quinta-feira, 8 de julho de 2010

40604 até 40701

404

Tu és dessa existência
O fato mais sublime
Portanto que te estime
Além da consciência
Gerando esta potência
Aonde se redime
O manto onde se prime
Por clara persistência
Gestando esta emoção
E nela se verão
As luzes deste dia
Que surge dentro em nós
Mantendo a mesma voz
Do amor que nos regia.

405

Que tive por tentar
Caminho mais diverso
E sigo assim imerso
Na busca deste amar
E nele em céu e mar
Vencer este universo
E quando me disperso
Em ti vou me encontrar
Perpetuando em mim
O amor que sei enfim
Depois de tantos anos,
Ausente dos meus dias
Em turvas agonias
Agora em novos planos.


406


A melhor coisa em minha
Dorida e amarga vida
Por vezes tão sofrida
Aonde nada vinha
Foi ter quem se avizinha
E dita uma saída
À sorte destruída
Que outrora me retinha,
Agora em passo firme
No amor que se confirme
E trame novo encanto,
Eu sei e deste tanto
Desejo reafirme
Em glória o que hoje canto.

407

De tudo o que sonhei
Apenas marcas levo
E sei quanto é longevo
O medo em dura lei,
Mas quando imaginei
E assim até já cevo
O amor onde me atrevo
Vencer o que passei,
Servindo ao magistral
Desejo em paz real
Não tenho o que temer,
Adentro o paraíso
E sei no teu sorriso
Também o meu prazer.

408

Tu és este brilhar
De um sol que me apascente
Por mais que tão freqüente
A dor pude notar,
Na força de um amar
Vivendo e mais contente
Sentido que sou gente
E nada irá calar
A voz de quem se atreve
E vence frio e neve
E leve continua
Depois da tempestade
Beber a claridade
Imensa desta lua.

409


Que trago no meu peito
Depois de tanto medo
O sonho onde procedo
E atento em paz me deito
O corpo satisfeito
Adentra novo enredo
E sabe desde cedo
Até quando no leito
Do tanto que procuro
E sei do céu escuro
Aonde caminhara
Agora ao ver o brilho
Da estrela onde palmilho
A vida se faz clara.

410


Das glórias que carrego
Na vida sem defesas
Além das fortalezas
Alimentar meu ego
No tempo em que navego
Em bravas correntezas
Em rumos e incertezas
O amor onde me entrego
Não temo o que virá
E sei que aqui ou lá
O tanto se persiste
No fato mais perfeito
Do amor onde deleito
E sei que em nós existe.

411

Ao me lembrar de ti
Durante a vida amarga
A sorte não me larga
Depois que eu percebi
E tanto conheci
A voz agora embarga
Vivendo sempre à larga
O amor que sei aqui.
Aprendo dia a dia
E nisto eu poderia
Sentir o benfazejo
Caminho aonde vago
E sei que em cada afago
O mundo claro eu vejo.

412


Querida, não me deixes
A vida não se faz
Sequer conhece a paz
Nem luz em vários feixes
Se tu não mais quiseres
O amor quando se trama
Não sabe de outra chama
Banquete sem talheres?
No rito costumeiro
Bendigo a minha sorte
Em ti o meu suporte
O rumo verdadeiro
No quanto pude e tento
Amar em raro alento.


413


Preciso de teu passo
E nele me redimo
Assim enfrento o limo
E o rumo mesmo traço
Sem ter qualquer cansaço
Assim eu tanto estimo
O amor que agora eu primo
Por grande e farto espaço
No peito enamorado
Depois de desolado
Arcando com vazios
E tanto agora creio
No amor sem ter rodeio
E nele ausentes frios.

414


Nós compartilharemos
Até quem sabe a morte
Do amor que nos conforte
E traz em si os remos
E assim navegaremos
Cerzindo o nosso norte
Mantendo o claro aporte
Porquanto nós vivemos
A fábula feliz
Do amor que tanto quis
E agora sei só meu,
A messe mais bendita
A que se necessita
Meu mundo conheceu.

415

Até o fim da vida
Não vejo mais nem como
Saber de novo tomo
A história já relida
E nela se percebe
O fim em paz e luta
E nada mais reluta
Enfrenta qualquer sebe,
E resolutamente
Seguindo passo a passo
O rumo em ti eu traço
No quanto se apresente
Cenário mais tranqüilo
Aonde ora desfilo.


