quarta-feira, 20 de abril de 2011

1

O quanto resumisse no que trago
Galgando novo espaço aonde eu possa
Trazer esta expressão que fora nossa
E nela se permite um mero afago,

E quando sem sentido algum divago
O prazo se imolando no que empossa
A vida sem sentido já destroça
O tempo mais atroz onde me alago,

E vivo tão somente o quanto pude
Sentir a sorte em rara plenitude
Moldando o dia a dia mais feroz,

E sei do que restara dentro da alma
Coleto do passado cada trauma
Ouvindo da esperança a mera voz.


2

Não quero qualquer tom que se difira
Do canto que aventara ser diverso
E quando neste encanto tanto verso
Ousando acreditar nesta mentira

O tempo sem valia não retira
Do mundo em consonância o tom perverso
E sei do quanto vivo em universo
Traçando quando a Terra teima e gira.

Não possa mais saber de outro caminho
E sigo mesmo sendo tão mesquinho
O fim que se aproxima deste infausto,

A vida não permite qualquer erro,
Mas quando se desenha em tal desterro
O amor se faz apenas holocausto.

3


Apresentar a sorte em tom audaz
E nisto o que se tenta não presume
O quanto deste sonho em raro ardume
A vida na verdade não mais traz,

O prazo se deixando para trás
Ao menos tentaria ver o cume
Dos sonhos e talvez este perfume
Que a luta sem descanso não desfaz,

O verso inverte o rumo e traz ao todo
Apenas a verdade em ledo engodo
E o modo de viver não mais seduz,

Quem possa acreditar no descaminho
E vejo o quanto tente se sozinho
Ousando mergulhar em contraluz.

4

Não vejo qualquer brilho em teu olhar
Cansado de vestir a hipocrisia
Do quanto novo tempo poderia
Diverso deste imenso caminhar,

E sei do que pudera em tal lugar,
Vestindo o meu sorriso em agonia,
E sei da tão temida nostalgia
Aos poucos sem sentido a me rondar.

O preço que se cobra não transcende
Ao quanto cada passo ora depende
Da luta que enfastia quem se quis,

O verso sem sentido ou mesmo rude,
E o canto noutro tanto desilude
E gera dentro da alma a cicatriz.

5

O medo não permite novo dia
E sei do quanto pude e não viera
Sangrando dentro da alma a longa espera
Que o tempo sem saber não mais traria,

O verso se inundando em voz sombria
A vida se desenha ora insincera
E sei do quanto possa e destempera
O mundo em mais diversa sintonia.

O vértice dos sonhos, meu ocaso,
A cada novo passo mais me atraso
E vejo os meus anseios mais distantes,

O quanto se resume no final
Apenas desejando o mesmo mal
Que a cada novo verso me garantes.


6


Ouvir a voz da noite em vento manso
E ter esta beleza no horizonte
Aonde a rara lua sempre aponte
O tempo sem sentido enfim alcanço.

E quando no infinito ora me lanço
Aumenta da esperança a leda fonte
E o passo que deveras já desponte
Resume o quanto quero e mesmo avanço.

Pudesse ter no olhar o brilho farto
E sei que cada verso que comparto
Expressa a solidão e me alimenta,

O tanto quanto pude noutro tom,
A vida se desenha em raro dom
Embora a sorte a veja virulenta.


7

Negar alguma luz e crer no rumo
Aonde o meu caminho se percebe
O tanto quanto invade a velha sebe
Expressa o que pudera e enfim resumo,

Meu canto sem saber do quanto aprumo
O vento noutro tom já se concebe
E a mera solidão, tanto recebe
O veto de quem segue em ledo sumo,

Apago dos incêndios de minha alma
O quanto na verdade não acalma
Nem mesmo me traria novo dia,

A morte se aproxima e decidida
Expressa a mais sublime e vã saída
Que o tempo noutro tom não moldaria.

8

Acolho os meus anseios e recolho
O tempo sem saber do quanto venha
A sorte se perdendo em leda senha
O vento rompe até qualquer ferrolho,

E quando a solidão expressa o molho
E tento desenhar o que convenha
Meu verso no vazio se desenha
E sei desta expressão, mirando este olho.

E vivo o que pudera sem saber
O quanto do meu mundo traz querer
E neste desejar nada me escuta,

A vida se resume no fastio
E tanto que se molda desafio
E sei da força atroz, audaz, astuta.

9


Não tenho mais razão para seguir
Apenas o cansaço me consome,
E quando o meu olhar expressa a fome
Negando o que inda possa no porvir,

O tempo se moldando a redimir
O quanto na verdade não mais dome,
O tempo se anuncia e sempre some
O todo que buscara a presumir,

Encaro os meus enganos e permito
O canto tantas vezes mais aflito
Espúrio companheiro do vazio,

E nada mais se perca além da rota
Que tanto quanto possa se denota
E nisto o meu caminho em vão recrio.

