sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Não trago nos meus olhos esta adaga
E sinto o quanto pude a cada engodo,
A vida traduzindo o imenso lodo
Deveras sem certeza nos afaga,

E sei do quanto possa noutra senda
Ou plaga mais diversa ser feliz,
Vencer esta rudeza enquanto eu quis
O sonho que decerto ora desvenda,

Espalho em verso e fúria esta vontade
Ousando na certeza mais venal,
O dia se aproxima em ritual
E nisto cada passo diz verdade,

Ausento dos meus prantos, sigo só,
Voltando pouco a pouco ao velho pó.


Ainda que pudesse acreditar
Nos tantos e diversos sonhos, trago
O olhar enquanto tento em raro afago
Apenas o cenário a se mostrar,

Não bebo deste raio de luar
E sei que quanto mais luto e divago
Somente o coração ausente e vago
Expressa o que pudera desejar.

Meu mundo se aproxima do final
E tento acreditar num ritual
Enquanto a vida dita a velha forma

O medo sem sentido toma tudo
E quanto mais deveras eu me iludo,
A senda num vazio se transforma.


Receba com carinho cada verso
Que faço e te proponho em mansidão,
Os olhos noutro rumo e direção
A vida desenhando este universo

O quanto poderia e já disperso
Traçando com firmeza a solução
Esbarra nos enganos e virão
Somente o que decerto desconverso,

A luta não cessando num momento
E tantas vezes sonhos eu fomento
Tramando com ternura o que virá,

Meu mundo se aproxima e diz do raro
Caminho; enquanto busco e já declaro
A lida como fosse algum maná.


Já não comportaria a claridade
Nem mesmo o quanto tenho dentro da alma
A sorte vence então a dor e o trauma
E o tempo dita a rara liberdade,

E quanto mais deveras já me agrade
O sonho aonde a vida em paz acalma,
Do rústico cenário cada palma
Traduz o que pudera e ora degrade.

Não vejo mais o mundo de tal forma
E o nada na verdade me transforma
Mudando outro momento dentro em mim,

Meu rumo se ocupando novamente
E sei do quanto possa e se desmente
Matando o que restara ou algo assim.


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O tempo vicejando aonde um dia
Pudera acreditar noutro momento
E sei o quanto eu possa e mesmo invento
Meu mundo não tivesse esta alegria,

Bastando tão somente o que eu queria
Invisto neste instante o pensamento
Gerando dentro da alma o sentimento
E nisto cada passo mediria

O quanto se alinhando num sentido
Enquanto o meu caminho em paz lapido
Vagando pelo espaço sideral,

O rumo se demonstra a cada instante
Marcando com ternura o que garante
Moldando este momento bem ou mal.


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1


Já nada mais soubera quem procura
Vencer os dias duros e temidos
O canto se produz em esquecidos
Momentos onde eu vejo esta tortura

E sigo cada passo em tal loucura
E nada mais pudesse em tempos idos
Vestindo esta ilusão em reunidos
Caminhos onde o tempo se emoldura.

Gerando outro cenário aonde um dia
Pudesse acreditar no que viria
Pressinto a cada instante a solução

E neste desenhar a vida trama
Além do que pudesse em leda chama
Viver a mais suave sensação.

2


Viver a mais suave sensação
Do tempo após o tempo perseguido,
O mundo aonde tento e mesmo olvido
Expressa a mais diversa direção,

Meu canto se mostrando em precisão,
O prazo noutro instante consumido,
O corte no final dita o sentido
E sei dos meus alentos que virão,

Reparo cada estrela e sei do encanto
Enquanto novamente em ti garanto
Meu verso sem proveito e sem valia,


3


O tanto quanto pude acreditar
Já nada mais trouxesse a caminhar
Senão esta emoção a cada dia.

Senão esta emoção a cada dia
Pudesse traduzir felicidade
E quantas vezes vejo a realidade
Enquanto o tempo aquém já não teria

Presumo o que meu mundo não veria
E nada mais do quanto se degrade
Pressente a mais suave claridade
E nisto se traduz em harmonia,

Espero algum momento após o todo
E quando no final eu vejo o engodo
Aonde o meu caminho não pudera,

Espreito quando muito outro sinal
Cerzindo outro momento magistral
Alimentando assim a morta fera.


4

Alimentando assim a morta fera
Apenas o vazio se moldando
E o quanto na verdade diz do quando
A sorte noutra face destempera,

O mundo com certeza não se espera
E o tempo se desenha audaz e brando
Vestindo o que pudera se tramando
E nisto meu caminho degenera

O tanto quanto quero ou mesmo existe
Um canto sem destino e sinto triste
Produz a minha noite a cada não,

E o corte na raiz sonega a vida,
A morte há tanto tempo resumida
Expressa a mesma ausente direção.


5

Expressa a mesma ausente direção
E nada mais pudesse se consigo
Vencer o quanto vivo em desabrigo
E novos dias todos moldarão

Meu rumo se presume em sedução
E sei do quanto possa ou mais prossigo
Vestindo a solidão enquanto eu ligo
E muda com certeza esta estação

Não posso acreditar em novo instante
E o canto se aproxima e o fim garante
No tanto quanto possa imaginar

Meu mundo não teria outro cenário
Senão este desenho temerário
Cerzindo outra incerteza a se locar.

