CUPIDO...
Sou ermo, vou a esmo e sou feliz
Por ter a minha cara bexiguenta.
Um corte mais profundo já me diz
Tornando esta palavra virulenta.
A sorte se transforma em meretriz
E nada, nem silêncio me apascenta.
O sangue vai brotando em chafariz
Duma alma que se torna purulenta.
Vendida nas esquinas, nos bordéis,
A vida se perdendo pouco a pouco
Os olhos viperinos e cruéis
O amor não serve mais sequer pra troco
Entupo este Cupido com meus féis,
Na cara do boçal já dou um soco.
MARCOS LOURES
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