416


Tu foste iluminada
No sol que tanto dita
A sorte mais bonita
E nesta nossa estrada
A benção demonstrada
Expressa e necessita
Da luz quando infinita
Tomando toda a estada
De um coração audaz
Que agora já se faz
Imenso e sem temor,
Vibrando em consonância
A vida nesta estância
É feita em raro amor.

417




A mão que te esculpiu
Gerando esta beleza
Eu sei que com certeza
Num ato mais gentil
No quanto te cerziu
Gerou a fortaleza
Do amor que sem surpresa
O coração previu.
Restando deste encanto
O quanto te garanto
Jamais terminaria
Assim ao me entregar
Sem medo de te amar,
Eu vejo um novo dia.

418

Tu me tens feito tanto
E ao mesmo tempo negas
A vida segue às cegas
Futuro; eu não garanto
Ao mesmo tempo canto
Em mágicas entrega
Depois vais e navegas
Restando a mim quebranto.
Amor por conta disso
Um solo movediço
Não sabe o que fazer,
De dia tanta intriga
A noite se desdiga
Num mar pleno em prazer.

419


Só posso agradecer
Os dias que vivemos
E nisto nós sabemos
As tramas do querer
Enquanto posso ver
Ou mesmo crer nos remos
Além naufragaremos
Num mar de bom prazer,
Mas quando a vida trama
Além da frágua e chama
Inundações diversas,
Em tantos oceanos
Esquecemos os danos
E logo desconversas.

420

Durante quase toda
A vida não pudera
Conter a dor mais fera
E o tempo tanto roda,
No quanto a vida açoda
E mesmo destempera
Ou quando degenera
Prepara nova poda,
Floresce depois disto
E tanto que persisto
Na primavera em nós
Que aquela dor imensa
Por vezes nos convença
Da paz em comum foz.

421

Andei por tantas sendas
Buscando tão somente
O grão, nossa semente
Aonde tanto atendas
E saibas e desvendas
O quanto se aparente
Ou até se apresente
Ainda quando estendas
As mãos em plena paz,
Mas logo assim se faz
O fim desta promessa
E o quadro em amor guerra
Aos poucos se descerra
E o todo recomeça.

422

Agora que encontrei
Em ti o quanto quis
E sei se sou feliz
Ou nada levarei
Do pouco que entranhei
O corte, a cicatriz
O amor quando aprendiz
Gestara a sua lei,
E arisco este moleque
Abrindo novo leque
Adentra os vendavais,
Depois busca a bonança
Às vezes não se cansa
Buscando muito mais.


423

Nos braços desta amiga
Que eu possa descansar
Sorver todo o luar
Depois de tanta intriga,
O quanto se prossiga
No imenso caminhar
E mesmo a divagar
Além do que eu persiga,
O risco após a porta
A natureza morta
A mão de Deus em paz,
E o amor que tanto quer
Sem ter um bem sequer
Às vezes é mordaz.

424

Viver passou a ter
Apenas um segredo
Aonde eu me concedo
Se eu tenho ou não prazer,
No quanto posso ver
O amor agora ledo
E nele sem degredo
Aprendo a conviver
Com ares e tempestas
Com dores, risos, festas
Em tantas noites vagas
Depois tão mansamente
Enquanto me atormente
Ao mesmo tempo afagas.


425

A vida, refeição
Da qual eu não me furto
E mesmo em qualquer surto
De guerra ou diversão,
Eu tento novamente
Sem medo e sem fastio
O tanto desafio
E gero nova mente
Descrente do futuro
Ou nele em plena aposta
O quanto já se gosta
No canto em que procuro
Transcende à própria vida
Vedando traz saída.

426

Não sei se tu percebes,
Porém seguindo alheio
Ao quanto fosse veio
E penetrando em sebes
Diversas, nobres, plebes,
Mas sempre sem receio
O coração anseio
E busco o que recebes;
No fundo amor nos guia
E quando a fantasia
Reinando sobre tudo,
Por vezes eu me iludo
Ou não, conforme o caso,
Porém de ti me aprazo.

427

Sorriso já voltou
Na face de quem tanto
Vencera ou num quebranto
Aos poucos se deixou
Levar e não notou
O passo que adianto
O medo diz do manto
Que a sorte desbotou.
O amor gerando a paz
Ou mesmo quando traz
Diversa sensação,
Explode em tom maios
E pleno de suor
Mergulha sem senão.


