domingo, 13 de março de 2011

À espreita do que possa ser diverso
Do tanto quanto busco e nada vinha
Somente a solidão que sei tão minha
Rondando sem certeza este universo

E quando contra o vento agora verso
Ousando acreditar na mais daninha
Loucura tantas vezes tão mesquinha
E nisto o que pudesse desconverso,

Resulto desta inválida promessa
E o passo sem saber já recomeça
E deixa qualquer marca para trás

Meu mundo que tentara em mansidão
Agora se moldando em dimensão
Mudando sem sentido o que ora traz.

A dura sensação do que se faça
Instantes onde o mundo quis o fim
Do tanto quanto possa dentro em mim
A luta se perdendo em tal desgraça

Avesso ao que pudesse e nada traça
Somente este desdém e de onde vim
O tempo se anuncia sempre assim,
Deixando no passado esta fumaça

O rústico momento em tom sutil
Apenas desdenhando o que ora viu
Vestígios de uma vida sem sentido,

O tanto quanto pude na verdade
Ao menos com frieza já degrade
O todo que deveras dilapido.


3

Já nada mais soubera e mesmo enquanto
O tempo se perdera em dimensão
Diversa da que vejo e desde então
A senda se aproxima em desencanto

Não posso e na verdade o que garanto
Não dita os dias frágeis que verão
Ainda do que possa em solidão
Traçar outro cenário e enfim me espanto,

Reparo e sei do fim aonde um dia
Vivesse o que pudesse e não teria
Sequer a menor chance; ser feliz.

Meu verso se perdendo em rumo incerto
Apenas o que invado e ora deserto
Traduz o quanto tenho ou se desdiz.


4

Negar o quanto tenha e mesmo veja
Ascendo ao mais disperso caminhar
E posso na verdade desejar
Apenas o que tanto se preveja

Embora a sorte trace e que assim seja
O fim semente exposta ao vão lugar
E nisto me entranhando em ledo mar,
A luta se mostrasse malfazeja,

Reúno meus enganos sigo aquém
Do quanto na verdade não mais vem
E bebo a solidão enquanto pude

Vestir a mesma farsa do passado
E vejo o tempo agora desolado
Matando o que me resta em juventude.


Não tento acreditar no que não trame
A luta sem sentido em vaga sanha
E mesmo quando o tempo ora me ganha
A sorte se perdendo em vago enxame,

Cravando dentro da alma o que reclame
Inverto o meu caminho e da montanha
Eu vejo o que se perde e não se entranha
Numa alma sem saber qualquer ditame,

Vagasse sem destino vida afora
E o tanto quanto quero não aflora
E marca em tatuagem o que resta

Porfia com temor esta esperança
E quando à solidão meu passo lança
Deixando sem sentido algum a festa.

Não tento confirmar o que não veio
E sigo sem temer qualquer vontade
E quando o dia a dia me degrade
Enfrento o quanto tenha em vil receio

O mundo se transforma e sigo alheio
Ao quanto poderia em vil verdade
E nada do que trace realidade
Expressa o meu caminho em devaneio.

Bendigo qualquer sonho mesmo em vão
E sei dos dias turvos que trarão
Apenas o vazio e nada mais,

Enquanto o meu cenário nada muda
A sorte se aproxima e sem ajuda
Encontro no final meus vendavais.


7


Negar o que se fez além de tudo
E ter nos mesmos olhos o futuro
E quando no caminho eu asseguro
O prazo aonde torpe desiludo,

O verso sem saber quanto amiúdo
O canto noutro passo e se o misturo
Apenas no vazio em tempo obscuro
O corte dita o tempo e nada ajudo.

Restando de minha alma muito pouco
Quem sabe no final esteja louco?
Ainda mesmo assim o verso trama

A febre sem temor em frenesi
E o quanto desejara se o perdi,
Nem mesmo em verso audaz expões a chama.


Um tanto já cansado desta luta
E nada mais pudera desde quando
Meu mundo sem sentido desabando
Enquanto o dia a dia ora reluta,

E sei do que pudera e não refuta
O lento caminhar em contrabando
Resulto do vazio me enfurnando
Na sórdida presença mesmo bruta,

Reparo cada engano e sigo em frente
Ainda que meu canto se apresente
Diverso do momento mais sutil,

Errático planeta sem sentido
O vento aonde o tanto dilapido
Traduz o que esperança jamais viu.

