sábado, 19 de março de 2011

Não me cabe acreditar
Nas torrentes da paixão
Entregando-me ao luar
Dando nó no coração
A vontade de ficar,
Mas a vida diz que não,
Violeiro que sem lar
Faz das ruas seu colchão,
O meu mundo poderia
Noutro rumo mais tranquilo,
Se, porém, sorte é sombria
Neste sonho eu já desfilo
Vou bebendo a poesia
Tanto amor ora destilo.

2

Com saudades de quem fora
Minha deusa e minha vida
A vontade tentadora
Pega já desprevenida
Alma livre e sonhadora
Desfilando na avenida
Noutra senda promissora,
Mas conhece a despedida.
Sabe bem do quanto dói
A saudade que transforma
Este amor tanto corrói
E mudando sempre a forma
Tanto faz quanto destrói,
Traz no peito esta reforma.

3

Já não pude ter nas mãos
Todo amor que se quisera
Entre as pedras, ledos chãos
Outro salto da pantera,
Nossos olhos dizem nãos,
Mas a vida não espera,
Adentrando pelos vãos
Coração se desespera.
Na vontade de sonhar
Ou no medo de quem tenta
Com os sonhos no luar
Enfrentar qualquer tormenta,
Mas se a vida cultivar
A colheita me alimenta.

4

Hoje vejo quem outrora
Não pudera imaginar
Quando a sorte se apavora
Nada fica no lugar,
Este amor que não tem hora
Só desejos de te amar,
Alimenta e me devora
E não deixa descansar,
Tempo inteiro este alvoroço
Não consigo ver além,
Fosse velho, fosse moço
Meu amor sendo de alguém
Atolado até pescoço
A saudade sempre vem.

5


Não me deixes; por favor,
Tanto peço quanto imploro
Nas entranhas deste amor
Com certeza eu me demoro,
Na verdade o sonhador
Que o caminho hoje eu decoro
Vou buscando o redentor
Porto aonde o barco ancoro,
Não me sinto solitário
Se eu te tenho, junto a mim
Um amor que é solidário
Dominando até o fim,
Faz do sonho itinerário
Acendendo este estopim.

6

Se eu bebesse da saudade
Mais um gole com certeza
Tanto sonho que degrade
Prometendo outra leveza
Superando a velha grade
Vicejando a natureza
Com o canto que me agrade
Clareando a fortaleza
Deste peito que já sonha
Com aquela que ele quer,
Na vontade ele proponha
Os anseios da mulher
Numa sorte mais risonha
Seja lá como puder.

7


Resolver esta questão
É decerto o que mais quero
Outros dias que virão
Num momento onde sincero
Vou cobrindo a solidão
Com o amor que sempre espero
Nas cordas do violão
A vontade hoje tempero,
Mato o medo do futuro
E vicejo o meu presente
O meu mundo eu asseguro
Nele amor além se invente,
Cultivando num chão duro,
Vou cevando esta semente.



8

Do passado dolorido
Já não vejo nem sinais,
Outro mundo resumido
Em momentos magistrais
Meu caminho percorrido
Entre tantos e outros mais
Vou agora resolvido,
Não te deixo; amor, jamais.
Nas janelas da vontade
Emoção traz esperança
Com o olhar felicidade
Minha vida agora avança
E percorre esta cidade
Com certeza e confiança.

9

Mas durante muitos anos
Minha vida foi diversa
Entre medos, velhos danos
Coração se desconversa
Sentimentos soberanos
A saudade não dispersa
E a vontade corta os panos
Trama a sorte mais perversa,
Deixo o quanto poderia
E não vejo outro caminho
Numa noite mais sombria
Prosseguira tão sozinho,
Tendo em minha companhia,
Poesia e sonho: um ninho.

10


Sabe tanto sobre a vida
Quem jamais se deu inteiro?
Noutra ponta a despedida
Adubando este canteiro
Na expressão mais dolorida
Aprendendo o jardineiro
A cuidar na sua lida
Com o afeto verdadeiro,
Da viola cada corda
Traz o nome de quem amo,
Quando a sorte se recorda
Renascendo um novo ramo,
A vontade sempre acorda
E outra lua agora eu tramo.


