O tempo dita ao tempo o que viria
E traça noutro instante o quanto possa
Tramar nesta esperança que se apossa
Da fúria que se veja dia a dia,
E quanto mais audaz esta agonia,
Maior a sensação de medo e troça
Que a cada novo instante já destroça
E deixa para trás a fantasia,
Meu verso se perdendo sem razão
As sombras dominando, pois virão,
Nas brumas onde vejo o meu futuro,
Mas quando a lua invade o imenso céu,
O mundo ao inverter este papel
Expressa em claridade o que procuro.
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