O quanto poderás depende apenas
Desta bagagem tua vida afora,
E apenas onde há adubo a sorte aflora
As plantas sem a base são pequenas,
E quando de ilusões tu te envenenas
O mundo noutra face me apavora
E o barco sem timão não desancora
Senão neste naufrágio te condenas.
É necessário sim ter horizonte,
Mas quando se consegue e se desponte
O sol entre as terríveis toscas brumas,
Quando se tenta a vida sem raízes
Apenas nós veremos os deslizes
E tu ao fim de tudo já te esfumas.
marcos loures
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