9


No prazo demarcado pela morte
Jamais se determina o que prorrogue
Ainda que deveras tente e rogue
Já nada no final tente e conforte,

A vida se anuncia e sei do forte
Caminho aonde o todo deixa grogue
Quem busca qualquer lei que ora revogue
E nisto nem o sonho diz aporte,

Aborto cada insânia e tento além
Do quanto na verdade a vida tem
E sinto sem sentido o que viria,

Bebendo com temor o que inda tenho
Ascendo ao mais dorido desempenho
Tocado pelas mãos desta agonia.


Realço com meu sonho o que jamais
Pudesse acreditar se a vida enreda
Nas ânsias mais audazes e se seda
Enfrenta o quanto possa em vendavais,

Atenda o que tentasse em desiguais
Caminhos preparando a nova queda
E o verso no vazio se envereda
E nele se repetem outros tais,

Repare cada anseio e veja bem
O quanto da verdade não convém
A quem se fez bem mais e não soubera

Apresentando o fim da leda história
A sorte se perdendo na memória
Alimentando apenas esta fera.




11

Não tendo mais saída o que me resta
É crer noutro cenário ou mesmo até
Trazendo esta esperança feita em fé
Ousar no caminhar onde se empresta

A noite que pudera ser funesta
Ou mesmo desenhando em tal galé
O verso mais atroz por ser quem é
Impediria o fim em sonho e festa,

Não prezo quem despreze o verso e o sonho
E sei do que se rompe e decomponho
Meu mundo em discordante caminhada,

Daquela sensação de vida em nós
Apenas o cenário mais atroz
Depois se adivinhando o fim em nada.

Não tendo outro momento senão este
O quanto na verdade se fizera
Apresentando enfim a sorte fera
Aonde o meu anseio concebeste

O canto no final e não teceste
Sequer o que pudesse e não se espera
Da garra mais atroz esta pantera
Enfrenta o que deveras; mereceste.

Apresentar o sonho em tom suave
E sendo de tal forma o que se agrave
Vivendo com temor o dia a dia,

No prato que quebraste sem motivo
O tanto quanto possa e não me privo
Do canto aonde nada mais teria.


A vida não permite que se siga
Depois da tempestade mais audaz,
O verso na verdade não se faz
E sei da minha sorte mesmo antiga,

O preço a se pagar nos contradiga
E o medo se desenhe mais tenaz
Do quanto poderia crer em paz
A luta com temor nos desabriga.

E sei do meu anseio sem limites
E quando no final não acredites
O tempo desenhara o fim de tudo,

Meu canto sem proveito e sem razões
E nele todo o medo que ora expões
Enquanto no final me desiludo.


14

O vento se transforma e toma o rumo
Diverso do que outrora tanto eu quis
O verso deixa na alma a cicatriz
E nela o dia a dia em vão resumo,

Benesse se mostrasse em supra-sumo
O peso do passado, este aprendiz
Gerando novo encanto e por um triz
Do tanto quanto pude ora me esfumo,

Ascendo ao verso atroz em noite rude
E sei do caminhar aonde pude
Depois da tempestade crer em paz,

Mas quando se aproxima o fim do jogo
Não tendo mais valia qualquer rogo
Apenas o vazio satisfaz.


Não teime contra a fúria do que outrora
Vivesse dentro da alma e tão somente
O quanto na verdade se apresente
Aos poucos sem sentido nos devora,
E bebo do caminho onde apavora
O mundo em tom atroz e incoerente
Ainda que se possa num repente
Ousar noutro momento e desancora,
Restrinjo aonde eu possa num instante
E sei do quanto em vão nada garante
Matando o meu anseio em verso e dor,
E nisto se apresente o quanto tenho
Ainda sem saber sequer se venho
Após outro momento em dissabor.


16


A deusa que desnuda se fizera
Além do mero sonho aonde invado
E nisto se percebe do passado
A cena mais audaz, mesmo sincera,
E vendo a minha sorte em tal tapera
Aonde o que pudera já degrado
Ousando caminhar e lado a lado
Apenas a verdade destempera,
No farto delirar de quem se ponha
Diverso desta luz mesmo medonha
Pousando no cenário feito em sonho,
A cargo do prazer onde eu matizo
O tempo mais diverso ou mais preciso
Meu canto noutro tom ora componho.