11

Na verdade o quanto possa
A vontade mais audaz
A saudade sendo nossa
Esperança traz a paz?
O que tanto nos adoça
Esta luta mais tenaz
E se enfim o amor apossa
Nada deixa para trás.
O caminho que se abrira
Noutros dias mais diversos
Acendendo então a pira
Incendeia tantos versos
Desta manta cada tira
Traz em si mil universos.

12

Quando via o céu tão claro
Numa noite sertaneja
Este sonho que escancaro
Da maneira quanto seja
Vou tentando o gosto raro
De viver o que deseja
Em teus braços eu me amparo
Alma audaz toma e lateja
Com vontade de ficar
E viver bem junto a ti,
Cada noite a preparar
Novo sonho em frenesi,
E a viola enluarar
Muito mais que eu concebi.

13

Não se entrega quem labuta
Contra a dura solidão
Ouço a voz e desta luta
Novos dias mostrarão
O que tanto esta alma escuta
Dominando esta amplidão,
A saudade sendo astuta
Armadilha o coração.
Nada mais pudesse ter
E vivendo do teu lado
Tanto amor, tanto prazer,
O meu mundo desejado,
Posso enfim reconhecer
Da emoção cada reinado.

14

Das entranhas deste sonho
Encontrei quem tanto eu quis
E se agora o que proponho
Te fará bem mais feliz,
No momento onde me ponho
Bebo mais e peço bis,
Nosso céu bem mais risonho,
Disfarçando a cicatriz,
Devo ter em minhas mãos
As vontades mais audazes
E decerto em claros vãos
Outros dias tu me trazes
Na esperança dos cristãos
Nesta lua feita em fases.

15

Navegando em mar imenso
Tantas vezes eu pensara
No caminho onde compenso
A saudade tão amara,
O meu mundo mesmo tenso
Noutro rumo se prepara
E bebendo me convenço
Da vontade que me ampara.
Noutra sorte tantas vezes
Encontrei o descaminho,
Vou cevando minhas reses,
Mas prossigo tão sozinho,
Esperando alguém há meses,
No vazio eu já me aninho.

16


Se eu pudesse, amor, eu juro
Preparava uma canção
Neste céu demais escuro
Nos teus olhos o clarão
Que decerto ora procuro
Mergulhando na amplidão
Tendo amor onde asseguro
Tanta paz no coração,
Depois disto nada quero
Nem sequer o pensamento
Sendo em ti bem mais sincero
Traz o quanto sonho e tento,
No momento onde te espero
O meu peito aberto ao vento.

17

Já perdi uma esperança
Outra agora, eu quero e trago
Pondo o peso na balança
Em teus braços eu naufrago
Vendo a sorte que não cansa
Este amor sublime e mago
Explodindo agora avança
E promete novo afago,
Onde a vida trouxe afeto
Um sorriso em alegria
Eu decerto me completo
E meu passo mostraria
O cenário predileto
Feito em sonho e fantasia.

18

Toda noite em lua cheia
Dá vontade de voltar
Ao que tanto devaneia
Coração sabendo amar
No caminho onde se anseia
Mergulhando em tal luar
Este encanto diz sereia,
Como é belo o seu cantar!
Vivo a sorte que vier
E não temo o desalento,
Nos desejos da mulher
Meu desejo; agora tento,
Da maneira que puder
Superando o sofrimento.

19


Bate forte o coração
De quem tanto quis a sorte
Outros tempos me trarão
Este sonho que conforte,
Modulando a direção
Desenhando em ti meu norte,
Noutra clara dimensão,
Num amor o meu suporte,
Tanto quis e não ousasse
Na verdade sendo assim,
A saudade se mostrasse
Prometendo então meu fim,
Mas ao ver esta outra face
Mergulhei dentro de mim.

