamais saber da luz
Ou mesmo não reluz
Ainda em pleno dia,
Não vendo a fantasia
Ou quanto nela pus
O sonho em contraluz
Gestando alegoria,
Mas quando enamorado
O tempo já mudado
A senda se clareia,
E a lua atrás das brumas
Por onde agora rumas,
Desnuda bela e cheia.

358

De repente de amor
Alago minha senda
E quando se desvenda
O céu em multicor
Viceja em mim a flor
E nela já se estenda
Em paz e sem contenda
O quanto diz sabor,
A vida se promete
E tudo se arremete
Ao máximo em momentos
E sigo em alegria
No quanto poderia
Entregue aos fortes ventos.


359

Comecei a sentir
Depois de tanto erros
Caminhos em desterros
Ausência de porvir,
Rara luminescência
Tomando a minha sanha
E quando em mim se entranha
Além da coincidência
Gestando outra beleza
Na qual ora mergulho
E sem o pedregulho
Imensa fortaleza
Ditada pelo amor
E nele a rara cor.

360

É querida; o que eu faço?
Já não consigo mais
Vencer meus vendavais
E dar sequer um passo,
Aonde me desfaço
Ou mesmo em tão venais
Caminhos desiguais
Faltando algum pedaço
De quem se deu inteiro
Amor, mero espinheiro?
Não creio, na verdade
Eu beijo a claridade
E tento novo intento
Levado pelo vento...

361

Eu te respondo agora
O quanto me perguntas
As almas quando juntas
Um éden já se aflora,
O tempo revivendo
As horas mais felizes
E nada contradizes
Sequer qualquer remendo,
O passo rumo ao tanto
E nisto eu me aprofundo
Vagando pelo mundo
Bebendo farto canto
Restando dentro em nós
O amor em rara foz.

362

É por amor que tento
Vencer os meus temores
E sei dos dissabores
E nisto o pensamento
Dizendo o quanto o vento
Traduz além amores
E neles se tu fores
Verás o sentimento
Exposto em tom mais claro
Por isto é que preparo
O solo para o arado,
No canto e na emoção
As horas que virão
Trarão novo legado.

363

Em meio a tantas flores
Pudesse discernir
Beleza que há de vir
Por onde ainda fores
E sei dos teus albores
E neles presumir
O quanto a se sentir
Ou mesmo até te opores.
Viceja esta esperança
Aonde amor alcança
E trama novo dia,
Assim ao me entregar
Nas redes do luar
O amor encarnaria.

364

Guiado pelos raios
Dos sonhos mais felizes
Além do que me dizes
Os dias são lacaios
Dos rastros que deixaste
Enquanto prosseguisse
Após tanta mesmice
A vida num contraste
Prepara a imensidão
De um sonho em farto amor
E nisto a me propor
Eu vejo a solução
Que tanto procurara
Na senda clara e rara.

365

O brilho que estribilha
Uma alma tão diversa
E nela sempre versa
Amor tomando a trilha
No quanto em armadilha
A vida desconversa
Ou mesmo segue imersa
Depois em paz palmilha
O risco de saber
O mundo em tal prazer
Ou nada em reticência
O corte, a sorte o fado,
Amor dando o recado
Gerando a paciência.

366

É por amor que sigo
O passo mais tranqüilo
Enquanto além desfilo
Trazendo aqui comigo
O todo que persigo
Ou mesmo não destilo
O amor seguindo o filo
E nele o meu abrigo,
Resulto desta forma
Do quanto se transforma
Mutante esta emoção
E nela se presume
O amor ditando o lume
Em plena floração.

367

Estrela que ilumina
O passo de quem tenta
Vencer vida sangrenta
Beber da farta mina
Aonde se destina
A paz estando atenta
A sorte que se ausenta
De quem já não fascina,
Amor não cala e segue
E nisto até consegue
Somar, multiplicar,
E tendo esta benesse
Ao todo se oferece
Quem sabe, enfim, amar.

368


És tudo no meu céu
Estrela tão brilhante
E sei a cada instante
O mundo mais cruel,
Venal em ferro e fel
Ou mesmo deslumbrante
Gerando o diamante
O sonho e o farto mel,
Mas quando amor domina
Deveras noutra mina
Emana-se a promessa
De um dia mais suave
Sem nada que se agrave
O dom maior confessa.