428

Ganhando uma amizade
Após as tantas brigas
E quando além prossigas
No amor que nos invade
O todo em qualidade
A vida; não consigas
Vencer as duras vigas
E nelas liberdade.
Resumo em verso e prosa
O quanto majestosa
A sorte em tal matiz,
E sei que sendo assim
Vagando de onde vim
Ao fim serei feliz.

429

O velho coração
Cansado de sofrer
Devora em bem querer
Os dias que virão,
Viva navegação
E nela passo a ver
O porto onde o viver
Gerasse a gratidão,
Mecânicas diversas
E nelas não dispersas
O amor que nos preside,
O tanto quando incide
A luz em tons sutis
É tudo o quanto eu quis.

430


E digo a todo mundo
O tanto que eu anseio
O amor no quanto veio
E nele me aprofundo
Se dele agora inundo
E bebo sem receio,
Outrora em devaneio
O sonho vagabundo.
Mas quero muito além
Do tanto que contém
O peito enamorado,
Viver a plenitude,
Mesmo quando se ilude
Ou traz um novo fado.

431

Que nessa dura vida
Depois do temporal
O mundo bem ou mal
A sorte desprovida
E mesmo que admitida
Em ar duro ou venal
Procura desigual
Caminho em rara ermida,
Rescindo este contrato
Aonde me desato
E gero novo rumo,
No amor que tanto tento
Viver o mais atento
Aos poucos me resumo.

432

Mergulhando nos mares
Diversos da emoção
Momentos que virão
E nele se notares
Verás falsos altares
Total profanação
Sem ter outra estação
Os mesmos vãos lugares.
Aprendo com o amor
A discernir a cor
De o tanto que inda resto
Embora a cada gesto
O todo se compor
A cada instante atesto.

433


Em busca da sereia
Tritão se faz alheio
Ao quanto em novo veio
A vida traz à areia
A fúria que incendeia
O mar onde permeio
Em gozo ou devaneio
E tento noutra teia
Tecer minha esperança
E nela já se alcança
O amor em plena ação,
Assim em mar imenso
Enquanto nela eu penso,
O tempo em viração.

434

Encontro, nos teus braços,
O quanto pude ainda
Enquanto a sorte brinda
Em passos ermos, laços
Diversos embaraços
Na teia onde deslinda
A solidão que, infinda
Ditando os seus espaços,
Mas quando amor se traz
Na fúria mais audaz
De quem deseja um dia
Ao menos mais feliz,
Encontro onde desfiz
A frágua em que se ateia.

435

Que sempre, nesses mares,
Diversos do meu rio
Aonde desafio
Além destes luares
Por onde mal notares
O amor que por um fio
Ausenta-se no estio
E vaga em vãos lugares.
Assíduo companheiro
E nele o mensageiro
De deuses e demônios,
Além dos tais hormônios
Amor ditando a sorte
Que mate ou nos conforte.

436

O sorriso gentil
Da amada quando sonha
Além a vida enfronha
E traça o que não viu.
O parto, o manto, o vil
Aspecto onde a medonha
Verdade já se ponha
Ou mesmo se previu,
Revela outro caminho
Deveras tão daninho
Ausente algum canteiro,
Mas quando vejo amor
E nele cevo a flor,
O sonho é verdadeiro.


437

A voz melodiosa
De um canto aonde um dia
O amor não cessaria
Estrada generosa
E nela a torporosa
Canção em harmonia
Ditando esta alegria
Ou mesmo espinho e rosa,
Pudesse ter além
Do quanto ainda vem
Rescaldo de um momento
Aonde com ternura
A sorte se procura
E nisto eu me alimento.


438

O manto das estrelas
Cobrindo mansamente
Quem tanto se apresente
Ao menos ao contê-las
Pudesse percebê-las
Além do quanto tente
E amar sendo freqüente
Deveras embebê-las
Na glória constelar
Aonde mergulhar
Em ânsias sem igual,
Vagando sem destino
Amor onde fascino
Invade o sideral.


439


Amansa calmamente
O coração febril
De quem nunca anteviu
O que jamais se ausente
No tanto ou penitente
O canto mais sutil
Encanto que se viu
No corpo onde freqüente
Amor sem ter medidas
Reinando sobre as vidas
Tomando o barco e o leme,
Quem sabe deste tanto
Deveras adianto
Na vida nada teme.


440

Que veio dos espaços
Os sonhos mais diversos
E neles os meus versos
Ditando velhos traços,
Resumo em meus cantares
Os olhos no horizonte
Buscando onde desponte
O amor que me entregares
E nele se traçando
Um novo e claro dia
Aonde eu poderia
Em ar suave e brando
Rever a minha história
Quem sabe, ao fim, a glória?


