domingo, 4 de julho de 2010

39901 até 40000

001

A manhã me trazendo
Olhar onde pudesse
Acreditar na prece
Aonde em dividendo
O mundo transcendendo
Ao quanto se obedece
Enquanto além se tece
O quadro sem remendo
Do mundo mais suave
Aonde sendo uma ave
Liberto coração
Galgando espaços sigo
E tendo em ti o abrigo
Caminho e direção.

002


E seus raios solares
Dourando este caminho
Aonde mais mesquinho
Pudesse em vãos altares
E neles onde estares
Vencer qualquer espinho
Um mundo mais daninho
Ou tantos maltratares,
Vagando pelo quanto
O tempo ora garanto
Vencendo os meus temores,
Restando dentro em mim
O mar que não tem fim,
Em raros bons albores.


003



Da abelha fecundando
A plena primavera
Aonde nada espera
Senão tal vento brando,
Mas quando em mim nublando
Além do quanto gera
A vida sempre fera
O mundo mais infando,
O pranto o medo o vento
E nisto ainda tento
Cerzir novo caminho,
Mas quando me percebo
Apenas eu recebo
A dor, a pedra e o espinho.

004

Na eterna primavera
Aonde quis um dia
A mansa melodia
E nada mais tempera
A sorte, o corte a fera
O peso mostraria
O canto em agonia
E a vida desespera
Ausente da esperança
O corte já me alcança
E poda qualquer luz,
O risco ora se espalha
Sou campo de batalha
E feito em morte e pus.

005

A manhã, companheira
Dos sonhos mais audazes
E nele não me trazes
Senão velha ladeira
Aonde a derradeira
Loucura em tais mordazes
Caminhos vãos tenazes
Estendes a bandeira,
Restando muito pouco
E quando quase louco
Ainda tento a sorte,
Sem nada à minha frente
Apenas me contente
Saber da minha morte.

006



Refaz a nossa vida
A queda ou mesmo o medo,
E quando assim procedo
No quanto não duvida
Ou mesmo agora acida
O risco, o tempo ledo,
Não tendo outro segredo
Não vejo mais saída,
Tristeza diz da sorte
E quando não comporte
O tempo nega a luz,
O vasto caminhar
Agora sem lugar
O fim já reproduz.

007



Para os noturnos medos
Os olhos são vazios
E os tantos desafios
Agora em ritos ledos,
Ourives da ilusão
Poeta poderia
Gerar um novo dia,
Mas morto desde então
Suplica pela paz
E nada mais se vendo
Apenas o remendo
Dorido e tão mordaz
Restando o que inda vejo
Aquém do meu desejo.

008


Abrindo a porta, fecha
A sorte a quem se dera
Na fúria de uma espera
A dor é como flecha,
O risco em tênue mecha
A volta não tempera
E mata a primavera
Aonde a sorte flecha
E rasga esta promessa
O nada recomeça
Emana insensatez
O verso sem mais nexo
O rito mais complexo
O todo se desfez.

009


Há tanta coisa mais
Do que mero sonhar
E busco noutro mar
Quem sabe novo cais,
Enfrento os desiguais
Caminhos, navegar
Vencido e sem singrar
Os tempos vendavais,
Restando esta ilusão
E nela a direção
Timão não conhecia,
Naufrágio sem defesas
Seguindo as correntezas
A noite é sempre fria.

010

Que acompanha os solares
Anseios de quem sabe
O quanto não lhe cabe
Sequer parcos lugares
E tanto relutares
E nisto já desabe
O medo que se gabe
Ou tanto engalanares
Com falsas pedrarias
E nelas não terias
As messes mais queridas,
Restando em poesias
As horas mais vazias
Assim também as vidas.

011


As libélulas, sonhos
De livre caminhar
Sem termo nem lugar
Sem sóis ou enfadonhos
Delírios tão medonhos
Nem mesmo onde aportar
Apenas revoar
Em céus turvos, risonhos,
Arisca tarde aonde
O tanto já se esconde
Responde a tal promessa
Aonde o vento leva
A vida não longeva
Sem medo se professa.

012



Nossa vida passando
Sem tempo para nada
Sem medo ou alvorada
Ou chuva desabando,
O coração em bando
A porta dita estrada
A vaga e tola estada
O manso se nublando
O corte o canto o peso,
Aonde fora ileso
Agora em cicatriz,
Detesto o que detenha
Ainda busco a lenha
Que a messe me desdiz.

013


Tristeza anestesia
O parto sonegado
A linha outro traçado
A morte noutro dia,
Cultura ou mais sangria
Versando no passado
O verso desenhado
No pranto ou na agonia,
Mudando vez em quando
O prego penetrando
A morte não traduz
O peso do sonhar
A falta de lugar
Ausência desta luz.