10


Apresentando o medo tão somente
E vendo o que se molde noutro encanto
O verso que desejo tanto e espanto
Não traz o quanto quero e não desmente,

O mundo tanta vez imprevidente
O rústico cenário em cada canto
Meu mundo se desenha em tal quebranto
E nada do que possa se pressente

Apenas o momento mais fugaz
E deixo meu caminho para trás
Vagando entre as estrelas que me deste,

O mundo se anuncia de tal forma
Ousando neste instante onde me informa
Da lúbrica emoção rara e celeste.


11


Quisera ser gentil e o tempo poderia
Ousar noutro momento, embora sem sentido
O verso mais agudo, eu sei quanto incontido
Trouxesse; quem me dera, um pouco de alegria.

Vivendo o quanto resta em leda fantasia,
O mundo não trará sequer o presumido
Caminho a se seguir, embora ressentido
Do tanto que se busca em método e harmonia,

Voltando o sentimento enquanto o sufocara
A vida poderia ser pelo menos clara
E amor entre tormento um bem muito maior

Porém a velha estrada, envolta em seus atalhos
Trazendo a cada curva os mesmos traços falhos,
Deveras dissabor, eu conheço de cor

12


Não tendo outra saída o que possa trazer
Um tempo aonde eu veja o sol ao se traçar
Envolto numa entranha e nisto caminhar
Sem ter sequer o quanto ousasse perceber

A luta determina o anseio de poder
Viver a plenitude e crer neste luar
Diverso do que tive em qualquer vão lugar,
Remando contra a fúria e nada conceber

A morte se tramando a cada instante eu vejo
E sei do meu caminho e quanto noutro ensejo
Mergulho sem defesa, encontro a solidão,

E dela sem saber o quanto poderia
Ousar imaginar a luta em novo dia,
Esbarro no meu erro e sigo sem razão

Apresentando engano e mesmo esta loucura
De quem já sem proveito, algum porto procura
E sabe tão somente da velha solidão.


13

Não tento outra verdade em noite vaga
O canto se perdendo a cada instante,
Apenas a mortalha me garante
O todo que deveras já divaga,

Meu mundo num momento agora afaga
E o corpo se entregando doravante
Explode num momento alucinante
E sei desta palavra que se traga

Invisto o meu anseio neste nada
E sei da velha rota, suja estrada
Que leva em plena noite ao vão fastio.

E bebo sem sentido cada gole
Da vida que deveras já me engole
E traz a cada passo o desvario.


14


Meu verso não teria a menor chance
E sei o quanto tento sem sucesso,
E quando imaginando o meu regresso
Sem nada mais que traga ao meu alcance.

A vida no passado então se lance
E cada vez que tento e recomeço
Apenas a verdade onde tropeço
E o medo se desenha em vão nuance.

Meu mundo descaído e sem saber
Do quanto poderia me envolver
Nas tramas mais sutis e mais ferozes,

Os olhos procurando algum momento
E nisto o que me resta ainda tento
Tentando subverter rumos atrozes.

15


Jamais pudesse ter qualquer verdade
No tempo feito em rude companhia,
O verso se moldando noutro dia
E o canto se mostrando em claridade,

Ousasse perceber a liberdade
E o velho caminhar que inda me guia
Por entre velhas rotas, cercania
Do mundo sem saber por onde evade.

O campo sem sentido, o velho anseio
E quando na verdade o quanto veio
Expressa a maravilha do que veja

Ensino em descaminhos outro tanto
Sabendo do que possa e já garanto
Tentando compensar cada peleja.


16


Não mais pudesse crer no firmamento
Que tantas vezes; nega este clarão
Preciso conversar e sei do não
Enquanto o caminhar se faz atento,

O mundo noutro instante sempre tento
Vencer os dias turvos que virão
Marcando com temor a sensação
Do corpo num etéreo movimento.

O prazo se transforma num segundo
E quando no vazio eu me aprofundo,
Vivenciando o corte que se faz,

Meu tempo determina o fim de tudo
E sei que no caminho onde me iludo
O passo é cada vez bem mais audaz.

17

Restauro os medos todos, velho cais
E sei do quanto vivo sem segredos
Os olhos procurando em tais enredos
Apenas em momentos desiguais,

Os erros tantas vezes são banais
E os marcos escorrendo entre meus dedos
Somente vislumbrando dias ledos
Envoltos entre ritos infernais.

O quanto pude crer e não viera
A sorte se transforma e não sincera
Explode em rude fantasia ou nada além,

Do que inda poderia em tom diverso,
Meu mundo pela vida ora disperso
E sei que no final nada contém.