Imerso nas entranhas do que fomos
Eu vago sem saber do que seria
A vida se não fosse a fantasia
E nela outros momentos velhos gomos,
E sigo o dia a dia aonde eu possa
Viver sem mais temer o que virá
Sabendo da esperança qual maná
E mesmo da ilusão imensa e nossa,
O fardo dividido não mais pesa
A luta se mostrando em tom atroz,
O canto se desvenda e nesta foz
A sorte mais sutil deveras tesa
E o cântico que tanto procurei
Decerto noutro canto eu encontrei.

18


Já não me caberia novamente
Lutar contra os que restam dentro em mim,
E sigo sem saber do meu jardim
E nisto se desvenda o quanto mente
A vida noutro tom mais claramente
E segue o que pudesse até o fim,
Jorrando dentro da alma este estopim
Aceso nesta noite impunemente,
Meu canto sem sentido se perdendo
E o verso que não seja vão remendo
Prevendo novo dia em claridade,
O manto destruído em tom sutil
Apenas diz do quanto não se viu
E o beijo se perdendo nos degrade.

Não tento acreditar no que se vira
Ainda noutro mundo se apresenta
Depois do que pudera em tal tormenta
Deixando no caminho esta mentira,
O quanto do cenário se retira
E vejo a mesma face virulenta
E nada do que reste me apascenta
Tramando o dia a dia em cada tira,
Meu prazo determina o fim do jogo
E quando na verdade morto em rogo
O lodo se aproxima e toma em lama
A voz que não pudera mais saber
O mundo aonde tanto pude ver
No fundo sem sentido não reclama…

20

Meu verso desencanta o que se faz
E gera o meu anseio em claridade,
Pousando dentro da alma o que me invade
E nisto caminheiro mais mordaz
Meu prazo determina o fim da paz
Jogado pelas tramas da saudade
O vento no caminho já degrade
O manto quando o nada satisfaz,
Reparo o velho tom e nada vejo
Somente o quanto queira em vão ensejo
E malfazejo rumo se desdenha,
A luta sem proveito e tenebrosa
Apenas no vazio ora antegoza
O sonho sem saber de fogo e lenha.


21


A lua não defina o sonho e a sorte
E quanto do caminho onde me engano
Pudesse ser deveras um cigano
Sem ter o quanto reste ou já conforte
Meu canto se anuncia e me comporte
Marcando o dia a dia em ledo dano
Apresentando apenas o profano
Caminho onde decerto veja o corte
Medonhas faces dizem do futuro
E vejo enquanto nada eu asseguro
Matando o que inda tenho dentro em mim.
Meu caos se apresentasse de tal forma
E nisto o quanto venha nos conforma
E gere a turbulência em meu jardim.

22


Esparsa sensação adentra a tarde
E vejo quanto pude ter no olhar
Sem horizonte apenas mergulhar
No passo aonde o todo não aguarde,
E o vento noutro tanto se resguarde
Ou mesmo me permita caminhar
No tanto quanto pude agora ousar
E nisto cada noite em dor retarde,
A lua acinzentada em dor e tédio
O mundo não teria mais remédio
E o preço a se pagar em ágio traz
A senda sem ternura e mesmo morta
Deixando sem sentido exposta a porta
E nela o meu anseio mais mordaz.

23


O vento aonde o tempo diz do fim
Jogado sobre as rocas tão somente
E quando no final já nada tente
Semente sem verdades no jardim,
O pranto desolado traz em mim
O marco mais audaz tanto premente
E sigo caminhar contra a corrente
Depois do desejar atroz, enfim.
Já não mais concebera melhor sorte
E vejo tão somente o quanto aborte
O sonho mais audaz em mero tom,
O vento delicado se aproxima
E gera sem saber em novo clima
A vida desejosa em raro dom.

24


Meu verso se perdera sem destino
E o canto se aproxima do final
Aonde o quanto quero bem ou mal
Deveras sem sentido desanimo,
E vago após o engodo cristalino
Restando o meu anseio em tom fatal
Resulto deste insulto desigual
Vestindo o canto atroz e mais ladino,
Revejo cada passo deste todo
E sei que mergulhando em pleno lodo
O tempo se fizera sem sentido,
E quando se aproxima o fim do sonho
Apenas o que possa ser medonho
Deixando no passado inda lapido.

25


Uma coluna traduzida em queda após
O estio que não cessa e traz somente
O fim que na verdade se pressente
Ausculta do caminho a leda voz,

E o manto se desvenda e sei da foz
Dos tempos entre tantos e se sente
O medo noutro canto e mais descrente
Apresentando o rumo mais feroz,

Medonha madrugada aonde o fim
Pudesse desenhar em estopim
O quanto se anuncia alvorecendo,
Meu mundo sem sentido e sem proveito
Ainda no vazio onde me deito
Esboça o que se veja esmorecendo.