369

Trazendo uma ilusão
Ao manto mais feliz
Do tanto que se quis
No farto e raro grão,
Vencendo a solidão
O bem aonde eu fiz
A sorte por um triz
Tomando a decisão,
Vestindo esta benesse
O mundo agora tece
Um rumo feito em paz
Reflexo do que um dia
Amor espalharia
Além do que é capaz.

370


É por amor que sinto
A vida em tal pureza
E sei da fortaleza
Gerada pelo instinto
E quando ora me pinto
Das sendas da certeza
Matizes com nobreza
Aonde estava extinto
O tempo de sonhar
O risco de lutar
E amar inconseqüente
Mas quando tu vieste
Cevando em solo agreste
A vida se apresente.

371

Em busca de teus cantos
Eu tento um novo dia
Fazer da poesia
Os raros bons encantos
E sei que em tantos mantos
A sorte moldaria
O amor que nos traria
A luz sem ter quebrantos
Resumos deste fato
Aonde eu me retrato
Num toque mais sutil,
O amor se traduzindo
Num tempo claro e lindo,
Além do que se viu.

372

Vivendo nosso amor
Nas tramas costumeiras
As noites companheiras
Ausente dissabor,
O canto em seu louvor
Florada nas roseiras
E as horas derradeiras
Num claro e belo albor,
Servindo à fantasia
O amor não poderia
Seguir outro caminho,
E quando me alimento
Do sonho em manso vento
Não sigo mais sozinho.

373


Enterro o coração
Nas curvas deste anseio
E sinto enquanto veio
Dos sonhos, dimensão
Vivendo esta estação
Aonde sem receio
O mundo em devaneio
E as sortes que virão
Transcendem na verdade
Ao todo que me invade
E gera novo trilho,
O peito de um amante
No quanto se adiante
Amor que ora polvilho.

374

E faço meus castelos
Nos sonhos da princesa
E vivo a realeza
Momentos raros, belos
Também nos meus desejos
Anseios se traçando
Num dia aonde brando
Diversos os ensejos
Seriam bem melhores
Os cantos de quem ama,
Mantendo assim a trama
Na qual tanto demores,
E sendo assim o rei,
No amor eu me fartei.

375

Decerto é por amor
Que eu tenho esta proposta
Da vida já composta
Em claro e bom louvor,
Vivendo este esplendor
Além desta resposta
Minha alma agora exposta
No céu em tanta cor,
Delírios de um poeta
Que tanto se repleta
De um toque mais audaz,
E quando a noite vem
E nele traz alguém
Também me traz a paz.

376

Não tenho mais o medo
Que outrora fora tanto
E quando eu me adianto
E tento outro segredo
Ao máximo eu concedo
O passo sem quebranto
E douro o velho manto
E em paz sempre procedo,
Amar e ter decerto
O mundo sempre aberto
Caminho que se traça
Aonde a sorte dita
E a luz sempre bendita
Enfrenta esta fumaça.

377

Caminho sem sequer
Pensar no que se fora,
Uma alma sonhadora
Enfrenta o que vier
E sabendo o que quer
Não teme a sofredora
Paisagem tentadora
De um rito, outro qualquer
Não fosse o grande amor
Que leva o barco em frente
E quando se apresente
Moldando o refletor
Farol por onde sigo
E chego assim contigo.

378

Pois eu trago os olhares
Bem fixos já nos teus
E o quanto sem adeus
Deveras me tocares
E assim nestes altares
Amor é mais que um deus,
E trama em apogeus
Caminhos que legares,
Arcando com o gozo
E deste majestoso
Delírio sensual
Eu bebo e me sacio
Trafego pelo rio
Em paz já sem igual.

379

Guardados na guaiaca
Dos sonhos de quem ama
A sorte dita a chama
E o tempo não se empaca
O vento não aplaca
O risco nega o drama
O passo segue a trama
O mar vive em ressaca,
Rasgando esta paixão
Imensa dimensão
Do amor que tanto espero,
Vencer qualquer tormento,
E ter no pensamento
O bem que agora quero.

