MEUS SENTIDOS
Meus sentidos o sono quando os toma
Devastações profanas entre tantas
E quando com verdades desencantas
Adentro este torpor, supremo coma.
Apenas o vazio dita a soma
E mesmo quando em guerras tu levantas
Ainda assim abrolhos cevas, plantas
E a vida ao mau presságio já se assoma.
Negar os velhos ditos deste oráculo,
Fugir desta mortalha e seu tentáculo,
Apenas ilusão e nada mais.
O sono que devia apascentar
Pelo contrário vem desmascarar
A ausência pertinaz de um manso cais...
MARCOS LOURES
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