sexta-feira, 22 de abril de 2011

1

Jamais eu poderia acreditar
Nas intempéries tantas; vida afora,
O quanto na verdade nos devora
Impede que se chegue a um bom lugar,
Cerzindo novo sonho, devagar
O corpo se dourando, o novo aflora
E toma a sensação e já se ancora
Aonde pude um dia me entregar.
Resumos de diversas emoções
E quantas vezes sei que tu compões
O todo que se fez além e mais,
Ousando permitir novo caminho
Embora veja em paz o duro espinho,
Eu imagino em ti raros rosais.


2

Não pude nem devesse ter nas mãos
A sorte de poder ter a sensata
Noção aonde a vida me arrebata
Trazendo dentro da alma vários grãos,
E sei do mesmo tempo entre estes nãos
O corpo quando o tempo nos maltrata
A senda tantas vezes mais ingrata
Ceifando das histórias outros vãos.
Resumos entre enganos, tão somente
Amor que se cultiva ora apresente
Momento salvador ou mesmo rude,
Viver cada momento em sua vez
Ousar aonde o sonho já se fez
Bem mais do que em verdade, um dia eu pude.


3


Meu peito neste encanto que domina
Adentra o sentimento mais sutil,
Do amor que na verdade bem se viu
E dele a sensação mais cristalina
O verso que deveras determina
O tempo de sonhar, claro e gentil,
Meu passo no teu passo permitiu
A vida mais audaz; suave mina.
Ousando ter no olhar esta esperança
O quanto de minha alma a ti se lança
E tenta pelo menos um sorriso,
No amor que me tortura e me sacia
A fonte inesgotável da alegria
Na qual a cada instante me matizo.

4


A dor em frenesi causasse o medo
Que tanto nos trouxera em tradução
A verdadeira face da prisão
Aonde sem defesa eu me concedo,
O tempo se moldara desde cedo
Na sorte mais completa, na emoção
Versando sobre o tempo e a dimensão
Desvenda pouco a pouco o meu segredo.
Espero qualquer dia que não veio,
O quanto se produz em cada anseio
Num veio que levasse ao peito o amor,
E tanto sendo teu nada temesse,
E cada novo passo ora tecesse
Nas tramas mais sutis, raro fervor.

5


As rosas sobre esterco brotam belas
E mesmo em seus espinhos, a certeza
Do aroma que trazendo sem surpresa
A sorte que deveras me revelas.
Teus olhos são sinônimos de telas
Aonde se mostrando com leveza
O amor com toda forma em tal grandeza
Rompendo vãs algemas, duras celas.
O sonho se permite muito além
Do quanto em esperança sempre vem
E traça novo rumo, ou mesmo um passo
Vagando entre as estrelas, encontrando
Vontade de viver após e quando
Um tempo mais feliz agora traço.

6


As lágrimas que trago dia a dia,
Aumentam a certeza do vazio,
E sei do quanto possa e desafio
O verso sem temor, sem agonia.
O quanto tantas vezes poderia
Ousar a cada curva deste rio
Embora noutro tempo, mais sombrio,
A sorte desenhasse em agonia.
Jamais me esquecerei cada momento
E sei deste caminho onde me alento
No todo incomparável, plenamente,
A luta se traduz em todo instante
E o sonho quando a vida nos garante
Transporta o quanto quero e não mais mente.

7


As asas libertárias deste sonho
Transportam cada verso dentro em si,
O tanto quanto possa e percebi
Ousando num momento mais risonho,
E sei que todo amor que ora proponho
Expressa o velho encanto em frenesi,
Sentindo esta alegria eu concebi
E nisto novo enredo ora componho,
Bebendo com fartura esta esperança
A vida se proclama e à paz nos lança
Morrendo pouco a pouco, lentamente.
O verso se desnuda em alma insana
E sorvo esta vontade que se emana
Do todo que transborda em nossa mente.


8


Ouvisse dos silêncios esta voz
Que tanto pude crer ser mais diversa
A vida noutro rumo ora se versa
E o peso se deixando noutra foz,
O quanto do meu mundo em raros nós
Ousasse p’ra começo de conversa
E quando na palavra mais dispersa
O mundo se moldara enfim feroz,
O corte se apresenta num instante
E o verso sem caminho se garante
Nascendo dentro da alma este momento
Aonde o que pudera mal suprimo,
E cada novo passo traz o limo
E nele o todo traz o desalento.