18

A fúria não se aplaca de tal forma
Apenas se apresenta mais feroz,
O tempo que envolvesse enfim a nós
No todo sem sentido se transforma,

O canto se desenha e não deforma
O verso se apresenta como algoz,
O rumo se perdendo em vaga foz,
Ousando no que possa em velha norma.

Meu mundo se transporta sem um porto,
O amor que tanto quis, um mero aborto,
A rústica presença de um passado,

Desenho sem sentido e sem razão
Jogado pelos ermos do sertão
Há tanto sem proveito, abandonado.

19


Num átimo o que eu tive se esvaíra
E o canto se demonstra sem sucesso,
O verso se desenha e se regresso
Voltando o meu olhar vejo a mentira.

O canto na verdade se retira
Do quanto poderia em tal progresso,
Meu mundo quando muito tento e meço
Tramando as velhas lutas, frágil pira.

O rumo sem sentido e o velho passo,
Aonde na verdade o fim eu traço,
Traquejos de uma vida sem valia.

O quanto resta vivo dentro em mim
Traduz o quanto possa, mas enfim
Eu sei que na verdade não teria.

20


Não mais me envolveria em tais anseios
Nem mesmo poderia ser assim,
O tempo se aproxima do seu fim
E vejo do passado velhos veios,

Meus olhos entre vários devaneios
A seca toma conta do jardim,
E o preço a se pagar traduz em mim
Os dias mais doridos e receios

Já não me caberia melhor sorte
Senão a que talvez já me conforte
Tentando caminhar em meio ao nada,

A luta se desenha sem proveito
E quando o rio seca o próprio leito,
A vida segue atroz e desolada.


21

Que seja mais contido o verso quando
O tempo misturando voz e sonho
Trouxesse muito além do que componho
Ou mesmo novo instante me tomando,
O quanto da esperança se tornando
Um ato tantas vezes mais bisonho
Ou mesmo até num rumo que enfadonho
Percebo novamente enveredando.
O vasto caminhar no imenso céu
Coberto por estrelas, sem o véu
De brumas que impedissem o azulejo,
O tanto ou mais diverso desenhar
Entranha no meu peito, devagar
E o fim de cada história em vão prevejo.

22


Que seja preservado cada dia
No tanto quanto quero ser diverso
E nisto mesmo estando em vão perverso
O tanto que mais sonho poderia,
Poreja dentro da alma esta harmonia
E vivo expectativa de outro verso,
O canto noutro rumo estando imerso
Pudesse me trazer uma harmonia,
E agônico poeta sabe bem
Da mortalha suprema que convém
A quem se fez aquém do que se quer,
O vândalo percebe o fim do jogo
E tento penetrar em pleno fogo
Tentando algum destino, outro qualquer.

23

A vida sendo infame e contumaz
Traduz em morbidade o que foi festa
E o tanto que vivesse e não contesta
Uma alma muitas vezes mais tenaz.
Versejo sobre o quanto a vida traz
E bebo do horizonte em cada fresta,
A sorte tantas vezes mais funesta
O mundo noutro ponto se desfaz.
Ousasse acreditar no fim de tudo
E sei que na verdade desiludo
Herético caminho em tom sofrível
Meu prazo que extermina qualquer voz
De um tempo onde pudesse dentro em nós
Vagar sem perceber o imperecível.

24


Eu vejo bem vingado cada engano
Num ato mais atroz e mesmo rude,
O verso mais audaz já desilude
E mudo com certeza cada plano,
Arcando com meu verso, se eu me dano
No fundo tento mais do que ora pude,
E tendo em minhas mãos a plenitude
O vento se mostrando soberano,
Arcano, sigo em busca de mim mesmo
E quando na verdade me ensimesmo
Jamais eu poderia imaginar
O fim de cada caso num ocaso
E mesmo quando eu sigo; já me atraso
Tentando qualquer sonho a divagar.


25

Honrando os meus antigos pensamentos
Lutando contra o tempo que não veio,
Apenas vou somando outro receio
E sigo tantas vezes, desalentos.
Ousasse renovar os sentimentos
E crer no quanto possa, mas sigo alheio
Ao todo que tentara e não anseio
Além da imensidão dos vários ventos.
Reajo sem saber do que viria,
Senão a mesma senda, hipocrisia
E nela o que se vê não mais me importa,
A luta se abandona a cada instante
E o quanto inda me resta mal garante
A imensa sensação da velha porta.


