APÓS A QUEDA
Não tento nova sorte após a queda
E sei do quanto a luta não cessara
Vagando pelos ermos da seara
Que em nada com certeza se envereda.
O passo sem saber do que ora seda
A vida num instante em luta clara
Meu verso no vazio não se ampara
E o tempo noutro engodo se depreda.
A candidez que tanto desejei
Ausente penetrando em leda grei
Marcantes ironias são constantes,
E vendo o que pudera ser além
O mundo no vazio não convém
Ao quanto com ternura não garantes.
Marcos Loures
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