20

Num acorde mais audaz
Ou num passo com firmeza
A saudade não mais traz
Sofrimento em minha mesa
Vou vivendo este tenaz
Caminhar em fortaleza
Vou deixando para trás
Esta luta esta incerteza,
Nada tenho senão isto
E decerto irei contigo,
Deste amor eu não desisto
Já cansei de ser amigo,
Vou provar; amor que existo
Neste rumo em paz prossigo.


21

Não me deixe mais sozinho
Já não posso suportar
O meu mundo em tanto espinho
Não pudesse desenhar
Primavera como um ninho
Que procuro sem parar,
Sentimento mais mesquinho
Toma tudo devagar,
Outro dia não veria
O que agora fosse meu,
Tanta luz em poesia
Que a saudade ora perdeu,
Mas se amor inda viria
Onde foi que se escondeu?


22


Nestas tramas mais audazes
Da saudade e do querer
Ultrapasso tantas fases
E me ponho a perceber
Que decerto até atrases,
Mas não deixes de saber
Deste sonho quando trazes
Um momento de prazer,
Jamais tive em minha vida,
Algo tão belo e sutil,
Outra sorte concebida
Coração não permitiu,
Mas agora esta ferida
No meu peito o tempo abriu.

23

Toda vez que a noite vem
E trazendo a lua ou não,
Recordando desta alguém
Que levou meu coração,
Mergulhando aonde tem
Outro passo em direção
Ao caminho do desdém
Nas entranhas da paixão,
A vontade que floresce
A esperança em primavera
Tanto amor que me enlouquece
Não suporta mais espera
Vou tentando em reza e prece,
E o vazio destempera.

24


Sem lugar onde descanse
O meu mundo mais dorido,
Onde quer que a vida avance
Outro tempo construído
Aguardando nova chance
Neste passo que incontido
Sobre o sonho agora lance
Tanto amor que em ti lapido.
Permitindo ao garimpeiro
Esta gema sem igual,
Cultivando no canteiro
Este amor sensacional,
Que se fosse verdadeiro,
Eu desconhecia o mal.

25


Bebo em ti esta saliva
Do desejo mais cruel,
A vontade nos cativa
E desenha em nós o céu,
A minha alma não se priva
Deste mundo em carrossel,
A saudade sempre viva
Deixa o coração ao léu,
Mas se vejo de repente
Quem já quis e não voltara
Outra lua agora tente
Invadindo em noite clara,
O meu mundo impertinente,
Num abraço em paz se ampara.

26


Vou tentando a melhor sorte
Depois disto que eu vivi
O caminho ora comporte
Todo amor que conheci
Desejando bem mais forte,
O que vejo agora em ti,
Nada mais traçando o norte
Onde a luz eu concebi.
Vejo o brilho deste olhar
E deveras nada cansa,
A vontade de ficar
Outro sonho em esperança
Procurando sem parar
Restaurar a confiança.

27

Não perdendo a direção
Dos meus passos vida afora
Dando corda ao coração
A vontade me devora,
E bebendo a solidão
Quantas vezes vejo esta hora
Numa imensa dimensão,
Tanto tempo ela demora,
Vejo a vida como um dia
Eu pudesse caminhar
Contra toda esta agonia
De saber e não tocar,
Noutro sonho em alegria
Sem temores mergulhar.

28


Não me canso de saber
Do que tanto pude e nada
Da vontade e do prazer
Dominando esta sacada,
Nos teus olhos posso ver
Esta rua iluminada
Pelas tramas do querer
Na esperança desejada,
Mas o medo me atormenta
E se tanto eu quis e quero
Ao vencer cada tormenta,
O momento mais sincero
Com ternura me alimenta
Traz o tanto quanto espero.

29


Jamais soube do vazio
Onde amor faz sua festa
E se tanto eu desafio
O momento que me resta,
Na correnteza do rio
O caminho que se empresta
Traz nos olhos rodopio
Aproveita qualquer fresta.
Na verdade o que se quer
É trazer a solução
Sem saber medo sequer
Entregando ao coração
O carinho que vier,
Dominando esta amplidão.