9


Murmuras com delícia teus carinhos
E sei dos meus momentos quando posso
Ousar neste caminho todo nosso,
Vencendo outros cenários mais mesquinhos,
Os tempos são deveras mais daninhos
E cada novo tempo agora endosso
Pensando no que fora algum destroço
Em dias tão malditos quão sozinhos.
O vento se propaga e traz notícias
De quem vivera além de tais delícias
A rude sensação de um nada ter,
Meu mundo se esvaindo noutro engano
Aonde quero o sonho sigo insano,
Mas busco imensamente este prazer.

10


A vida nos traria algum afago
Se o mundo fosse mesmo diferente
Ainda que deveras já se tente
Por entre os descaminhos eu divago,
E quando nos teus olhos eu me alago
Do mundo mais audaz, o impertinente
Cenário noutro tanto não se invente
E toda esta emoção em ti eu trago.
Não devo mais perder qualquer noção
E nada se demonstra em precisão
Somente o dia a dia que pudera
Traçar novo caminho ou mesmo até
Ousar nesta alegria e ter na fé
Palavra tão gentil quanto sincera.


11

Numa ansiosa noite em fúria e vento,
Ausente de teus braços; mergulhei
No tempo mais diverso e me estranhei
Ousando acreditar em raro alento,
Porém outro caminho agora invento
E sei da solitária e triste grei
Aonde cada passo que darei
Trará tão simplesmente o sofrimento.
Não quero acreditar que te perdi,
E todo pensamento leva a ti
Aquela que se fez deusa e profana,
O todo se aproxima e nos moldara
Apenas a beleza da seara
Que tanto me seduz, porém me engana.


12


Ousando na mortalha que me deste,
Presente de quem tanto desamou,
O tanto quanto quero e já nem sou
O que mais poderia em solo agreste,
Ainda que esperança em vão reveste
O todo noutro fardo se elevou
Matando o que mais quis e desfolhou
Aonde o mundo anseio em tom celeste.
Já nada mais comporta qualquer sorte,
Sem mesmo qualquer luz que nos conforte
Apenas o cenário se desnuda
E tento novo passo e nada faço,
A morte ocupa aos poucos tal espaço
E busco na emoção a mansa ajuda.

13


Amor que tanto fere e cicatriza,
Gerando a tempestade e mesmo assim
Depois de certo tempo chega ao fim,
Tornando-se decerto a leve brisa,
O quanto na verdade nos avisa
Do verso desenhado dentro em mim,
O vento se permite e traz enfim
O sonho onde esperança se divisa.
Não pude crer apenas neste encanto
E ver o que se tente e não garanto
Marcando com discórdia o sentimento.
Ainda quando quero novo tom,
A vida traz o tempo e deste dom
Felicidade anseio, e mesmo tento.

14

O amor abrindo os olhos, no horizonte
Diversos tons trazendo faces tantas,
E sei ou mesmo até tu me garantas
O quanto desta vida se desponte,
E vejo este cenário que me aponte
Palavras mais sutis em noites santas,
Pousando noutro ponto aonde encantas
Fazendo deste sonho nossa ponte.
O vento mais sutil, a majestade
Do amor que nos permite a liberdade
Do ser quando procura um manso cais,
E nada mais se visse senão isto,
O canto aonde enfim tento e resisto,
Marcando o verso em tons tão magistrais.

15


Sabendo em tua boca a doce vida
Que tanto desenhei em pensamento,
O quanto deste tempo traz e tento
A sorte mais ousada a ser cumprida,
Não tento outro momento, uma saída
E nela simplesmente me alimento
Do sonho mais audaz, raro tormento
Bebendo o quanto pude novamente
E sei deste cenário e me alimente
Do ser e do poder imaginar,
A vida noutro tom a se mostrar
Percorre cada veia e plenamente
Traduz o quanto é bom poder te amar.


16


A rude fantasia em primavera
Transcende ao próprio tempo e traz a lua
Deitando cada raio, bela e nua
E nisto toda a força que se espera,
Ousando acreditar no que tempera
O mundo noutra face; continua
E a sorte que deveras mais atua
Trazendo esta palavra ora sincera,
Vestindo o quanto tenho em esperança
Meu canto noutro tanto ora se lança
E bebe a sorte imensa do prazer
Noctívago procuro nos teus braços
Depois de tantos dias, duros, lassos,
O quanto quero e possa perceber.


