domingo, 2 de junho de 2013

FAMINTO DE JUSTIÇA

 FAMINTO DE JUSTIÇA

Nos corpos mutilados de crianças,
A vida transcorrendo calmamente...
De nada servirão, as tais lembranças.
Não restarão sequer na nossa mente.

As fotos de famintas esperanças;
Esquecidas, jogadas, simplesmente...
A morte sem sentido, mas não cansas
De tentar prosseguir, vida demente...

Tenho todo cansaço e sangro à toa.
A vida, bem sei; vida é muito boa...
Pena que esses retratos não se calam...

Toda boca faminta de justiça
Recebe, em troca, escarro da cobiça.
Em silêncio, pedindo, nada falam...


MARCOS LOURES

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