sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

NÃO QUERO VALENTIA

NÃO QUERO VALENTIA

Não quero mais valentia
Nem tampouco tempestade,
No tanto que me cabia,
Só cabe nossa amizade

Meu amigo já te conto
De tudo o que já vivi,
Sofrimento foi desconto
De toda amor que perdi.

Companheiro não me esqueço
Das palavras que dizia,
Esse amor eu não mereço,
Mas custou a teimosia.

Moço pobre, moça rica,
Num dá certo não senhor,
Quando a coisa se complica
O dinheiro tem valor.

O seu pai é proprietário,
Eu sou simples cantador,
Na hora desse honorário
Toda a conta me sobrou.

Quando a moça viu a casa
Com telhado de sapê,
A paixão que fora brasa
Começou a arrefecer.

E depois de rachar lenha
Com a mão tão delicada,
Por mais amor que me tenha,
No final não sobrou nada.

Arroz e feijão na cuia,
Beber água lá do poço,
Guardar milho lá na tuia
Piorou este alvoroço.

Mas te falo camarada,
Cada beijo bem cheiroso,
Valeu toda esta jornada,
Eta bichinho gostoso!

Mas agora que findou,
E voltei à realidade,
Graças a Deus, me sobrou,
O bão de tudo, amizade!


MARCOS LOURES

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