441

Trazendo no sorriso
Apenas o que tento
Vencer o sofrimento
Num passo mais preciso,
Diverso e até conciso
O risco em desalento
O mar onde freqüento
Risonho paraíso,
O tanto que se fez
E nele em altivez
Amor mergulha e doma,
O corpo se nutrindo
Do instante claro e lindo
Além de mera soma.


442

Agora nos teus braços
Depois de tantos anos,
Erráticos os planos
Os ermos velhos lassos,
Resumo em poesia
O tanto que te quis
E agora sou feliz
Bebendo esta utopia
Gerando um canto alegre
E nele outro caminho,
Se um dia fui sozinho
A sorte agora integre
O passo de quem vaga
Curando a dor e a chaga.


443


O mundo se promete
Sem nada a nos cobrar
Senão no caminhar
Aonde se arremete,
Se um dia fui grumete
Aprendo a navegar
Ganhando o imenso amar
Num fato onde repete
A sorte de outra dita
Agora necessita
Apenas mansidão,
O pranto e o farto medo,
Se amor eu te concedo,
Os sonhos mudarão.


444


Depois de tantas lutas,
Cansados deste vago
Na busca de algum lago
Aonde não relutas
E logo tu desfrutas
Carinho e em cada afago
O olhar sereno e mago,
As cenas nãos mais brutas
Os ermos deste encanto
E quando eu me adianto
Em luz atemporal
Eu sigo e não me canso
Buscando este remanso
Do amor consensual.

445

De amores e de luzes
O sonho mais fecundo
Aonde me aprofundo
E tanto reproduzes
Momentos sem as cruzes
Num ermo vagabundo
Girando pelo mundo
E nisto me conduzes
Gerando em passo imenso
O amor onde compenso
As dores de outras eras,
Somando além do todo,
O quanto fora lodo
Gestando primaveras.

446

Pergunto sem resposta
A quem puder me ouvir
Se às vezes há por vir
Aonde a sorte exposta
Não mostra e se desgosta
Do quanto faz sentir
Marcando ou impedir
Que tenha alguma aposta
No amor onde se molda
O todo que se solda
Em firme congruência,
No tanto ou pouco mais,
Enfrento os tão venais
Delírios em clemência.

447

Por que me detiveste
Depois de tantos dias
Aonde não sabias
Sequer o quanto agreste
O mundo que me deste
Em dores e agonias
Agora em fantasias
O medo se desveste,
E rumo ao grande amor
Embora saiba bem
Dos ermos que contêm
Em gozo e dissabor,
Mas quero e nada impede
Amor que não se mede.


448

Agora não me sai
Sequer do olhar atento
O mundo aonde invento
E sei quanto não trai
Quem luta e sem descanso
Vagando noite imensa
Encontra a recompensa
No braço onde eu alcanço
A intensa floração
Do amor em nova senda
E nisto já se entenda
A vida sem o vão
Abismo que eu criara
Em mim, como uma escara.

449

Sem teus braços, me sinto
Vagando pelo nada
E tento nova estada
E mesmo estando extinto
O sonho onde me pinto
Ou rumo em desolada
Manhã já destroçada
Num tempo em sangue, tinto.
Mas quando amor refaz
O todo e molda a paz
Aonde a guerra havia,
Restando solitário
O medo em passo vário
Explode em poesia.


450

Nos tempos mais felizes
Aonde eu me entreguei
À bela e nobre grei
E nela já me dizes
De antigas cicatrizes
Por onde caminhei
E nada mais terei
Sequer as velhas crises,
Singrando em amor puro
E nele eu já procuro
Apenas mansidão,
Depois de tantos erros
A vida em tais desterros
Traçando a solução.


451

Jornadas pelos mares
Diversos do meu eu,
Aonde se escondeu
O quanto procurares
E nestes vãos lugares
O canto se esqueceu
E o mundo se verteu
Gerando os seus altares,
Aprendo com a queda
E nada mais se veda
Nem mesmo o labirinto
Do amor que agora entranho
Deveras dita o ganho
A paz, enfim, pressinto.

452

A lua se escondendo
Em brumas, nuvens, medos,
Assim os meus degredos
A vida me envolvendo
E sem qualquer adendo
Resumo os meus segredos
Em dias mortos, ledos
Ausência enfim desvendo.
Porém no amor maior
Resisto e sei de cor
Os vários caminhares
Porquanto tu notares
O quanto sempre anseio
Em ti, da messe, o veio.


