segunda-feira, 11 de março de 2013

O MEU FINAL


O MEU FINAL

O todo desenhado em raro trilho
Pudesse desejar noutro momento
E quando na verdade eu sigo em paz
Ousando com ternura o que viria
Meu mundo se aproxima do final,
E nada mais levasse em minha morte.

O sonho desdenhoso dita a morte
E quanto mais escasso rumo eu trilho
Singrando sem um cais, ledo final,
O mundo se apresenta num momento
E nisto tantas vezes eu viria
Buscando o quanto resta em rara paz.

A sorte desenhando em nós a paz
E nisto desdenhando a própria morte
Além do que em verdade aqui viria
Ditando a realidade em raro trilho
Gerando cada passo num momento
Trazendo a todo instante outro final.

O marco desenhado no final
Expressa o que pudesse vivo em paz
E nisto se percebe no momento
Cabendo com certeza a própria morte
E nessa solidão enquanto eu trilho
Marcando cada passo, aquém viria.

O manto traduzisse o que viria
Tramando o quanto cabe no final
E vendo a solução por onde trilho
Gestando o que pudera ter em paz
Após o quanto quero e sei da morte
Preparo para tal novo momento,

Ainda que se visse num momento
O quanto não pudera nem viria
Rondando o meu caminho, dita a morte
Bem antes que se chegue num final
Espero descansar enfim em paz
Ousando na esperança em ledo trilho.

O quanto sempre trilho em vão momento
Cerzindo nesta paz o que viria
Alcanço o meu final, e bebo a morte.

MARCOS LOURES

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