014


A manhã vem trazendo
A sorte mais mesquinha
E nela se adivinha
O corte sem remendo,
O beijo num adendo
O parto se avizinha
Da vida outrora minha
Agora em vão perdendo;
Medonha face exposta
Aonde quis resposta
Proposta não sabia
Sequer algum mistério
E vago sem critério
Bebendo a sacristia.


015


Dançando nas esferas
Vagando em contraluz
Aonde nada pus
Tampouco ainda esperas
E quando degeneras
O passo ou reproduz
O tempo gesta a luz
Ou mesmo destemperas.
Sidérea profusão
Em astros divergentes
Porquanto ainda tentes
Diversa dimensão
O farto o fado o sonho
E tudo eu decomponho.

016

As nuas melodias
Postergam a verdade
E quanto mais degrade
Em turvas heresias,
O quanto tu querias
A morte ora me invade
E gera a tempestade
E nela as agonias
Os dias guerrilheiros
Os olhos espinheiros
Campônio coração
Lavrando em verso apenas
O quanto ainda acenas
Em dias de verão.

017


Que fazem do horizonte
Apenas este espanto
Aonde nada canto
Nem mesmo já desponte
O dia aonde aponte
O rumo onde garanto
E mesmo me adianto
Mudando a velha fonte,
Pedindo em vã promessa
O todo se confessa
Fortunas entre sonhos,
Os riscos arco além
E sei do quanto me contém
Em ares mais medonhos.

018



E em plenas alegrias
Os medos não puderam
Vencer e desesperam
Matando o que querias
Em idiossincrasias
As sortes destemperam
E nada mais se geram
Aonde não havias,
A sorte se trucido
O tempo resolvido
O manto renegado,
Apenas não sou gado
E nisto esta colheita
A vida nunca aceita.

019



As Ruas e destinos
Os medos balas, trevas
Aonde tu me levas
Ausentes rumos tinos,
E sei destes meninos
Em turvas vagas levas
E quando a morte cevas
Assim são cristalinos
Os ermos mais servis
E neles nunca quis
Sequer a mera sombra,
Verdade se prefira,
Mas bebo esta mentira
Enquanto a vida assombra.


020


Realejos dos tempos
Aonde nada resta
O beijo não empresta
Sequer os contratempos

E digo aos quatro ventos
Quem possa persistir
Depois do meu porvir
Olhares mais atentos

Resumo em verso e canto
O todo que podia
A noite segue fria
E nela me garanto

À bala num fiasco,
O tempo em mero frasco.

021

Quem me dera se
O tanto prometido
Pudesse sem sentido
O quanto não se vê
Ainda sem por que
O corte presumido
O dia resumido
No quadro e nada crê
No forte bala ou mesmo
No quanto me ensimesmo
Buscando solução
E teimo mesmo a sina
Ainda que assassina
Em noites de verão.

022

Realizassem por
Canto ou tanto faz
O medo mais audaz
O farto desamor
E nisto recompor
O corte outro voraz
Anseio ou mais tenaz
Delírio onde propor
O vento noutra cena
A morte não apena
Somente quem temia
Eras diversas trago
E bebo deste afago
Matando qualquer dia.

023

Mas, nada , estou assim
Ao menos no piano
Olhando o desengano
Que existe dentro em mim,
Tocando o quase fim
E nele se me dano
O corte dita o pano
E vejo outro jardim
Aonde nada houvera
Sequer a primavera
E tudo se perdeu,
O pouco que me resta
A liberdade gesta
O mundo em medo e breu.


024


Sabendo que virás
Após estes mesquinhos
Delírios mais daninhos
Ausentes rumo e paz,
O tanto mais mordaz
O corte diz espinhos
Os versos velhos ninhos
O peso mais audaz,
E nada além da queda
Aonde o passo veda
E a morte se garante
Mudando a cada instante
O rumo da promessa
E nada mais confessa.


025

O brilho dessa vida,
Ausente plenamente
No quanto se apresente
E nada mais duvida
A estrada dividida
O corte se pressente
E nele a vida mente
Ou tanto já perdida
A liberdade enquanto
Ainda tento e canto
Resumo em verso e nada
A morte anunciada
E nela não me espanto
Apenas me adianto.

026

depois de tanto tempo,
durante a vida vaga
a sorte não afaga
e trama em contratempo
o quanto pude além
e nada se repete
enquanto não reflete
o passo nunca vem,
e a morte outra promessa
ainda não me nega
o quanto fora cega
a velha e vã remessa,
ferido e sem defesa
entregue, mera presa.

027

Revivendo invadindo
O tanto não pude
Senão mera atitude
Aonde não deslindo
Sequer o que inda brindo
E mesmo que isto mude
Atroz a juventude
E nela distraindo
O passo rumo ao quanto
Pudesse sem entanto
Saber de outro momento
Cantando inutilmente
Ainda que me invente
Apenas me atormento.