453

Guardando seu sorriso
Eu tento imaginar
Aonde te encontrar
Num passo mais preciso,
E tanto em prejuízo
A vida a se mostrar
Na ausência de um lugar
Deveras mais conciso,
E sei que apenas isto,
O amor no qual persisto
Talvez redima o fato
E nele me retrato
Vencendo os meus tormentos
Em olhos mais atentos.

454


Depois chegou a noite
E nela o vento frio
Aonde desafio
O corte que me açoite
E vejo o quanto posso
Vencer o medo enquanto
O passo até garanto
Não sendo mais destroço
O quase ser feliz
Já não suporto mais
Ou tantos vendavais
Ou tudo o que mais quis,
Não tendo mais medida
Amor regendo a vida.


455

Ruíram meus castelos
Depois dos terremotos
E dias mais remotos
Outrora fossem belos
E neles o que tento
Ainda acreditar
Na força do luar
Na mansidão do vento,
Quem sabe noutra face
O amor seja infinito
E quando eu acredito
Assim também já grasse
No peito de quem sonha
A vida mais risonha.


456


Os beijos tão amargos
De quem se fez ausente
E agora até que tente
Em dias longos, largos
Vencer os temporais
E crer nesta bonança
Aonde a paz alcança
E dita o nunca mais,
Mas sei quanto é sutil
O tempo em duro outono,
Assim neste abandono
O mundo já me viu,
Quem sabe em mundo vão
Um amor temporão?


457

Invadiram marcaram;
Feriram quem puderam
E quando desesperam
Os dias escancaram
Ausências e temores
Terríveis medos; vejo,
Porém no benfazejo
Caminho dos amores
Matiz em tom mais claro
Aonde foram grises
Permitam pós as crises
O amor que ora declaro
E tramas no teu sonho
E nele o meu componho.


458

Depois cicatrizando
As tantas vãs feridas
E nelas percebidas
Um dia bem mais brando
Quem sabe, desfiando
Aonde não agridas
As horas concebidas
Os medos, ledo bando
Vagando sem destino,
No amor se me alucino
Encontro a provisão
Que tanto imaginara
E nela a sorte rara
Ditando outra estação.

459

Tu chegas e pergunto
Porquanto me cabia
Saber se mesmo o dia
Traria ora em conjunto
O mesmo ou novo assunto
Aonde a poesia
Pudesse e me daria
Seguindo sempre junto
A quem se fez além
Do todo que convém
Lutando por um tempo
E nele em contratempo
A sorte nega a messe
Que amor, teimando, tece.

460


Eu peço tanto a Deus
Apenas um momento
E nele me alimento
Sem ter sequer adeus
Vagando em duros breus
Diversos sofrimentos
E quando os pensamentos
Também já forem teus
Quem sabe neste tanto
Amor onde eu garanto
Um dia mais tranqüilo
Deveras nos domine
E assim tanto fascine
Nos ermos que desfilo.

461


E deixe que eu prossiga
Depois da tempestade
O quanto ainda agrade
A sorte tanto amiga
De quem quer e consiga
Enfim a liberdade
Viver felicidade
A sorte em firme viga,
Riscando assim meu passo
No quanto ainda faço
Dos tantos que procuro,
O amor onde se trama
E nele em plena chama
O dia nunca escuro.

462

Nascida desse amor
A vida não teria
Sequer outra harmonia
E mesmo em clara cor
Viceja este esplendor
Além da teoria
No quanto poderia
Vencer o dissabor
Assim ao ter em nós
Mantendo a mesma voz
O sonho mais audaz,
O manto se descobre
E o coração mais nobre
Agora em plena paz.

463


E nega por si só
O corte, o medo e a fúria
O amor sem mais lamúria
Jamais se faz do pó,
E tento outro segredo
Segrego a tempestade
Na sorte que me invade
No passo onde concedo
Além de meramente
O todo se transforma
E nesta bela forma
Amor nunca desmente
E vive em paz e tento
Senti-lo em brando vento.

464


Eu peço tanto ou mais
O quanto poderia
Viver em alegria
Em tais mananciais
Do amor em rituais
Na noite outrora fria
Agora a poesia
Invade os meus portais
E doma com nobreza
O quanto fora presa
Da sorte em ar nefando,
Amar é ter no olhar
Além do imaginar
O mundo transformando.

