UM CANTO DE AMIZADE
A mesma mão que finge e se demora
Nas cordas de um vadio violão
Chorando de mansinho nunca chora
E toca bem mais fundo o coração.
Olhar que nada pesca, não vigora
Não pede nem saudades nem perdão.
Quem chora num chorinho, desde agora
Já sabe todo o som da sedução.
A mesma mão que beija e te maltrata
O mesmo pé que dança, capoeira,
A boca que te lambe já te mata
Peçonha de pessoa traiçoeira
Antídoto? Querida, na verdade
Talvez encontre em canto de amizade...
MARCOS LOURES
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