quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Noite escaldante

Noite escaldante


Noite escaldante, noite das esperanças...
Cruas crianças vestem-se de danças,
As danças descalças insensatas...
Os medos e os ledos desejos, segredos e manhas...
Trazes as crases e as aspas, cruzes e vespas,
Urzes e brasas... Acesas brasas...
As asas e os pés cansados, atados e feridos.
Noites escaldantes, noite das lembranças
Das pujanças e das lanças, alças os velozes
E vilosos pés. Segregas e negas, afagas...
Nas terras distantes,
Crianças e gnomos.
Gomos de esperança...
Somos todos o nada,
Absortos e distintos,
Intestinais...
Versos e versões, imersões...
Noite escaldante...
Daqui para adiante,
Avante e diante de ti,
Os pés descalços, os percalços...
Somos o mesmo eco, o repeteco,
O esterco e o nascimento,
O cimento e a base,
Arquiteto divino.
Nada impede o tropeço.
O meu preço é o recomeço.
Meço meus medos por meus olhos
Lacrimejo meu desejo mais espúrio.
Cúrias e Mercúrios...
Deuses...
Reveses.
Cruzes
Luzes
Urzes.
Reverso
E medalha...


MARCOS LOURES

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