465


Para que eu possa crer
Nos dias mais diversos
E neles os meus versos
Ditames do prazer
Trouxessem teu querer
Reinando aonde imersos
Presumo os universos
Que tanto quis poder,
Sentir o amor enfim
E tê-lo dentro em mim
Redime cada engodo,
E tantas vezes sinto
Enquanto estava extinto
Imenso e como um todo.

466

Que eu seja nessa vida
Além de um mero sonho
No verso que componho
Quem sabe uma saída
Ou mesmo não me agrida
O mundo atroz, medonho
E quando for risonho
Na sorte presumida
Permita outro caminho
E nele me avizinho
Enquanto em versos sigo
O manto mais sagrado
Do amor imaginado
E nele o vento amigo.

467

Pretendendo evitar
A queda aonde um dia
Pensara em poesia
Ou mesmo num luar,
O amor a se tomar
E nele poderia
Vencer a hipocrisia
Sem ter que nem lutar,
Vestindo esta beleza
Em ares de nobreza
O coração se faz
Além do que mais pude
Trazendo a juventude
E o passo mais audaz.

468

Eu peço tanto a quem
Pudesse me trazer
Além do bem querer
O todo que contém
O manto noutro alguém
E neste belo ser
O amor fortalecer
Gerando eterno bem,
O risco eu deixo atrás
O manto em gozo e paz
Agora toma a cena,
Amor se traz encanto
E nisto me adianto
A vida é mais serena.


469

Que o sonho mais sofrido
Deveras não nos tome,
E quando a sorte dome
Gerando outro sentido
O tempo dolorido
Aos poucos já se some,
No amor ausente fome
No olhar sonho assumido.
O canto em liberdade
O céu e a claridade
Igualitária senda
Aonde se progrida
E torne nossa vida
No amor que a tudo atenda.

470


O sonho de viver
O amor sem medo agora
No quanto já se aflora
E sinto amanhecer
O canto a se tecer
A vida que demora
No peito onde se ancora
As sendas do querer,
Resumo em verso e canto
O tanto que garanto
Ou mesmo além de tudo,
Restando dentro em mim
O amor que quero e enfim
Com ele, eu me transmudo.

471

E tenha, todo dia
Além do mais constante
Caminho onde garante
O canto e a poesia
Vestindo esta alegria
E nela doravante
Viver o que adiante
O mundo onde tecia
A sorte mais ousada
Em luz irradiada
Tomada pelo imenso
Delírio em claridade
No amor que nos agrade
Eu tanto quero e penso.


472

Embora tanto tempo
Não possa saciar
Vontade de luar
Ou mesmo contratempo
Resumo em verso e canto
O todo onde pudera
Apascentar a fera
E sem qualquer espanto
Vestir tal fantasia
Por tanto que te quero
E sendo mais sincero
Amor não negaria
O todo que aprouver
No olhar desta mulher.


473

Nas preces que dedico
E tento discernir
O amor como elixir
E nele sendo rico
O tanto que me explico
Ou mesmo hei de pedir
Enquanto te sentir
O canto eu glorifico,
Razões para a promessa
Do amor que se professa
Sem medo ou sem pudor,
Vencidas correntezas,
As sortes sem surpresas
A vida em teu calor.


474


É tão tarde amor
A noite em madrugada
Somente na calada
A ausência de temor,
O corte, o medo e a flor
A vida em tal florada
Manhã já desvendada
E o gozo sem pudor,
Açoda-nos delírios
E deixo os velhos lírios
Deste jardim ausente
Marcados numa instância
Aonde em discrepância
O amor nos alimente.

475

A noite está tão fria
Na ausência de quem tanto
Pensara e te garanto
Agora não veria,
O manto recobria
A vida em tal quebranto
E nisto em vago espanto
Restando esta agonia.
Mas quando amor impera
E rege a primavera
Traçando outro cenário,
O quanto fora ausente
Agora se fomente
Além do imaginário.


476

Minha alma na tua alma
O tempo noutra face
Aonde quer que eu grasse
Lembrança em paz me acalma
E gera esta constante
E sóbria maravilha
E nela a sorte trilha
Num passo que adiante
Vertendo em claridade
O quanto pude outrora
A vida agora ancora
No quanto mais agrade
E sei do manso cais
Após os temporais.