028

Trazendo, ao fim da história
O medo se seguir
O nada presumir
Senão esta vanglória
E nela sem memória
O tempo que há de vir
Presume sem sentir
A farsa da vitória
Negando o passo aonde
O todo já se esconde
E muda a cada ausência
E nisto a realidade
Traduz outra verdade
E nela a morte, essência...


029


AH! COMO EU PODERIA
Vencer os meus temores
Aonde além tu fores
Seguindo cada dia
E nele esta alegria
Ditando novas cores
Gerando belas flores
Em cantos de alegria
A sorte, o corte o medo
Além deste arremedo
E nada mais senão
A paz dentro de mim
A vida em teu jardim
Terras da promissão...

030


DA SENSAÇÃO CRUEL
Ausente se medito
E quando ao infinito
Vagando imenso céu,
Resumo mesmo ao léu
O canto assim bendito
E tanto necessito
O passo em risco e véu,
Ausento do vazio
E tento em desafio
Vencer os meus anseios,
Incensos dentro da alma
A lua que me acalma
Transcende aos próprios veios.

031

DIZER-TE QUE, SEM TI
Já nada mais faria
Senão a fantasia
E nela me embebi
O tanto que senti
Ou mesmo poderia
Viver em alegria
Além ou mesmo aqui,
Restando deste pouco
O quanto me treslouco
Ou tento a sorte e o carma,
Meu canto em paz agora
A vida quando aflora
O coração desarma.

032

VOU PROCURAR-TE EM TODA
Certeza em voz suave
E quando a dor agrave
O tempo não açoda
E gera sem a poda
Ainda a velha trave,
A liberdade uma ave
O medo gira e roda,
E o corte se profana
A face soberana
Do manto que se faz
E nele tanto audaz
O canto mais tenaz
Jamais à vida engana.

033

JAMAIS EU SABERIA
Vencer o meu temor
Não fosse recompor
Assim a melodia
E nela a sintonia
Ou canto em dissabor
O corte o medo e a dor
O manto cobriria
Com tanta luz em nós
E mesmo o mais atroz
Deveras gesta a luz
E tanto quanto pude
Ou mesmo em atitude
O nada me conduz.

034

INFORMAR A ESSE LOUCO
Caminho aonde quis
Decerto ser feliz
E sei o quanto é pouco
O risco de sonhar
E ter noutro delírio
Aquém deste martírio
Imenso e claro mar,
Pudesse ainda ver
O todo aonde imerso
Percorro e me disperso
Em ritos de prazer,
Vagando em paz agora
O todo já se aflora.

035


EM QUE CANTO, EM QUE RUA
Apenas pude ter
Olhando o meu querer
Que além tanto flutua
Ou nada ainda atua
E gera o não saber
Mergulho no teu ser
E bebo a face nua
Por ela consagrando
O dia bem mais brando
Aonde se transcende
Ao quanto se desvende
Em toda maravilha
Amor paz se polvilha.

036

EM QUE MUNDO ELE SOUBE
O quanto nada havia
Senão a fantasia
E nela nada coube
Resolvo a cada passo
O tanto quanto pude
Ainda esta atitude
Aonde o nada traço
E bebo em vinho e paz
O manto mais suave
E nisto nada entrave
O passo mais audaz,
Gerando a sorte aonde
O mundo já responde.

037

AGORA QUE AS PALAVRAS
São meras luminárias
E mesmo tais corsárias
Não negam nossas lavras
Eu quero e tenho em mim
O todo que se trama
Cevando medo e drama
Ou mesmo outro jardim,
Pudesse acreditar
No passo aonde um dia
O tempo poderia
Ainda navegar
Gerando a sorte e a messe
Aonde a luz se tece.

038

AGORA QUE MEU MUNDO
Não traz outro caminho
Senão velhusco vinho
E nele já me inundo
O tanto que aprofundo
O corte me adivinho
E tento ser vizinho
Do gozo mais profundo,
Vagando sem destino
Ainda me fascino
Tentando novo brilho
O risco de sonhar
O medo de tocar
O mesmo velho trilho.


039

QUANTO MAIS ME APROXIMO,
Do todo que pudera
Gerar a primavera
E vejo apenas limo,
O corte não estimo
E nego quem tempera
Ainda esta tapera
E nela me redimo
Do gozo mais audaz
Da ausência aonde traz
O tempo em solidão,
O risco o gozo e o corte
A sorte não comporte
Senão mesmo verão.


040

Mas sinto a angústias mais
Audaz quando se quer
O toque da mulher
E nada dos cristais
Gerando sem jamais
Saber o que vier
Ou mesmo se pude
Ainda em temporais.
Resumo o meu destino
Aonde me fascino
E beijo o vendaval
A vida não mergulha
Senão mera fagulha
Do mundo atemporal.