30


Mas pudesse pelo menos
Ter o sonho e crer possível
Novos dias mais amenos,
Esperança noutro nível
E depois destes venenos
O que pensava invencível
Traz nos olhos medos plenos
E se mostra perecível,
Já cansado desta luta
Que decerto não suporta
A vontade não discuta
Arrombando logo a porta,
A saudade em força bruta
Todo sonho enfim aborta.



31

Nada mais eu permitisse
Da saudade tão atroz
No momento onde medisse
A esperança em rude voz,
Outro amor, nova tolice,
Continua o mesmo algoz,
Esperança uma crendice
Que permite falsos nós,
Nada tenho do passado
No futuro não terei,
Coração apaixonado
Quis um dia ser o rei,
Mas agora abandonado
Diz do quanto enfim errei.

32

Não sabendo do que pude
Desenhar em sonho vago,
A vontade tanto ilude
Quanto o tempo que eu a trago,
Deixo atrás a juventude
No vazio ora me alago,
Outro passo em atitude
Procurando algum afago.
Mas bem sei que nada vale
Quem se fez um sonhador,
A saudade traz o xale
Quando faz tanto calor,
E se possa e me avassale
As tormentas de um amor.

33

Não pudesse ter comigo
Quem tentei e nunca veio
Cada passo outro perigo,
Na vontade em puro anseio
Todo sonho que persigo
Produzindo em devaneio
O que seja desabrigo
E provoque este receio
De uma vida sem sentido
De um momento mais cruel
Onde tanto dilapido
Da esperança inteiro o céu,
Vejo o quanto descumprido
Desta vida, o seu papel.

34

Nada mais pudesse enquanto
Outro dia não raiasse
Na verdade o que garanto
Noutro prumo e desenlace
Poderia ser o canto
Onde o mundo se mostrasse
Em ternura, raro encanto,
Desenhando esta outra face,
Navegando contra a fúria
Das marés cedo eu me canso
E sem ter sequer lamúria
No final eu nada alcanço,
Quem se veja em tal penúria
Busca ao menos um remanso.

35

Na sarjeta da esperança
Encontrei o descaminho
Sem amor sem aliança
Sigo sempre tão sozinho,
Coração traz por vingança
Onde quer e já me aninho
Quem decerto ali se lança
Enfrentando a dor e espinho
Sabe bem do que se quer
E não deixa na promessa
O desejo da mulher
Quando a vida não tropeça
E se tanto isto puder
Não vê nada que o impeça.

36


Vendo a sombra do que somos
E do tempo onde passei
Nas estrelas nunca fomos,
No teu reino não fui rei,
Não provasse destes pomos
Quantas vezes; procurei
A saudade traz os gomos,
Nunca mais me esquecerei?
O futuro não existe?
Ou talvez quem sabe a vida
Saiba ser deveras triste
E prepara em despedida
Só pra ver se alguém persiste
Nesta estrada dolorida.

37


Aprendendo desde cedo
Com o medo e a solidão,
Tanto sonho que concedo
Às loucuras da paixão,
Noutro tempo sem segredo
Enfrentando a tentação
De viver em desenredo,
Sem ter rumo ou previsão.
Loucamente vejo a sorte
Afastando-se de mim,
Sem ter quem ora conforte
Vou chegando mesmo ao fim,
A saudade traz o corte
No meu peito faz motim…

38


Das rotinas desta vida
Este amor foi a melhor
A certeza consumida
Nas vontades do suor,
Ao provar esta bebida
O caminho eu sei de cor,
No que possa esta avenida
Desfilar em tom maior
Outro enredo que não esse,
E se tanto isto viesse
O meu mundo obedecesse
Com certeza a bela messe
E deveras se esquecesse
Tendo amor que já merece.

39

Esperança volta e toma
O que fora uma ilusão,
Na verdade busco a soma
Minha multiplicação,
A vontade quando doma
Toma toda a dimensão,
Como fosse um doce coma
A tramóia da paixão,
Não deixando descansar,
Mas trazendo este momento
Onde entrego-me ao luar
E bebendo o manso vento,
Aprendendo a navegar
Neste encanto que alimento.