26


O quanto duraria uma esperança?
Não mais comporta a vida o que responde
Meu mundo e na verdade sei por onde
O passo sem sentido ora se lança
E vejo em turbulência o que me alcança
E nada do que possa corresponde
Ao tanto que se quer e quando esconde
A vida noutro engodo já balança
Marcante madrugada em tom venal
E sigo o meu caminho desigual
Envolto nas lembranças do que fui,
E o peso tomba logo a consciência
A sorte se transforma em penitência
E todo o meu passado em vão influi.

27

Não tendo na verdade o que pudera
Apresentar qual fosse solução
Os dias mais atrozes moldarão
A sórdida expressão em vã quimera
O medo com certeza destempera
E marca com temor esta expressão
E dela se adivinha a negação
Deixando a sensação que desespera.
O preço a se pagar deveras juro
Encontra o que se perde em tom escuro
Matando pouco a pouco o que me ilude,
O verso sem sentido e sem provento
O caminhar deveras onde eu tento
No fim renega em mim tal atitude.

28

Homérico caminho em epopéia
Vagando pelas ânsias do que venha
E nisto o delirar não mais contenha
Sequer o quanto pude em leda idéia,
Ausenta-se do sonho esta platéia
E bebo o quanto tente e sempre tenha
A vida o que deveras não convenha
Marcando esta esperança em panacéia
O vento se aproxima do final
Invento e reinvento o ritual
Audaciosamente feito em fúria,
De todo o desejar não mais se vendo
Apenas o que trago agora horrendo
Permite no final esta lamúria.

29


Negar o meu anseio e procurar
Por entre meus escombros o que tanto
Ainda se mostrasse em desencanto
Depois da tanto tempo emoldurar
Nas ânsias do que fosse o meu lugar
O marco mais audaz e se o garanto
No fundo o meu anseio dita o pranto
E nele nada pude desenhar
Não fosse esta atitude mais venal
O tanto se presume em desigual
Vestígio feito em ondas tão somente,
Do quanto se quisera e não viera
A sorte desvendando a primavera
Espera simplesmente outra semente.

30

Singela noite dita em abandono
O verso mais gentil ou mesmo rude
E quando no final apenas pude
Deitar em travesseiro exposto ao sono,
Ainda do que possa não me adono
E deixo para trás a juventude
E nela o que de fato nos ilude
Presume o meu anseio e não me abono.
Abraço cada passo aonde um dia
Pudera desenhar o que viria
Tentando a poesia como abrigo,
Depois de certo tempo nada vindo
Cenário se mostrara quase infindo,
E nisto sem temor algum prossigo.

31

Quisera acreditar noutro momento
E sei do meu anseio aonde possa
Traçar outra verdade mesmo nossa
E nisto o quanto resta ora fomento,
Não vejo cada passo e me atormento
Depois da solidão por onde endossa
Meu rumo quando o verbo não adoça
Trazendo tão somente o sofrimento
E vendo o que não pude acreditar
Ousando pouco a pouco devagar
No ocaso sem sentido e sem razão
Meu manto em luz suave e impertinente
Após o quanto quero e não se sente
O mundo se moldara em negação.

32

Espero qualquer luz que inda conforte
Quem tanto acreditou em treva e medo,
Agora se deveras me concedo
Não tento desvendar o velho norte,
E sei do meu anseio que ora aborte
Deixando para trás qualquer segredo
E nisto o que se fez em desenredo
Prenunciando na alma o mero corte,
Vestígios do momento mais audaz
Aonde o que pudera não se faz
E trama a tempestade dentro em nós
O canto sem sentido e sem motivo
O quanto da verdade ora me privo
Expressa o que se fez audaz e atroz.

33

Respaldos que procuro e nada havendo
Somente esta mentira contumaz
Aonde o que pudera não se faz
Senão a mesma sorte em vão remendo,
O tempo noutro engodo já desvendo
E vejo a minha sina mais tenaz
E sei do que tentara em plena paz
Moldando outro momento mesmo horrendo,
Reparo cada passo e vejo enfim
A solidão tomando tudo em mim
Sem ter sequer um prazo ou mesmo apoio
E as dores que deveras conheci
Agora num insano frenesi
Expressam esta sorte em vil comboio.