041

SE, QUANTO MAIS DE DOR,
O manto não trouxesse
Ainda a mansa prece
Ou canto alentador
Vagando como for
E nisto se obedece
O passo que merece
E gera nova flor,
O vento o risco e o riso
O passo ao paraíso
O manto não recobre
O prazo que se dá
E sinto desde já
O coração mais nobre.

042

SUPLICO, POR FAVOR,
Se ainda vejo a luz
E nela se produz
O manto em medo e dor,
O corte o dissabor
O risco em contraluz
O tanto aonde pus
O medo ou desamor,
Não temo o que virá
E sinto desde já
A queda anunciada
Trazendo para mim
O quanto ora sem fim
Pensara a velha estrada.

43

Bela estrela acendendo
Um raio divinal
Permite sem igual
Um caminho estupendo
O quanto me envolvendo
Num rito magistral
Vagando pelo astral
Recebo este estupendo
Delírio aonde eu tento
Vencer imenso vento
E sigo sem temores
Além do quanto pude
No máximo a amplitude
Risonha dos amores.

44

Em brisas, maciez,
O tanto quanto além
Do todo onde contém
Amor quando se fez
E nesta insensatez
O gesto sem desdém
O ritmo que convém
E nele sem talvez
Singrando o céu imenso
E quando em ti eu penso
Encontro especular
Caminho majestoso
Em rito pleno e gozo
Por onde navegar.

45


De tudo que sonhei
Durante a vida inteira
Agora a verdadeira
Imagem desvendei
E sei da bela grei
Por onde a derradeira
Manhã é mensageira
Do quanto me entreguei,
E tento novo alento
E quando assim invento
Um porto além do mar
O beijo da esperança
Aos poucos já me alcança
Permite então amar...

46


Senão o meu caminho
Depois de tantos danos
Por vezes desenganos
E sei que vou sozinho,
Adentro pedra e espinho
Puindo velhos panos,
E quando soberanos
Os ermos mais daninhos
Gestando em mim a dura
E farta desventura
Procuro algum sinal,
Do todo que pudera
E sei quanto me espera
Em ato terminal.

47


Estrela que soubera
Depois dos erros tantos,
E agora em seus encantos
A vida recupera
A fúria em primavera
E bebe em riscos, cantos
E gera além quebrantos
O mundo em clara esfera.
O parto o peso o risco,
O coração arrisco
E beijo a madrugada
Aonde nada além
Do tanto que convém
Traduz a minha estrada.


48


Transforma meu viver
No quanto quis outrora
E tudo se demora
No pouco a perceber
Em ti eu posso ver
A sombra que decora
O corte não aflora
E a morte em desprazer
Jamais seria minha
Aonde nada alinha
Houvera esta esperança
E quando a sorte traz
Além do que é capaz
O canto em paz te alcança.


49


Abraço tal estrela
Durante os meus sonhares
Por todos os lugares
Consigo em paz vivê-la,
Quem dera se ao retê-la
Ainda me tocares
E vendo os meus olhares
Também pudesses vê-la,
O todo que se fez
Em mansa insensatez
Agora me domando,
O dia se anuncia,
Porém a estrela guia
Em mim vai se internando.


50

Abraços nem sementes
Nem medos ou temores
Aonde tu te fores
Irei contigo e tentes
Vencer os penitentes
Caminhos, dissabores
Reinando sobre as flores
Olhos clarividentes
Sabendo ser assim
A cor deste jardim
E nele sou tal qual
O riso, o risco e a prece
E tudo se oferece
Em rito magistral.

51


Esqueço meu caminho
Por pedras e desvios
E sigo os mansos rios
Aonde me avizinho
E bebo sem espinho
O manto em desafios
Unindo pontos fios,
Do todo eu adivinho
O risco de sonhar
O gozo a me tomar
E o tanto que inda possa,
A sorte sendo nossa
O corte já não temo,
Sequer em nada algemo.

52


E nem amar a lua
Que tanto desejara
E agora esta seara
Em face exposta e nua
Também além flutua
E bebe a sorte clara
A vida se prepara
E a morte se cultua.
Não tendo outro cenário
Além do temerário
Caminho que penetro,
Quem dera fosse assim,
O mundo dentro em mim
Ausente servo e cetro.

53

Quem dera se pudesse
Saber de outra vertente
Aonde se apresente
A vida com benesse,
O tanto se obedece
Ainda que se invente
Um rito imprevidente
Ou mesmo a vida esquece
E gera o desvario
E assim me desafio
Buscando a solidão,
Mas sei quanto se dera
A vida noutra esfera
Gerando a afirmação.


