sábado, 11 de agosto de 2012

COMPARSA

COMPARSA

Menino que criou-se lá na roça
Brincando com pião, e cabra cega
Deitando numa rede, na palhoça
Jamais numa cidade, em paz, sossega.

Montado num cavalo, na carroça,
Em nada nesse mundo já se apega,
Da dor e da saudade se faz troça,
Do verso que improvisa a sorte prega.

Moleque que se fez quase um matuto,
No cigarro de palha, o companheiro.
Olhar de quem não sabe, sendo astuto,

Cartilha decorei, mas sou matreiro.
Porém por amizade, vou e luto,
Comparsa; na verdade. Um bom mineiro.

MARCOS LOURES

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