terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O amor que a cada instante nos transforma
E nova sensação trama e descreve
Trazendo enquanto a noite dita em neve
Calor que tanto toca e molda a forma,

E quando se transborda; já se atreve
Não segue na verdade lei e norma,
Do quanto existiria nos informa
E o tempo abençoado o sonho ceve.

Cerzindo em rara teia a maravilha
Aonde com certeza tanto brilha
Na constelar imagem, torvelinho

Regendo a cada passo, esta tiara
A lua desenhando a noite clara,
Enquanto nos teus braços eu me aninho.



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Diversas dimensões do mesmo dia
Fortuna dita em raios mais diversos
O quanto poderia ter nos versos
A senda que decerto ora me guia,

E quando se inundando em poesia,
Traçando meus momentos onde imersos
Os olhos se apresentam; universos
E neles outros tantos; paz veria.

Nesta infinita imagem luz e tramas
Enquanto com ternura tu reclamas
A viva sensação da eternidade,

Num átimo mergulho nos teus braços
E sinto mais distantes dias lassos
Enquanto esta beleza em luz me invade.


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Brandura dita o quanto da verdade
Expressa a maravilha de sentir
O amor ao dominar cada porvir
Deveras noutra face nos agrade,

Fortuna ultrapassando a realidade,
Expressa esta emoção, e sei que ao vir
Jamais se poderia redimir
O engodo que viria e se degrade,

O tempo sem amor já não conta,
Aquém do desenhado desaponta
E trama tão somente a queda e o fim,

Enquanto imaginara novo trilho,
Ainda mais distante não palmilho,
Nem mesmo o coração dita ao que vim.


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Um sofrimento mágico e sutil,
Gerado pela ausência de quem quero,
Momento tão diverso amargo e fero
Aonde o mero nada olhar reviu,

Expressa esta saudade e sei que é vil,
O tempo além do tempo e desespero,
No quanto poderia e destempero,
O velho coração atroz, senil.

Porém quando tu voltas noutro instante
Meu sonho em cada luz ora garante
Etérea fantasia em tal segredo,

E qual fosse delírio ou mesmo até
Imensidade feita em brilho e fé
Aos teus carinhos quero e me concedo.


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Enlouquecendo além o pensamento
Diversidade feita em luz e sonho,
E quando nos teus braços me componho
Tocando com vigor o sentimento,

Ainda quando muito me alimento
Do passo tantas vezes mais risonho,
Sabendo deste encanto eu te proponho
Bem mais do que pudera num alento,

Encontro cada rastro que deixaste,
A vida noutra face em tal contraste
Traduz uma esperança e sei do quanto,

O amor já poderia nos trazer
Além de qualquer canto, e até prazer
Momento aonde em paz eu me agiganto.


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Cuidasse dos meus dias solitários
Tentando adivinhar novo caminho,
Aquele que se fez sempre sozinho
Teria noutros sonhos rumos vários.

E sei dos desalentos, dos corsários
Do mar que imaginara e se me alinho
Ao quanto não se fora tão mesquinho
Engodos são sutis e imaginários?

Explodem dentro da alma cores tantas
E nestes dias claros me garantas
Apenas o momento aonde eu possa,

Vencer com plenitude cada engodo,
Assim o grande amor, além do todo
Traduz o quanto quero em sorte nossa.


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Amor quisesse além do mero nicho
Aonde se desenha outro cenário,
Vencendo com seu passo solidário
O olhar enamorado e em paz capricho,

Procuro desdenhar o quanto é rara
Presença deste encanto insuperável
Tornando este caminho inigualável
E assim a sorte imensa se escancara,

Vacante coração tempos atrás
Agora se desenha de tal sorte
Que tendo com ternura quem conforte
Encontra tão somente o que se traz

No sonho desejado por quem ama,
Mantendo da esperança a breve chama.


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Ausência dominando o meu caminho
Aonde tantas vezes se previra
A lida desenhada em verso e lira,
Enquanto do infinito eu me avizinho.

Pudesse ter em paz além do vinho
Brindando com a sorte o que se atira
Nos olhos de quem tanto já prefira
Um canto mais audaz, feito em carinho,

Ribeiras e riachos, noites vãs
E sinto que terei noutras manhãs
Respostas que procuro há tantos anos,

Viceja dentro da alma esta esperança
E quando no final ao nada lança
Esgueiro entre os vazios, trago os danos.


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O quanto desta vida se quisera
Após adormecida esta esperança
A sina mais diversa não se alcança
Deidade se transforma agora em fera,

Da sílfide moldada em vã quimera
O marco com ardor, temor avança
E sei do quanto pôde em temperança
Trazer o que deveras não se espera.

Acostumado aos erros; sentimento
Enquanto noutro passo, eu só lamento
A vida não traria a juventude

E amarga realidade dita o quanto
Pousasse muito além e assim garanto,
O canto que decerto desilude.


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A morte de um amor representando
O fim de um ciclo aonde fui feliz
Trazendo o que de fato contradiz
Saudade revivendo vez em quando,

Meu tempo de viver, já se negando
O quanto sem certeza ao menos quis,
Vagando noutro porto, este aprendiz,
Aos poucos terminando o que foi brando.

Sonegas as verdades e os enredos
E neles outros tantos mortos, ledos
Apenas congregando a dor e o tédio,

A cura não existe e o lenitivo
Tornando-nos dos sonhos um cativo,
Matando o que pudera ser remédio.


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Ingratas noites vagas entre farpas
E nelas outras tantas perfiladas,
As horas que julgara abençoadas
Enfrentam tempestades, vis escarpas,

Ouvindo muito além o som das harpas
As sortes noutras rotas desenhadas,
Pudesse imaginar novas estradas,
Açudes vão vazios sem as carpas

E nada mais teria no futuro
Somente o que deveras asseguro
E sinto em tal tormenta me tocando,

Meu mundo se desenha em tom diverso
E quantas vezes rumo ao nada eu verso,
Tentando algum momento bem mais brando.


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Impérios não resistem ao potente
Senhor que ronda e toma já de assalto
E nisto cada instante ora ressalto
E vejo aonde além luz apresente,

O quanto poderia um penitente
Vencido pelo encanto em sobressalto,
Vagando pelos morros e no asfalto
Gestando este sutil parturiente,

Amor não mais sossega e rouba a cena
Enquanto me apazigua e me envenena
Ao mesmo tempo doma e nos liberta,

Trazendo muito além do que eu podia,
Expressa com certeza esta iguaria
Que enquanto nos domina, nos deserta.


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Minha alma compartilha cada espaço
E dita com seus medos e falácias
Ainda que pudesse em vãs audácias
Trazer o quanto quero e mesmo traço,

Em palacetes, ruínas e taperas
A luta não mais cessa e chego ao fim
Na mesma sensação da qual eu vim,
Exposto ao vendaval em noites feras.

Em solilóquio busco uma resposta
E nada se trazendo além do inverno
E quando dentro da alma amor interno,
A face se desenha aquém e exposta,

O manto já puído da ilusão,
Transforma qualquer sim em mero não.


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Partindo do princípio que este sonho
Jamais se convertera em realidade,
A cada novo instante mais degrade
E nisto outro momento o decomponho,

Ainda quando pude em enfadonho
Cenário desnudar outra verdade,
A senda mais tranquila desagrade
Quem tanto quer um dia mais risonho,

Negando qualquer rumo, o desamor
Transcende ao que pudesse num louvor
Marcando a ferro e fogo em carne viva

Do brilho feito em luz, a vida priva
E sendo esta palavra libertária
Por vezes traz a treva, ou luminária.

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