54


Viver mesmo que, embora,
Não seja o que pretenda
A sorte mera lenda
Agora não vigora
O tempo não se explora
O risco da contenda
A morte na moenda
O beijo não demora,
O peso de sonhar
O conto a navegar
Histórias de além vida,
Preparo a cada não
A minha direção
Sabendo da saída...

55


A lua que te traz
Já levará, bem sei
E noutra bela grei
Também se faz audaz,
Assim serei capaz
E nisto me entranhei
Enquanto seguirei
O passo mesmo em paz,
Além da plenitude
O tanto quanto ilude
Gerando a imensidão
Porquanto ser feliz
Fazer o que bem quis
Luares mostrarão...

56

E nada mais fazer
Senão seguir o passo
Vagando pelo espaço
O quanto conceber
Do amor dito prazer
E nele se me traço
O rumo aonde faço
O dia sem querer,
Mergulho no vazio
E logo desafio
As sendas mais atrozes,
Assim de tantos riscos
Apenas os ariscos
Delírios ditam vozes.

57


Amor, que se fazendo
Do todo mais além
Ainda me contém
E nisto sem remendo
O sonho vai tecendo
E segue sem desdém
Do todo sou refém
E beijo este estupendo
Caminho aonde possa
Viver a mais que a fossa
A vida noutra face
E sendo sempre assim
Amor não quero o fim
Nem mesmo o que o desgrace.

58


Se torna quase mais
Que o tanto que pudera
Sabendo a primavera
E mesmo os vendavais
Além dos desiguais
Caminhos onde a espera
Aos poucos degenera
O quanto fora cais,
Resulto do meu verso
E nele vago imerso
Mentindo ou mais sonhando,
O manto se desvenda
E sei do amor qual lenda
Em tempo outrora brando.

59


De sonhos e de cantos
Os tantos quanto pude
Em toda plenitude
Viver em tais encantos,
Agora não me retenho
Senão esta verdade
E nela se degrade
O quanto mais ferrenho
Pudesse ainda crer
E nada além do dia
Aonde fantasia
O mundo em bel prazer,
Resumo o verso em vão,
Mas busco solução.

60


Ecoa no meu peito
O canto aonde um dia
Vivera esta alegria
E agora se me deito
Jamais vou satisfeito
O risco mudaria
A sorte em ironia
E tanto mata o pleito
Enquanto me renega
A vida segue cega
E tudo não traduz
O parto, a lua a messe
E o vago além se esquece
Do quanto fora luz.

61

Divinos os teus rastros
E sigo até cansar
Buscando divagar
Adentro vários astros,
O mundo em alabastros
Marmóreo caminhar
Aonde lapidar
Se morro sem meus lastros?
Não pude esta promessa
E tudo se confessa
Apenas no vazio,
Mas tento nova sorte
E sigo sem suporte,
Enquanto o vão recrio.


62


Amares nunca dantes
Jamais se pode enquanto
Além não me adianto
Nem busco que agigantes
Postergo os degradantes
Delírios sem espanto
E neste pouco ou tanto
Ausentes diamantes,
Vendido sem a luz
E nela se propus
O risco não concerne
E sigo e perambulo
Enquanto a morte engulo
E a dor jamais externe.

63

Escapo numa escarpa
E tento após rochedos
Os dias menos ledos
E fujo desta farpa,
O manto já rasgado
O tempo não transcende
E nada mais se estende
Além do meu passado,
Restando muito ou nada
Do quanto quis outrora
A seca me devora
E mata a minha estada
Na estância da esperança
À morte a sorte lança.


64


Rochedos dos meus sonhos
Apenas heresias
E logo tu verias
Os dias enfadonhos
Aonde em tons bisonhos
Pudesse e não recrias
O canto em ironias
Ou mesmo estes medonhos
Delírios onde tento
Vencer o sofrimento
E crer num novo cais,
Mas quando me percebo
O amor mero placebo
Adentra os vendavais.

65


Mas, sendo quem não fora
Jamais pudesse ver
O dia amanhecer
Se esta alma é sonhadora,
Resulto do passado
E nada mais consigo,
Aonde quis abrigo
O tempo desolado,
O risco a manta a morte
O preço que se cobra
De quem tanto recobra
O mar onde comporte
Além da onda bravia
Quem sabe a fantasia?


66

Ser mar e navegar
Acasos entre quedas
E logo tu te enredas
Tomando devagar
O todo que perdura
Na falsa imagem leda
E quando mais conceda
Maior esta tortura,
Resisto o mais que posso,
No fundo até pensara
Na sorte bem mais clara
Mas, como se destroço?
Um pária nada além
Minha alma se retém.

67


Buscando em meu outono
Quem sabe novo sol?
Aonde quis em prol,
No nada enfim me abono
E bebo do abandono
Buscando no arrebol
Quem dera ser farol
Aonde não me adono
Sequer desta esperança
E quando a vida alcança
O medo mais atroz,
Ninguém escutaria
Ainda que vazia
A minha frágil voz.


