sábado, 15 de setembro de 2012

AMIZADE

AMIZADE

Ao arrancar meus olhos, pude ver
Enfim o que se fez mais relevante.
Na sutileza imensa do elefante
Percebo minha carne apodrecer.

Vencido pelo quase, ao mesmo instante
Vendido nas esquinas, cada ser
Do quanto que não era passa a ser
O nada vezes nada acachapante.

Percebo quão ainda é fedorenta
A turba tão cruel quanto imbecil.
Falar de uma amizade te apascenta?

Melhor fechar o vidro do teu carro,
Aí vem um molambo semi-vil
Ou jogue em cima dele, tire um sarro..

MARCOS LOURES

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