477

Depois que te encontrei
Já não pudera ver
O quanto em desprazer
Havia em tosca lei
E quando poderei
Sentir o teu querer
E nele todo o ser
Em paz eu mergulhei
Ourives da promessa
Amor sempre se expressa
Em voz forte e potente,
No quanto que desejo
Além do benfazejo
Delírio onde se atente.

478

Eu vejo pelos olhos
Reflexos dos desejos
E neles são sobejos
Canteiros sem abrolhos,
As urzes e as daninhas
Comuns no meu jardim,
Agora vejo enfim
Que não serão mais minhas,
Restando esta promessa
De um novo alvorecer
E nele o florescer
Aos poucos recomeça
E a primavera em paz
Que amor trama e nos traz.


479

Nos olhos da esperança
O canto da promessa
E nisto se confessa
O amor quando se lança
E vence em confiança
E assim na paz se expressa
Vagando sem ter pressa
E dita a vida mansa,
Arcando com meu sonho
No encanto em que componho
O verso mais feliz,
Eu vejo a sorte imensa
E nela se compensa
O amor que eu sempre quis.


480


As dores no meu peito
Não deixam que se veja
A sorte benfazeja
Assim quando me deito
Deveras me deleito
E a sorte que se almeja
No fundo sempre seja
Do amor mais que perfeito,
Acordo e te pressinto
Vagando em sonho e instinto
Restando em abandono,
O corpo busca a foz
Procura tão atroz
Após o manso sono.

481


Meu mundo no teu mundo
Reflete o que eu pudera
Sabendo o quanto espera
Um peito vagabundo
E quando me aprofundo
Nas ânsias da quimera
O corte se tempera
E nele me confundo,
Mas quando amor se traz
Em farta e rara paz
Resume a vida inteira
Num ato mais tranqüilo
O todo já desfilo
Aonde amor me queira.


482

E quando a solidão
Deitando sobre nós
Transfere a vida após
E nega a direção,
As horas, o sermão
O manto em tom atroz
A fúria de um algoz
O mundo em negação,
Porém amor redime
E gesta este sublime
Caminho e imirjo além
Do quanto me continha
A noite sendo minha
O amor deveras vem.

483

Lembro-me deste olhar
Além noutro horizonte
Aonde desaponte
O mundo a trafegar
As ânsias a vagar
Quem tanto quer a fonte
E nada mais confronte
Senão tentando amar,
O raio luminoso
Do olhar maravilho
Perdido sem destino,
Mas quando a vejo assim,
O amor reinando em mim,
Vontade eu não domino.


484

Sinto que nessa vida
Depois de tanta luta
A sorte não reluta
E tanto quanto acida
Permite a despedida
E mesmo sendo astuta
A sina não desfruta
Dos bens desta saída,
E busca claramente
Amor que ainda tente
Vencer os meus temores,
E nesta poda eu vejo
O sonho mais sobejo
Gerando novas flores.


485

Pois trazes minha sina
Em riscos e falácias
E quando em tais audácias
A messe não domina,
Fortunas tão diversas
E nelas não se vendo
Além deste remendo
Aonde teimas, versas
E tendo outro caminho
Perpetuando a luz,
No quanto se conduz
Por vezes mais daninho,
Mas quando o amor me invade
Não vejo qualquer grade.

486

Mas saiba que a saudade
Não deixa mais um rastro
E além quando me alastro
O coração mais brade
E gere na verdade
O sonho como um lastro
Cinzel neste alabastro
Gestando claridade
Eu quero e te prometo
O amor, outro soneto,
Quem sabe a melodia
Por quanto sou feliz
E amor não contradiz
O quanto se queria.

487


Por isso fique aqui
E saiba da verdade
Do amor quando me invade
Trazendo o que eu perdi,
No tanto conheci
O manto em liberdade
Regendo a claridade
Que sei haver em ti,
Fortuna, dita, messe
O passo se obedece
Traduz outro cenário,
Amor é necessário
E vence este corsário
E o norte não esquece.

488

Espero que te encontre
Após a tempestade
O amor quando me invade
Ou mesmo desencontre
O rumo aonde vá
E trace sem sentido
O tempo resumido
No quanto ou desde já
Vestindo esta mortalha
Resisto o quanto posso,
Mas sendo o amor tão nosso
A vida em si batalha
E doura meu caminho
Matando algum daninho.


489


Envolta nessa luz
Que tanto me irradias
Gerando as fantasias
E nisto já me pus
Sentindo em contraluz
As tantas agonias
De velhos, torpes dias,
O quanto não seduz,
Meu passo rumo ao farto
E nada mais descarto
Nem mesmo a ingratidão,
Mas quando o amor alcanço
Eu sinto este remanso
E as horas que virão.