68

Pedindo, nos meus versos,
Não pude acreditar
No quanto há de sonhar
Quem vive em tais imersos
Caminhos de universos
Além deste luar
E tanto procurar
Em tétricos submersos
Desvios da emoção
O tempo sempre em vão
O vago deste sonho
Aonde na verdade
A lua não me invade
E o sol não mais componho.

69

Amor que me maltrata,
E traz somente a dor,
Pudesse ter calor
Aonde a sorte ingrata
Certeza de cascata
Na queda em dissabor
Matando qualquer flor
Exterminando a mata
Floresce tão somente
O medo que apresente
E trace a negação,
E quando quis verão
A vida agora interno
Somente em duro inverno.

70

Perdi a minha vida
Na busca pelo farto
Caminho que descarto
Enquanto já me acida,
A morte construída
No peso atroz do parto
E quando me reparto
Não vejo a despedida,
O manto destroçado
O corpo acalentado
Nas ânsias de um querer,
Agora solitário
Vagando temerário
Sem nada a me prover.

71


Destino sempre prega
A peça em quem procura
A noite mais escura
Caminha sempre cega
O medo não carrega
Senão velha loucura
E quanto mais tortura
Negando alguma entrega
Resumo o barco em nada
A vida naufragada
A porta não abrindo
O todo se perdendo
A sorte; este remendo
Um sonho não mais lindo.

72


Embora muita vez
O mundo não reflete
O quanto me compete
Ou tanto se desfez
Ainda quando vês
O nada me remete
Ao sonho de pivete
Que a vida nunca fez,
O pranto, o medo o risco,
O quanto ainda arrisco
Na busca por um porto
Cenário aonde outrora
A vida revigora
Agora eu sei, é morto.

73

Na vida quase nada
Traduz o quanto pude
E vivo a plenitude
Há tanto imaginada
Resumo a minha estada
No verso que me ilude
No tanto que transmude
A sorte desenhada
Eu sinto após o vago
Caminho aonde afago
Apenas o que tento,
Rescaldos do passado
Agora sonegado
O mundo e o pensamento.

74

Recebes com carinho
O canto mais feliz
De quem tanto mais quis
E agora vou sozinho,
Se eu fora mais mesquinho
Dos sonhos, aprendiz
O canto é chamariz,
Porém morro daninho,
O marco não seduz
E gera em contraluz
A tempestade apenas,
E quando ainda quero
Um verso mais sincero
Decerto me apequenas.


75

Porém se amores traz
Quem tanto mais mentira
A vida não se atira
E trama mais audaz
O corte que sem paz
Aos poucos dita a tira
E nada se retira
Senão canto mordaz,
Vergastas lenham costas
E sem ter mais respostas
A porta não se abria,
O manto descoberto,
O rumo sempre incerto
O sonho; hipocrisia.

76


E mordem como tantos
Fizeram, tão somente
O quanto se apresente
Em fartos desencantos
Os dias, velhos mantos
Ausente uma semente
Ainda que se tente
Cercado por quebrantos
Não tenho solução
O dia é sempre em vão
E a morte não se cala,
Minha alma não transcende
E à dor somente atende
No fundo, uma vassala.

77


Os sonhos mais atrozes
O manto descoberto
O rumo sempre incerto
E neles os algozes.
Resisto o quanto tento
E nada mais se vê
A vida sem por que
Apenas sofrimento,
Bebendo esta mentira
Aonde quis o sonho,
O nada recomponho
E o pouco se retira,
Alheio ao canto eu sigo
Um mundo atroz e antigo.


78

Em busca dos divinos
Caminhos onde pude
Viver a juventude
E agora sem destinos
Mergulho esquecimento
E nada resta enquanto
Ainda me garanto
E bebo o quanto invento
Não pude ser feliz,
E nisto nada resta
Senão a mera fresta
Aquém do que eu mais quis,
Bisonha realidade
Deveras desagrade.

79


Vivendo deste amor
Porquanto quis um dia
Além da fantasia
Em sonho multicor,
Não posso mais propor
Senão quanto teria
Em dor e em agonia
Matando qualquer flor.
Olhando o meu passado
O dia desolado,
A noite sem promessa,
O farto caminhar
E sem qualquer luar
O medo se confessa.

80

Que trama sem saber
O parto, a mão suave
E nada mais agrave
Além do desprazer,
Querendo sem poder
Chegar e ser uma ave
Galgando qualquer nave
Aonde pude ver
O manto mais sagrado
Resumo consagrado
De um tempo em plena luz,
Agrados e desejos?
São tantos os ensejos
Somente ao nada eu pus.