26

Os dias que virão trazendo a glória
Que tanto procurei caminho afora,
O fogo da esperança revigora
E possa até mudar a velha história,
A mutação deveras merencória
O corpo que no fim já se devora
O término do sonho me apavora
E gera a mesma luta, vã memória.
O prazo se transforma em tempestade
O rústico cenário mais degrade
O tanto quanto quero e jamais pude,
O caos se provocando a cada queda
Instante sem destino o tempo veda
E nega qualquer passo em juventude.

27


Pudesse num instante mais complexo
Seguir os meus temores e encontrar
Ao menos o que seja algum lugar
E ter no meu olhar o mais perplexo
O canto se fizera sem reflexo
O tempo não me impede de sonhar,
Resulto de algum vago desejar
E deixo o coração, somente anexo.
Espero este momento aonde eu possa
Trazer uma esperança, clara e nossa
Vagando pelos mares mais distantes,
E sei do quanto a vida se resume
No tanto que se molda num ardume
E cada novo passo ora adiantes.

28


Vivesse entre os triunfos, raros louros,
Que a sorte vez em quando me apresenta
E sei do quanto possa em tez sangrenta
A luta noutros vãos ancoradouros,
Os dias que traduzem os vindouros
Anseios onde a sorte que atormenta
Moldasse esta paisagem virulenta
Buscando inutilmente seus tesouros.
O rumo se perdendo e nada veio
Somente o que tentasse e segue alheio
Ao passo que viera traduzir
O dia se anuncia no horizonte
E quanto mais o mundo agora aponte
Maior a sensação de algum porvir.

29


Não tive e nem teria escapatória
Divirjo dos meus únicos anseios
E sei da liberdade em raros veios
E morro tão somente sendo escória,
O tempo nesta sorte sem memória,
Os olhos entre enganos e rodeios
Os tempos são diversos, devaneios
Ousando acreditar na vaga história.
O canto sem razão, meu verso espera
Apenas a palavra mais sincera
Que possa resumir outra esperança,
Meu passo sem sentido segue em vão
Tentando acreditar em solução
Enquanto o próprio sonho ao fim me lança.


30



Não quero e não pudera acreditar
No quanto cada verso se moldara
Dourando com certeza esta seara,
Ousando noutro tempo a se mostrar,
A vida não permite o caminhar
E bebo da emoção sobeja e rara
Aonde o que se queira se escancara
Na luta que não pude controlar.
Vestígios de uma sorte mais audaz,
O tempo se mostrara mais capaz
E o corte traz apenas esta imagem,
De quem se fez aquém no dia a dia
E o tanto quanto possa me traria
O rosto de quem amo, qual miragem.

31


Não tenho mais momento algum em paz
E sei deste tormento que acumula
A vida sem sentir a própria gula
E nisto o que restara queda atrás,
O vento tantas vezes satisfaz
E molda o que em verdade dissimula,
A luta sem defesas nos engula
E mostre o caminhar bem mais tenaz.
Esbarro nos meus erros do passado
E sinto o velho tempo acumulado
Nos erros mais comuns do quanto eu pude,
No tempo mais feliz já nada vejo,
O quanto se pudera sem traquejo
E o verso na verdade segue rude.

32

Não vejo novo rumo nem procuro
Sabendo do meu mundo mais dorido
O verso noutro tempo resumido
Expressa a solidão em céu escuro.
O vento aonde segue e além perduro,
Sentindo esta emoção que traz no olvido
O tanto quanto possa e não duvido
Do todo desejado noutro auguro.
O canto sem razão, meu sonho inventa
E sei desta fortuna virulenta
Voracidade é tudo o que se vê
Volvendo num instante a ser quem era
O mundo renascendo em primavera,
Um sonho que em verdade não se crê.

33


Imperiosamente a vida traz
Momentos dolorosos e temíveis
Os dias sem saber dos velhos níveis
O canto se mostrando mais mordaz,
O velho acreditar deixa p’ra trás
Os erros mais comuns e imprevisíveis
Os tempos com certeza são terríveis
E o verso se mostrara sempre audaz.
Jamais eu poderia acreditar
No quanto o meu caminho não permite
Viver aonde vejo o meu limite,
Tentando novamente divagar,
A lua se expressando de tal forma
Aos poucos, cada dia se deforma.

34

O verso perdeu
O tempo voraz
O quanto já faz
Do todo que é meu,
Ao mesmo esqueceu
E nada me traz,
Deixou sempre atrás
O velho apogeu,
Esqueço e padeço
Antigo tropeço
Num ermo caminho,
Vagasse tão só,
Pisando este pó
Que forma meu ninho.

35

Tristeza domina
O olhar de quem sonha
A vida enfadonha,
O tempo extermina,
O todo fascina
A luta se enfronha
E bebo a medonha
Versão, leda sina.
O quanto pudera
A vida, esta fera
Que tanto corrói,
O sonho negando
Um dia mais brando,
Apenas destrói.

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