490


Sabendo que trarei
A paz a cada verso
No quanto vou imerso
Vagando em tua grei
E assim comemorei
O amor neste universo
Aonde de perverso
Em paz renovarei,
Galgando muito além
Eu sei que sempre tem
O amor este poder,
E nada mais sossega
Uma alma outrora cega
Que agora passa a ver.

491


Que nasce do meu peito
A sorte mais audaz
E nela tanto traz
O canto onde me deito
No gozo mais perfeito
Caminho em plena paz,
O risco não se faz
Se em ti eu sou aceito,
Eu quero esta benesse
No amor que estabelece
O passo rumo ao tanto,
E nesta imensidão
As horas mostrarão
O sonho que garanto.


492

Não quero mais viver
A ausência dolorida
Há tanto pressentida
Na ausência de um querer,
O quanto em ti quis ver
Além da própria vida
A glória resumida
Nas tramas de um prazer
Que seja além do sonho
Do verso que componho,
Realidade intensa,
Assim qualquer degredo
Ou mesmo desenredo
Amor deveras vença.

493

Em cada novo canto
Que possa ainda em nós
Reinar e ditar voz
E assim já não me espanto
No passo que adianto
Em rumo à mesma foz
Deixando além o atroz
Caminho de um quebranto,
Necessitando apenas
As horas mais serenas
Condenas ao delírio
Quem tanto num martírio
Vivera e agora tem
No amor, o imenso bem.

494

Percebo que viver
Sem ter qualquer temor
E crendo neste amor
Aonde converter
O rumo do meu ser
Num ar alentador
No olhar o refletor
De um raro amanhecer
Assim em ti farol
E tomas o arrebol
Com força imensa e domas
Os medos que eu trazia
A vida em sincronia
Gerando mais que somas.


495

Deixa-me cada vez
Feliz quando te vejo
E sei do benfazejo
Caminho aonde vês
O sol que tanto crês
E sei quanto este ensejo
Traduz nosso desejo
Imensa insensatez
Beijar a tua pele
Ao tanto me compele
E sou bem mais audaz,
No amor sem ter medida,
Assim a minha vida
Encontra em ti a paz.

496

Da beleza que adentra
No olhar quando procura
Em noite mesmo escura
O amor doma e concentra
A força mais sobeja
E nesta sorte creio
Vencendo algum receio
O quanto se deseja
Amar e ser feliz
Cerzindo em luz intensa
O quanto nos compensa
O sonho aonde eu fiz
Meu Eldorado em ti
E nisto eu me perdi.


497

Da alegria que insere
O sonho em vida e fonte
O quanto já desponte
Nem mesmo se interfere
O medo destempere
E parta a velha ponte,
Reinando no horizonte
O sol que também fere.
Amar e ter certeza
De um dia mais contente
Ou mesmo se fomente
O manto em tal nobreza
Reinando em paz ou guerra
O amor já nos encerra.

498


Viver da fantasia
E ter no olhar o brilho
Nas tramas onde trilho
O sol dominaria
Gerando em alegria
O canto em estribilho,
Jamais um empecilho,
O tanto impediria,
Eu te amo e na verdade
O quanto mais agrade
À voz de quem se entrega
Cenário mais bonito,
Agora eu necessito
E o sonho em mim navega.

499

Em tudo o coração
Trazendo em tom maior
O canto que de cor
Ditara esta canção
E sei desta ciranda
Aonde a lua deita
E quando satisfeita
O coração desanda
E marca num compasso
Diapasão dos sonhos
E neles os risonhos
Caminhos que ora traço,
Uníssona cantiga
Que enfim, amor consiga.

500

Permita que eu desfrute
Do todo ou mesmo um gole
Do amor quando se bole
E nunca mais relute
Vagando em fartas sendas
E nelas florescências
Trazendo em tais essências
Delírios onde entendas
A voz deste cantor
Que tanto te queria
E nela a poesia
Traçando em paz o amor,
Em nobres madrigais
Amores magistrais.

501


Bem mais que simples dia
Um lírico cantar
Trouxesse ao teu pomar
O encanto onde teria
A sorte em ousadia
O vento a nos tocar,
O sol, mesmo o luar
A mansa melodia
Em sintonia agora
O quanto nos decora
Em raio iridescente,
Viver esta emoção
E crer na decisão
Que em nós já se apresente.

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