34

Trazendo do passado a mera sorte
Equânime cenário em turbulência
A vida se mostrara em ingerência
Diversa da que tanto nos comporte,
E sei do quanto possa neste aporte
E nisto qualquer sonho dá ciência
Do mundo mais audaz em penitência
E nada do que possa nos conforte.
O marco em consonância se abandona
Excêntrico momento leva à lona
Quem tanto desejara novo passo,
Agora o que se faz em prazo audaz
Demonstra o que decerto se desfaz
E nisto gera apenas o cansaço.

35

Usando da palavra que pudera
Ousar em novo tom e ser gentil,
O tanto que deveras se previu
Explode em sensação atroz, pantera.
O medo com certeza degenera
E veste o que tentasse ser sutil,
O canto noutro engodo repartiu
Deixando para trás o quanto espera.
Negar o que decerto não viria
Tentando dentro da alma a sintonia
E nisto o que moldara trama a luz,
E sei do quanto queira novo tempo
Ausento dos meus olhos contratempo
E o manto mais audaz já não seduz.

36


Idolatrando o sonho aonde um dia
Vestira com ternura o novo encanto
E bebo do vazio onde me espanto
Marcando a minha sorte mais sombria,
De todo o caminhar que não veria
O prazo se traçando em desencanto
E sei do que pudesse em dor e pranto
Matando o que se molde em fantasia.
Negar o quanto tenho dentro da alma
E sei que na verdade o que me acalma
Aclara a sensação sem mais anseio
E nisto o que se mostre com terror
Não deixa transferir em luz o amor
E nisto sem sentido devaneio.

37


Ousando acreditar no que se faz
E trama noutro instante o tempo em luz
Apenas o que tanto nos conduz
Gerasse novo rumo mais audaz,
O verso se mostrando contumaz
O medo desenhando aonde o pus
Semente se anuncia em contraluz
E tanto quanto possa mata a paz,
Serenamente a mente nos remete
Ao quanto no final não mais compete
Ao velho caminheiro sem estilo,
Depois deste momento aonde trilho
Vivendo a sensação de um andarilho
Apenas um momento em vão desfilo.

38


Produzo após o todo novo rumo
E vejo o meu anseio onde não pude
Viver com mais anseio a plenitude
E nisto cada passo ora resumo,
E bebo da esperança inteiro o sumo
E nada mais se mostre e se transmude
Somente o meu anseio atroz e rude
E nele com terror não me acostumo,
Jamais imaginei qualquer cenário
Vagando sem sentido itinerário
Que possa tão somente me traçar
O fim em dor e medo e neste ocaso
Apenas noutro rumo se me atraso
O verso não invade algum luar.

39

Andasse contra a fúria de quem sabe
Restando dentro da alma esta indulgência
O verbo se moldara e sem ciência
A luta na verdade não mais cabe,

Bem antes que meu sonho ora desabe
O preço a se pagar na impertinência
Marcasse com terror cada inclemência
E tanto quanto possa ainda gabe.
Gestando o que parisse como luz
Agora o que padece não reluz
E gera no vazio outra falácia
E nisto o que se fez em plena sorte
Ausenta e traduzindo enfim a morte
Apenas apresenta a vaga audácia.


40


Somando cada engano vi que a vida
Já não mais caberia dentro em nós
E o preço a se pagar demonstra após
A luta sem saber qualquer saída,
A marca mais audaz e percebida
No canto se desenha mais atroz
E sendo de tal forma mais feroz
O manto traz a história desabrida.
Não quero que talvez ora se veja
A sorte sem saber onde se almeja
Senão este azulejo em raro céu,
O manto já puído da esperança
Ao nada com certeza ora nos lança
E gera outro momento mais cruel.



41

Depois de cada queda novo dia
E nele se presume o que virá
Aposentando a sorte desde já
E nisto o quanto tenho não se adia,
O verso noutro enredo se anuncia
E gera o que deveras moldará
O fim que noutro engano mostrará
A sensação audaz atroz sombria
O vento aonde nada mais pudesse
Gerando no final a leda messe
E nesta dor que trago dentro da alma
Nem mesmo uma incerteza dita a regra
Do passo aonde o todo desintegra
E nem a solidão agora acalma…


42

Fragilizado estou pelo que tanto
Tentara acreditar e não viera
Apenas solidão ainda espera
E gera no final outro quebranto
O verso na verdade em desencanto
O prazo determina esta insincera
Verdade que se molda e destempera
Gerando tão somente dor e pranto,
No pântano dos sonhos a esperança
Enquanto neste lodo ora se lança
Avança destemida e sem razão
Os erros do meu dia mais venal
O tempo se anuncia desigual
E volto ao que pudera desde então.

