segunda-feira, 15 de agosto de 2011

CANIBAIS

Minh’alma canibal vive a buscar-te,
Sedenta de carícias orvalhadas...
Libertas de pudores! Impensadas!
Que saibam me explorar com muita arte.

Afeita à mil luxúrias ignescentes,
Insaciáveis, lúcidas loucuras
Eu sou aquela que, enfim, procuras,
E quero das volúpias, teus repentes.

Dos beijos teus eu quero os mais rompantes,
Daqueles que jamais eu tive antes,
Co’a força que provém dos teus desejos.

Minh’alma é assim! É canibal!
E busca mundo afora alma igual
Que saiba s’ entregar sem medos, pejos.

Edir Pina de Barros


Anseios de quem tanto se queria
Na fome insaciável do desejo
E o quanto se propaga a cada ensejo
Expressa muito além da fantasia,

E o tempo noutro instante mostraria,
O quanto mais anseio e quando vejo
O tempo num momento, num lampejo,
E o todo num delírio eclodiria,

Assim ao perceber tantas delícias
Que possam nos mostrar estas carícias
Querendo na verdade muito mais,

O mundo se transforma num repente
E o sonho delirante se apresente
Em ânsias e vontades canibais...

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