17


Não quero que me queiras bem ou mal,
Apenas liberdade e nada mais,
Os sonhos são meus claros rituais
E bebo desta sorte o céu e o sal,
O mar que se invadisse, novo astral,
Imagens tão diversas, siderais
Envoltas por momentos mais banais,
O quanto se anuncia magistral.
Fascínios divididos, sorte e luz,
O tanto quanto quero e reproduz
O tempo mais audaz que se fizesse
Ousando acreditar num tom sutil,
Amor quando demais já não se viu
E toda esta esperança, encantos, tece.

18


Nascendo um sonhador, o mundo entorna
Além do que pudesse riso e dor,
Amores entre encantos, dissabor,
Palavra sem sentido amarga e morna,
O peso noutro tempo nos adorna
E gera o quanto possa em tal calor,
Vagando sem temer aonde for
O quanto se procura nos retorna.
Esbarro nos enganos de outras eras
E vivo tão somente entre tais feras
Geradas pela angústia em tom sutil,
Amante da verdade ou do futuro,
O todo que ora anseio já procuro
No canto que do amor ora se ouviu.

19


Num mundo feito em fúrias e desdém
Ousando acreditar em paz e glória
Guardando esta esperança na memória
O amor traz tudo aquilo que convém,
Embora o que pudesse já não vem
Sequer esta palavra merencória
Palavra se moldando peremptória
O corte trama o mundo sem ninguém.
O verso sem sentido, o caos profundo
E quando em ilusões tantas me inundo,
Induzes ao engano e tão somente,
O canto se aproxima do final,
O verso se mostrando mais banal
E esta alma em turbulência agora mente.,

20


Ter nas mãos o sonho mais gentil,
E crer neste poder que nunca tive,
Aonde na verdade me contive
O tempo noutro rumo se previu,
O verso com certeza não se viu
E nele nada mais pude ou estive
Enquanto uma esperança ora revive
O todo se moldara mais sutil,
Presumo novo rumo a cada passo,
O pouco que permito e já desfaço
Expressa a solidão e nada mais,
Ousando acreditar neste caminho
Eu sei e permaneço mais sozinho
Vencendo os mais temidos vendavais.


21

A lâmpada nos trazendo
A beleza dos lençóis
Em teus olhos, raros sóis
No meu sonho, mal contendo,
O luar nos envolvendo
E percebo em teus faróis
Meus olhares, girassóis
Num clarão já se embebendo
Das veredas tropicais
Dos momentos sensuais
Noite afora, adentra o fogo,
Imagino e não consigo
Viver sem tão raro abrigo
Ou fugir deste teu jogo.

22

Já me tomas nos teus braços
E desenhas com teu sonho
O que tanto ora proponho
Entre dias, claros traços,
Os meus versos, os teus laços
O que possa mais risonho
Refazendo o que componho
Dos anseios mais escassos.
Vejo apenas claridade
E se tanto já me agrade
O meu mundo se desnuda
Nesta força incomparável
Deste amor imaginável
Deste encanto em rara ajuda.

23


Quem me dera ser o filho
Da esperança mais audaz,
Se meu sonho já me traz
O desenho do andarilho
Na alegria que ora trilho
O que molda a nossa paz
Poderia e satisfaz
Emoção em raro brilho.
Vencedor sendo vencido
Neste amor eu não me calo,
Sou teu amo e teu vassalo,
O que tenta algum sentido
Num momento mais sublime
Que de toda a dor, redime.

24


Se voluntariamente
Entranho nos teus sonhos
Mesmo em dias enfadonhos
Nada mais já nos desmente,
O que a vida se apresente
Em caminhos mais risonhos,
Outros tantos vãos tristonhos
Esperança não se ausente.
E versando sobre o tanto
Que desejo e te garanto
Num momento sem igual,
Versejando sobre o tempo
Cada dor é contratempo,
Mas o gozo é magistral.

25


Meu caminho abandonei
Nos anseios do passado
E se tanto fui errado,
Hoje sigo plena a lei,
O que possa desejei
E se moldo sem enfado
O caminho que ora evado
Noutro tom eu recriei.
E vagando sobre as ondas
Mesmo quando tu te escondas
Encontrando cada passo
Deste tanto que desejo
Nosso amor, com mais traquejo
Na emoção sutil eu traço.