380

Em todas as jornadas
Que a vida me ensinara
Tomar qualquer seara
E nela as ansiadas
Manhãs ou alvoradas
No céu que se prepara
Em luzes escancara
As sortes decretadas
Nas ânsias deste encanto
E quando além eu canto
As tramas de um amor,
Encontro dentro em mim
O mar que não tem fim,
Em todo o seu vigor.

381

Guardei as esperanças
Nas ânsias deste afeto
Aonde me completo
Enquanto aqui avanças
E tendo em tais pujanças
O rumo predileto
O gozo onde repleto
As nossas alianças
Arcar com desenganos
Traçar além dos danos
Momento mais feliz,
No amor que se desvenda
Além desta contenda
Tramando a paz que eu quis.

382

Não lembro de viver
Somente por talvez
Sentir o que não vês
E nisto ter prazer,
O quanto do querer
Tomando cada vez
Não deixa a insensatez
Roubar e nem se ver,
O manto mais suave
E nele sendo uma ave
Liberto caminhante,
O pássaro revoa
Uma alma segue à toa
No amor onde a agigante.

383

Meu canto sempre muda
E nada mais impede
O quanto se concede
E traz a mesma ajuda
O corpo se completa
Na sorte de outro tanto
E quando me garanto
A vida está repleta
De sonhos e de luzes
E nisto sabes bem
Do quanto se contém
O passo em que conduzes
Levando para o cais
No amor em vendavais.


384

Vivendo tanto amor
Conforme mais queria
Sabendo o dia a dia
E nele recompor
O passo num vigor
Que nega esta sangria
Gerando uma alegria
Aonde quero pôr
O canto mais audaz
E nele se compraz
A vida com ternura
O amor traçando em mim
O todo que no fim
A gente em paz procura.

385

Salvando minha pele
No canto mais audaz
E tanto se me faz
Ao quanto já revele
O gozo onde se atrele
Ou mesmo se é capaz
De trazer guerra ou paz
Enquanto assim se sele,
Vagando em teus caminhos
Não quero os meus sozinhos
Conjunto assim se trama,
E vence qualquer treva
Aonde já se atreva
O amor em forte chama.

386

A noite traduzindo
O gosto magistral
Depois suor e sal
Em vinhos quero e brindo,
O tanto que deslindo
No corpo sensual,
A paz fenomenal
Delírio raro e lindo,
Anseios entre ritos
E dias mais bonitos
Os seios desta amada,
A porta se entreabrira
E a sorte além se atira
Penetra a madrugada.


387

Morena, belas pernas
Andando em pensamento
Enquanto o forte vento
Em cenas belas, ternas,
Traduz novas lanternas
E nisto quero e tento
Vencer o alheamento
No quanto além me externas
Vontades mais constantes
E nisto me adiantes
Delírios e magias,
No amor que nada tema,
A sorte dita o lema
E nela tu me guias.

388

O meu amor por ti
Jamais eu negaria
E sei da fantasia
Aonde me prendi,
Viceja desde aqui
O sol que me inebria
A lua onde se espia
O amor que conheci,
Delírios de um poeta
Minha alma se repleta
Da tua a cada instante
E vejo muito além
Do quanto me contém
O amor raro e brilhante.

389

Por isso caminhar
Depois dos vendavais
E ter além e mais
O quanto me entregar
Nas tramas deste amar
E nele sei do cais
Por onde em magistrais
Momentos de luar
Resumo em voz macia
A sorte que me guia
O rumo se apresenta
E nisto sou feliz
Vivendo o quanto quis
Uma alma mais sedenta.

390

Cansado dessas brigas
Inúteis; dia a dia
O coração temia
Aonde desabrigas
E rusgas tão antigas
Matando a poesia
E a vida ora sombria
Deveras não consigas
Mais discernir aonde
O amor se existe esconde
Ou morto noutra face
Assim ao léu a vida
A messe presumida
Noutro caminho grasse.

391

Parti para outros braços
E neles procurara
A paz somente, e rara,
Em dias velhos, lassos
Seguindo antigos passos
Vagando em tal seara
E nisto se prepara
Amor em novos traços,
Restando do que um dia
Pudesse em fantasia
Apenas mera sombra,
E viva esta saudade
Deveras quando invade
Assusta e tanto assombra.