43

Grassando sobre os erros de quem tente
Acrescentar a luz ao seu caminho
E quanto mais se mostra assim daninho
O mundo se moldara impertinente
Marcando o que se trace imprevidente
Deixando no abandono qualquer ninho
Aonde e com certeza me avizinho
Eu sigo o que se possa ser ausente,
Medonha face expondo a solidão
E nela cada passo em estação
Diversa se anuncia em queda e medo,
Do tanto que já pus e não coubera
A solidão expressa esta pantera
E nela tão somente este degredo.

44

Há muito o que fazer e não consigo
Somente o quanto vivo em mansidão
Ainda poderia em expressão
Diversa transformar dor em abrigo,
E quando na verdade já nem ligo
Os outros caminhares não verão
Sequer o que pudesse no verão
E nisto o meu anseio está contigo,
O prazo determina o fim do sonho
E quando no final me decomponho
Vestígios de quem fora quase humano,
E sendo de tal forma sempre assim
O manto desenhado dentro em mim
Expressa tão somente onde me dano.


45

Jamais acreditei no quanto possa
A vida tão somente em tom diverso
Trazer o quanto quero e não disperso
Pousando o coração além da fossa
A luta se desenha e sendo nossa
No fundo se apresenta em universo
Aonde o meu caminho ora submerso
Ainda com firmeza sempre endossa.
Não tendo esta certeza que buscara
Apenas o caminho em vã seara
Expressa a solidão que já não quis
E sei que deposito em sonho audaz
O tanto quanto possa e nada faz
Seguindo a minha vida por um triz.

46

Levando com certeza a vida assim
Enfrento os terremotos e prossigo
Sem ter sequer quem queira hoje comigo
Não temo a tempestade e vou ao fim,
O quanto poderia dentro em mim
E nisto o meu anseio enquanto abrigo
Apenas do futuro desobrigo
O mundo se acenando de onde eu vim
Vestígios de litígios e de medos
Ainda se presumem os segredos
E neles outros tantos consumindo
O marco mais venal em tom audaz
O manto que em verdade nada traz
Senão este universo agora findo.


47


Crivando em esperanças cada verso
Do tanto que pudera ser em canto
Apenas o que teimo e sei do tanto
Prossigo sem temer o mais disperso
Cenário aonde o todo desconverso
E bebo sem saber o que garanto
Depois de tanto medo em ledo espanto
O manto se puindo em tom perverso
O caos já não permite qualquer passo
E quando no final apenas traço
O verso sem sentido e sem razão
A luta se desfia sem proveito
E quantas vezes tento enquanto deito
Trazer ainda viva esta emoção.

48


Vestindo o meu anseio em tua pele
O tanto quanto pude e não vivesse
O mundo que deveras se tecesse
Ao tanto quanto quero me compele
E vejo que talvez ainda apele
O verso sem sentido onde esquecesse
O marco mais audaz que merecesse
Quem tantas vezes sabe e nos repele,
O lento caminhar em noite vil
O quanto desprazer ora se viu
E o medo do que possa e do que tenho,
Ainda que se veja em desempenho
Diverso o que se molde em consciência
Marcando com terror esta eloquência.

49

Bebendo o que me cabe nesta vida
O lento caminhar não permitira
A sorte que desenha esta mentira
Há tanto noutro engodo presumida,
Martirizando enfim o que duvida
E o tanto sem sentido se retira
E vejo sem proveito a velha mira
Marcando o que se faz e sem saída
Não tento caminhar contra as marés
E sei que na verdade de viés
Olhar se percebendo sem proveito
E quando em tom sutil já nada faço
Apenas do meu mundo cada traço
Expressa a solidão e enfim me deito.


50

Marcasse com brandura o que não veio
E nada mais pudera após o fato
Aonde com certeza o que constato
Traduz somente o tempo em tal receio
O manto se puindo e traz no meio
O velho caminhar onde retrato
Ainda o que se fez mero regato
E agora se produz em tom alheio
Não vejo outro sentido e busco enfim
O quanto se resume dentro em mim
Na sórdida expressão do verso rude,
E quanto mais se quer a liberdade
O passo sem proveito já degrade
E mate o que inda resta e desilude.

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