VASCULHO CADA CANTO
Meus olhos te procuram pela casa,
Vasculho cada canto, nada vejo.
Apenas o retrato de um desejo
Que em fogo me incendeia e assim me abrasa.
Aos poucos, solidão apaga a brasa,
E a dor que nunca cessa, eu já prevejo
Esta última parceira; não almejo.
Somente uma saudade me extravasa,
Pois nela posso ver o teu retrato
Embora distorcido, na verdade.
Revejo com prazeres cada fato
Vivido nesta casa, em nosso quarto.
Lambido pelos olhos da saudade
Sonhando; ao infinito logo parto.
CONFRARIA LOURES
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