Não pude nem sentir o teu perfume,
A noite não deixara qualquer marca
E o tempo quando o todo não abarca
Ao nada com certeza sempre rume,
E mesmo que pudesse por costume
Vencer a solidão, a vida é parca,
E quantas vezes; nada mais embarca
Sequer o quanto possa ou me acostume,
Esqueço os meus anseios, sigo só,
Do tempo sem ter tempo sou o pó,
A morte se aproxima lentamente,
E o tanto quanto quis e nada havia
Somente uma emoção em agonia
E a sorte num instante muda e mente.
MARCOS LOURES
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