392

Mas os mesmos espinhos
Que um dia em tom cruel
Ganharam o papel
Que fora dos carinhos
E tempos tão mesquinhos
Amor vagando ao léu
Coberto em turvo véu
Momentos mais daninhos,
Agora ao te saber
Depois do desprazer
Ao menos já me alcança
Depois do desvario
Um novo desafio
E amor dita esperança.


393

Iguais ressentimentos
Depois de certos anos
Em tantos desenganos
E sei dos desalentos
Tomando os pensamentos
Causando novos danos,
Rompendo leves panos
E neles os tormentos,
Mas sei que talvez possa
Se a história comum, nossa
Mudar este semblante,
O amor a cada instante
Pudera enquanto adoça
Em paz e doravante.

394

A culpa, com certeza
Dos fardos que consigo
Eu sei deste perigo
E salto em correnteza
Vencida a fortaleza
Apenas desabrigo
E nada mais persigo
Senão tanta incerteza.
Mas quando amor se doma
E tudo leva à soma,
Eu sei ser mais feliz,
E tendo este caminho
Aonde agora aninho
O tempo que mais quis.

395

Vivendo sem trazer
O mundo onde eu queria
Apenas poesia
Quem sabe algum prazer
O tanto a se perder
Num duro e vago dia
Aonde moldaria
O medo doma o ser,
E risco este cenário
Num mal desnecessário
Amor ali não resta,
Mas tendo sob o olhar
As tramas do luar
Uma esperança em fresta.

396

A noite que em minha alma
Pudesse ainda crer
No dia a renascer
Em paz, quem sabe calma
Vencendo as mais constantes
E duras agonias
Ali tu poderias
E nisto te adiantes
Moldar um novo tempo
Alheio aos descaminhos
E assim sem os espinhos
Ausente contratempo
Quem sabe nosso amor
Refaça seu vigor?


397

Trará para o meu peito
A sorte que procuro
E sei do quanto escuro
O dia insatisfeito
E quando só, me deito
A sorte eu amarguro
O mundo bem mais duro
O corte adentra o leito,
E o bêbado poeta
Ao nada se arremeta
E traz outra versão,
Quem sabe em novo amor,
O tempo em clara cor
Mostre transformação.

398

Decerto não consigo
Vencer os meus temores
E sigo aonde fores
Sedento e tenho abrigo
Nas ânsias que persigo
Os antros em horrores
Ausentes os amores
O tempo diz castigo,
Porém logo redime
O céu em ar sublime
E a fantasia imensa
No quanto te prometo
E mesmo me arremeto
O todo nos compensa.


399

Sabendo que não posso
Vagar em noite vã
Minha alma antes malsã
Agora em rumo nosso
Colhendo este destroço
Produz em novo afã
A vida temporã
E enfim eu me remoço,
Resulto deste vago
Caminho aonde trago
O coração em chamas,
E neste desejar
Nas fráguas do luar
Amor também derramas.

400

Por isso, meu amor,
Não deixe que se veja
A dor que nos dardeja
E faz o sofredor,
Talvez ao recompor
Em glória benfazeja
A vida se azuleja
Bendita a clara cor
Aonde se pudesse
Viver a imensa messe
Jamais me afastaria,
Vacância em peito dói
E o medo só destrói
O que fora alegria.


401

O doce dos teus lábios
O corpo em afluência
Amor, onipotência
Caminhos raros, sábios.
Vagando noite afora
Nas teias deste porto
Agora em teu conforto
A senda se decora
E aflora com ternura
Uma ânsia sem igual
O tempo magistral
Promete a farta cura
E assim sem sequer tédio
O amor, santo remédio...

402

Não deixe-se levar
Por medos inconstantes
Sejamos navegantes
No imenso e belo mar
Aonde desfrutar
O que tu me garantes
E vivo por instantes
Sem nada mais pensar,
Resolvo com ardor
As tramas deste amor
E nelas me entranhando
Vivendo em tais permutas
Enquanto tu me escutas
Também eu te escutando...

403

Paremos, por favor,
De tantas tempestades
No quanto desagrades
Ao deus do farto amor
Gerando o dissabor
Criando novas grades
E nisto tanto invades
O templo em desamor.
Restando algum alento
Que tanto busco e tento
Vencer após o fim,
O amor que tanto quero
Vivendo este sincero
Cenário dentro em mim.

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