81


Amor por ser amor
Não deixa qualquer medo
E tanto me concedo
Buscando nova cor
Aonde quer, se eu for
Da forma que procedo,
Dos sonhos, o arremedo
Mostrando o dissabor,
Negando esta ilusão
E nela a decisão
Não deixa que se creia
No parto após a morte
A vida não conforte
Quem dela sempre anseia.

82

E nele mesmo incrusta
A sorte mais audaz
E nada mais se traz
Medida clara e justa,
O quanto já me custa
Sonhar e ter tenaz
Caminho e nada faz
Uma alma mais injusta.
Resisto o que puder
E sei que sem qualquer
Desejo ou decisão,
Apenas o vazio
E nele desafio
Os tempos que virão.

83

Ao menos se escutasse
A voz de quem procura
Além desta loucura
Qualquer temor e impasse,
Mostrando a dura face
E nela esta tortura
Enquanto me amargura
O pouco que se trace,
Resvala no meu eu
E tanto se perdeu
Quem mais deseja o dia,
O corte se aprofunda
Uma alma vagabunda
Ao longe se perdia.

84

Mas tolo coração,
Depois de tanta luta
Ainda não escuta
Sequer esta versão
Do sonho e se virão
Embora a vida astuta;
Delírios, mas reluta
E gera no fastio
O mundo atroz e frio
E nisto este impreciso
Desenho se moldando
Em mim já se invernando
Em dor neve e granizo.
85

282

Jamais eu poderia acreditar
Nas tantas heresias da paixão
E vendo sem caminho ou solução
O passo eu não consigo desvendar
Quisera pelo menos um lugar
Aonde divisasse esta amplidão
E nela sendo assim, dias virão
Traçando a sorte além do imaginar,
Mas quando me desnudo e nada vem
O mundo se mostrando sempre aquém
Do quanto pude ou mesmo imaginara
Vagando sem destino vida afora,
O todo que deveras desancora
Domina sem limites tal seara.

86

Resumos de uma vida aonde quis
E tento até sonhar com novo dia,
O manto da verdade me escondia
O todo que pensara em tom feliz,
O risco de sonhar tentando um bis
Aonde na verdade não havia
Somente o mesmo som, melancolia
E nele o que eu buscara contradiz
Esgoto minha força nesta busca
E sei o quanto a vida é mesmo brusca
E traça a queda em todo atroz tropeço,
Quem sabe novo brilho ainda possa
Vencendo a solidão imensa fossa,
E ao fim alguma luz; inda mereço?

87

Mereço qualquer sorte, mesmo quando
O manto se desnuda em dor e medo,
O todo não passando de arremedo
O risco a cada passo se formando,
O dia noutra face está nublando
E quando desta forma em vão procedo,
O gesto mais audaz e desde cedo
O corte vejo enfim se aprofundando.
Não posso acreditar noutra conversa
E quando a realidade desconversa
A morte se aproxima lentamente,
No todo sem tempero e sem fastio
Apenas o meu mundo desafio
E vejo a minha sorte agora ausente.


88

Ausento do que fora independência
A liberdade morre a cada instante
E apenas o vazio se garante
E nele a sorte dita esta inclemência
Quisera pelo menos coerência
Aonde o mundo apenas doravante
Traduz a dor e nela esta inconstante
Verdade em dor e plena virulência,
Restando dentro em mim apenas isto
O mundo com certeza não conquisto
Nem quero alguma luz, quem sabe o escuro
Decerto seja tudo o que procuro
E não me preocupo com o brilho,
Apenas a incerteza ora polvilho.

89


Polvilho o verso aonde alguém escute
E sei do quanto nada represento,
Porém ainda sim decerto eu tento
Embora muitas vezes eu relute,
O gosto pelo canto não embute
Verdade nem sequer alheamento,
O tanto quanto possa em incremento
No farto caminhar já não desfrute
Somente da ilusão e nada mais
O tempo em dias fartos, vendavais
O olhar não mais procura algum apoio,
Quem dera se pudesse ser torrente
Ou mesmo um oceano que se tente,
Porém eu me contento em ser arroio.

90

Arroios da esperança, o verso dita
E sabe da ilusão aonde um dia
Gerando novo canto em harmonia
A sorte não precisa e necessita
De tudo que pudesse ser bendita
Ou mesmo agradecer em ironia
O todo noutra face mostraria
Realidade ou glória se infinita.
O prazo se findando após a curva
A vida na verdade sei que é turva
E nisto não se mostra a face escusa
Por onde o caminhar já não labuta
Nem mesmo uma visão assaz astuta
Ou mesmo a realidade mais confusa.


91

Confusa a vida diz deste abandono
E nego cada passo aonde um dia
Pudesse e até quem sabe caberia
O todo aonde o muito não abono,
Resolvo a cada dia e me adono
Apenas do que o fato mostraria
O olhar não mais cabendo em ironia
O tempo na verdade não tem dono,
Seria muito bom acreditar
Nas ânsias delicadas de um luar
Cevando em luz macia a prata imensa,
Mas quando vejo aquém do que pudera
A morte na verdade dita a fera
E nela a solidão é recompensa.