26

Os meus dias e cansaços
Os meus versos, meus anseios
Outros tantos novos meios
Ditam velhos mundos lassos
E se posso nestes traços
Encontra supernos veios
Vou seguindo sem rodeios
Ocupando outros espaços.
Nada mais se vendo após
O que possa dentro em nós
Vicejar em sentimento,
Vivo apenas o que possa
Na verdade a sorte nossa
Traz o quanto quero e tento.

27

Entregando o coração
Sem ter medo em tal furor
Vivo intenso e raro amor
Em sublime dimensão,
Mesmo quando em solidão,
Já não sinto tanta dor
Se o caminho é redentor,
Tento a clara remissão,
Dos enganos, meus engodos
Meus momentos; quero todos
E sem medo do que venha,
A palavra nos sacia
Quanto amor em fantasia
Traz em si o que convenha.

28


Sem ter cetro nem coroa
Sem ter reino nem castelo,
O que tento e ora revelo
No passado em vão ressoa,
Apresento esta canoa
E se possa o quanto é belo
Noutro tempo em paz em selo
Vivo em luz intensa e boa,
Resumindo o quanto quis
Muito embora ser feliz
Seja apenas um momento,
O caminho se resume
Nesta essência onde este ardume
Traz o quanto busco e tento.

29

Nos meus olhos refletidos
Os momentos onde um dia
Muito ou tanto poderia
Noutros sonhos envolvidos
Passos firmes, decididos,
Outro canto em utopia,
Versejando em alegria
Penetrando tais sentidos.
Procurando algum alento
Mesmo quando em sofrimento
Tento um verso diferente,
Marcas várias, canto nosso
Do meu mundo agora aposso
Quando o encanto se apresente.


30


Minha alma se perdendo
Nesta escada, vão degrau
Onde o tempo, rude e mau
Outro caos, velho remendo,
E deveras me envolvendo
Um cenário em ritual
Explorando em raro astral
O caminho em dividendo,
Sigo estrelas e te vejo
Percebendo cada ensejo
Mesmo quando solitário,
O meu verso noutro rumo,
O momento em que resumo
Novo termo; solidário...

31

Os diversos canivetes
Outras facas, foice, adaga,
A verdade em cada plaga
O que agora me prometes,
Onde tanto já competes
E a certeza nos afaga
Coração tanto divaga
E nem mais me comprometes;
Refletindo o que se trama
Na esperança a viva chama
Que vivera e se mostrara
Mais sutil a cada instante
Novo mundo se garante
Dominando tal seara.

32


Nada enquanto a vida traz
O tormento de um passado
Muitas vezes desdenhado
Ou deveras mais fugaz,
O resumo que se faz
Da incerteza aonde brado
Ou decerto em manso prado
Um caminho contumaz,
Já não cabe mais certeza
Do que possa sem surpresa
Desejar e mais querer,
O meu mundo bem soubera
Reviver a primavera,
E traçar algum prazer.

33


Vento trama simplesmente
O que o tempo não reclama
E se tanto a vida mente
Noutro encanto traz o drama,
E vencendo o quanto exclama
A verdade plena mente
E se molda em lodo e lama
Desnudada plenamente.
Quero a paz que não viria
Quero a sorte dia a dia
E o que possa me mostrar
Nesta tal indiferença
O que agora me convença
Do poder, saber te amar.

34


Jogos feitos, mesa farta
Rolam dados e esperança
O que tanto ora se lança
Do meu mundo já se aparta,
Cada sonho, velha carta
Perco o rumo e a confiança
Vibro em plena temperança
Nada mais tome e comparta.
Vicejando esta vontade
Que decerto nos invade
E amortece o sofrimento,
O momento mais diverso
Onde quero e tanto verso
Traz amor que ora alimento.

35

São diversos os anseios
São deveras do meu jeito
Todo encanto que ora aceito
Traz da vida vários veios,
E pudesse sem rodeios
Desenhar onde me deito
O que possa em raro pleito
Procurando fins e meios.
No começo a rara lavra
Traduzida na palavra
Que pudera amenizar,
Porém vejo o reboliço
Neste tempo movediço
Noutro passo, tropeçar.

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