6


Cerzindo outra incerteza a se locar
Já não mais poderia ter nas mãos
Os olhos que tocassem velhos grãos
Marcando com ardor cada lugar,

E o verso na verdade ao se moldar
E sei dos dias vagos, mesmo vãos
E sinto outros cenários entre irmãos
Selando o quanto pude caminhar,

Não creio no infinito e não pedisse
O todo revelando esta mesmice
E nela a marca atroz em dor e tédio,

Não quero acreditar nesta emoção
E busco no final a solução
Sabendo quando amor não tem remédio.


Não tendo uma saída ainda que pedisse
A proteção divina ou mesmo alguma sorte,
Sem nada que pudera em paz não mais conforte
O quanto resta na alma e diz desta mesmice,

O vento se aproxima e quando assim desdisse
O tanto que queria e sei do vago norte,
A luta se anuncia e brada e não conforte
O amor se faz audaz, mas gera esta tolice.

E o verso sem sentido, o tempo já renega
O vinho avinagrado, inútil tal adega
E o canto se perdendo em noite inebriante,

A valsa, este bolero, o tango, o tempo rude
A vida na verdade aos poucos desilude
E traça o que pudera e nada mais garante.


A ALMA CATIVA

A dor que se estampasse ainda quando viva
A sorte sem sentido e o medo de seguir
Enquanto a vida nega o bem, este elixir
O todo se aproxima e traz a alma cativa,

Cenário sem igual ainda quando altiva
A luta não descansa e teima aonde vir
Traçando nova estrada e nela o resumir
Da senda mais audaz enquanto eu sobreviva.

Resumos de outros sóis e tardes em mil brumas
Aos olhos mais gentis e nisto além esfumas
Vagando sem saber o quanto eu pude ter

Nas mãos da solidão, meu verso enfastiado,
O tempo se perdendo e sei que teimo e brado
Vencida pelo tempo em fúria a corroer.


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A vida dita regras e obedeço
E quando se traduz em novo senso
O todo com firmeza eu já compenso
E sei deste desenho um endereço,

Quem faz da poesia um adereço
Lutando contra o mar, decerto imenso
No fundo se apresenta e como eu penso
A cada novo engano outro tropeço.

Cerzir com erros tantos o poema
No fundo é se perder em torpe algema
Vagando sem sentido neste mundo,

E quando em alegrias tento a sorte,
Meu verso com firmeza me conforte
Enquanto em tal beleza eu me aprofundo.


A liberdade dita os seus limites
E nisto se apresenta a realidade,
E quanto ultrapassado o todo invade
Dizendo o que deveras necessites,

Ainda quando pude, me acredites
Já nada impediria a claridade,
Somente o que se mostra em qualidade
Expressa o quanto queres e permites

Aprendo a cada dia um pouco mais
E sigo o que pudesse entre cristais
Regendo o meu caminho em clara luz,

O mundo se apresenta de tal forma
E quando não se sabe e se transforma
A mágica sonega e verte em pus.

As uvas estão verdes, pois senhora
E o quanto não se sabe se apedreja
A vida com temor se mostra andeja
E nada do que possa em paz aflora

O corte se aprofunda e me apavora
Apenas o vazio então se veja
E quando na verdade o que se almeja
Distante do que possa não decora,

Apresentando enfim o nada além
Do frágil desenhar que ora contém
Proclama com empáfia o que não cabe,

Bem antes do que o todo já desabe
Apenas no futuro ser ninguém
Quem tanto poderia e nada sabe.



Não quero acreditar neste cenário
Exposto ao mais voraz dos sentimentos
E quando no final vejo os lamentos
De um velho caminhar mais temerário,

Expresso o meu caminho e solitário
Adentro os dias turvos, sofrimentos
E bebo da ilusão, sobejos ventos
Marcando com ternura o itinerário,

Não tento outro momento senão esse
E quanto mais a vida me esquecesse
Jogado nalgum canto do passado,

Apenas semimorto e nada além
O fim ditando o quanto me convém
Ousando esta expressão que tento e brado.


Jamais acreditei noutro sentido
Senão a mesma face entorpecida
A luta se desdenha e marca a vida
Enquanto o meu caminho em paz olvido,

Já não teria mais o que duvido
E sei da solidão quando esta acida
O rumo mais atroz, a despedida,
O sonho noutro tempo consumido.

Meu verso se desenha em falsas luzes
E quando noutro rumo me conduzes
Verás o sentimento mais sofrível,

E o cântico seduz quem mais pudera
Vencer a solidão, diversa fera
E crer no quanto fora mais possível.


Jazendo nos meus olhos a esperança
E vendo o que pudera e não teria
A luta se desenha mais sombria
Enquanto o meu caminho ao nada avança

E sei do quanto tento em tal vingança
A sorte a cada instante desafia
E o mundo se perdendo em serventia
Matando o que inda resta da criança

Vestindo a sensação de ter além
Do medo e da alegria, o quanto vem
Restara dentro em mim, em solidão,

E o trágico momento mais diverso
Tramando o quanto possa a cada verso
Esbarra nesta turva sensação.

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