92

A recompensa mostra a face obtusa
De quem se quer bem mais do que talvez
O mundo noutra face já desfez
E assim a mão deveras sempre cruza
O passo quando muito ora confusa
Mergulho no passado e mostro a tez
Da qual a minha sorte ora não vês
Não aceitando mais qualquer escusa,
O risco de sonhar ora concebe
O coração em glória se percebe
Apenas num amor que me redime,
Vivendo cada instante por viver
O amor além de tudo posso ver
E nele a sensação clara e sublime.

93

Sublime maravilha diz da glória
De ter esta certeza me tomando
O dia que pensara bem mais brando
Mudando com certeza minha história
Não passo de uma voz aleatória
E tento caminhar sem saber quando
O mundo poderia transbordando
Gerar no fim de tudo uma vitória
A merencória lua se deitara
E mesmo dominando outra seara
Não resta dentro em mim senão palavra
E quando terminar a minha vida
A sorte desta senda dividida
Já não mais caberia nesta lavra.


94

Um lavrador de sonhos, o poeta
Não sabe e nem consegue dominar
A vida e neste farto desejar
Jamais se vê na sorte mais completa
E quando além do todo se repleta
E bebe cada raio do luar
Não vendo onde inda possa caminhar
A sorte na verdade expressa a meta
E assim ao se mostrar desnudo enquanto
O passo noutro rumo não garanto
Senão este granito dentro da alma
O canto se espalhando além de tudo
O quase caminhar e não me iludo
Nem mesmo a minha morte já me acalma.


95

A calmaria dita esta abandono
E quando mergulhando em tez sombria
O quanto posso ou mesmo poderia
Não dita na verdade qualquer sono,
Do pouco que me resta e já me adono,
O manto gera noite amarga e fria,
O canto se transforma em heresia
E neste caminhar não mais abono
O medo de viver, a sorte tece
E quando ainda vejo esta benesse
Resumo de uma vida imprevidente,
O marco se transforma em atitude
E o corpo na verdade se transmude
Enquanto o fim deveras se apresente.


96

Apresentando agora o fim da peça
O pano se abaixando lentamente,
No todo que deveras se apresente
Apenas a verdade se confessa
O medo não traduz o que interessa
Nem tanto quanto fora imprevidente
O mundo não se mostra claramente
E o corte sem temor já não tropeça
No parto e na palavra mais sutil
Aonde a minha morte se previu
Resumo de medonha poesia
A porta se trancando e nada vejo
Senão a mesma sorte neste ensejo
Aonde a solidão se moldaria.


97

Moldando com terror cada vergão
Esbarro no meu canto e nada tenho
Senão este caminho onde desdenho
O templo em falsa luz e provisão,
Acordo e me pergunto e sei que estão
Deveras o que tanto desempenho
E tento quanto mais o mar ferrenho
E como na verdade sou cristão
Não quero saber mais de cruz e medo,
Apenas ao amor eu me concedo
E nele sei vital a liberdade,
Não quero esta vergonha desfilando
O tempo noutra face desenhando
O quanto se transforma e já degrade.


98

Olhando mansamente este riacho
E nele se reflete a luz do sol
O amor bem poderia ser farol
E nele com certeza serei facho,
O todo que deveras já não acho
E bebo da esperança em arrebol,
Seguindo na verdade sempre em prol
Do todo que decerto não escracho
Eu vejo a mão divina em paz e glória
A sorte não seria aleatória
Eu quero e me pergunto aonde eu possa
Seguir a mão do Pai sem sortilégio
Amar e ser feliz é privilégio
Desta verdade imensa e sei que é nossa.

99

É nossa a decisão de ser feliz
E nada mais do quanto pude e quero
Ao menos se em verdade sou sincero
Permito o quanto além jamais desfiz,
O tanto quanto possa este aprendiz
E nele sou deveras mais austero
O amor por si somente já venero
E não o quanto outrora mais eu quis,
E resolutamente nada temo,
Sequer o que deveras dita demo,
O parto não permite outra falácia,
Não necessito mais de uma vingança
Meu canto em liberdade a Deus alcança
E nisto me perdoe alguma audácia.

100

Eu quero perdoar e ser também
Embora não precise do perdão
Para poder seguir em louvação
A quem eu desejara sempre bem,
O amor somente amor nele contém
E não precisa mais da provisão
De quem se deu além, satisfação
Mergulho no caminho e me convém
Seguir a liberdade que Ensinaste
Um mundo feito em dor tanto contraste
Percebo quanto é bom acreditar
Na plena face clara de quem ama,
Mantendo na esperança viva a chama
E sei que em cada um existe o altar.

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