40

Na certeza de outro dia
Um momento derradeiro,
Outro sonho se veria,
Coração de violeiro
Vive em plena fantasia
E decerto eu já me inteiro
Do que possa esta alegria
Sendo amor o jardineiro,
Primavera renascendo
Noutra forma mais sutil
O meu mundo fora horrendo
O meu canto não se ouviu,
Mas agora; amor, o entendo
Tão atroz quanto gentil.


41

Mas mudando de endereço
Novo tempo agora versa
E sem ter qualquer tropeço
A verdade desconversa,
Encontrando o que mereço
Noutro tom a voz dispersa
Vendo enfim este adereço
Emoção em luz diversa,
Do passado nada resta
Nem sequer o que gerasse
Noutro rumo em noite infesta
O que fosse algum impasse,
Preparando para a festa
Que este amor tanto tramasse.

42

E nunca acreditava
Nas torrentes da emoção
Ao saber da sorte escrava
Da terrível solidão,
Hoje enfim enfrenta a lava
E adentrando no vulcão
Sabe bem onde encontrava
Tanta luz no coração,
E vencendo o que se fez
Em temor ou mesmo em mágoa
Noutro rumo em lucidez,
Nos teus braços já deságua
E percebe como vês
Neste olhar a imensa frágua.

43


Ao abrir belo horizonte
Depois desta tempestade
Onde quer que o sonho aponte
Nada mais me desagrade,
Ultrapasso e trago a fonte
Onde venço esta saudade
No caminho vejo a ponte
Que me leve à liberdade,
Nada mais se vendo após
Uma queda costumeira,
Nos teus braços, nossos nós
A verdade não se esgueira
E sabendo mais veloz
Esperança que se queira.

44


Bebo em boca mais suave
Delicada forma e vivo
O caminho sem entrave
E de ti serei cativo?
Na verdade nada agrave
Nem se faça lenitivo,
Meu amor se faz uma ave
Libertário sonho altivo,
Alivia quem se fez
Em tormento no passado
Apresenta em solidez
O momento desejado,
E decerto agora crês
Neste canto enamorado.

45

E juntando o que viera
Com o tanto que inda vem
A verdade mais sincera
Não traduz nenhum desdém
E se tanto já se espera
O que tanto agora vem
O meu mundo se tempera
Coração gigante, trem,
Invadindo o meu futuro
Sem temer o que virá
Neste passo eu asseguro
O que tanto sei e já
Mesmo o mundo sendo escuro,
Meu caminho brilhará.

46


Nos acordes da viola
O que tanto digo a ti,
Este sonho que me assola
Diz do quanto mereci,
Pois amor entrou de sola
E deveras pressenti
Trago a lua na sacola,
Muito mais que mereci.
Toco estrelas com os dedos
Vago em noite sem igual
Deste encanto sei segredos
Num momento magistral,
Nesta luz os meus enredos,
Já não sabem qualquer mal.

47


Sonhador? Um trovador
Ou quem sabe um repentista
Que buscando num amor
Tudo aquilo que se avista
Numa noite em esplendor
Sendo o sonho um grande artista
E no canto o refletor
Que deveras tudo assista,
Verso e tento com meu canto
Renovar esta aliança
O meu passo; em ti, garanto
Minha sorte então se lança
Esquecendo dor e pranto,
Promovendo esta mudança.

48


Bate forte no meu peito
Num batuque que ritmado
Traz o sonho quando deito
Nada fala do passado,
Outro encanto sendo feito
Num cordel assonetado,
Meu caminho eu sei direito
Mostra o quanto em luz invado,
Inalando o teu perfume,
Rosa bela no jardim,
Tanto bem que me acostume,
Transformando tudo em mim,
Nos teus olhos o meu lume
Nada diz da dor que eu vim.

49


Sem perder um só momento
Um segundo vale tanto,
Outro mar que agora invento
Com ternura ora garanto,
Ao sentir bem mais atento
O que quero e não espanto,
Entregando ao forte vento
Sem saber qualquer quebranto,
Navegando com certeza
Enfrentando estas marés,
Neste amor a realeza
Fortaleza sem galés
E deveras sem surpresa
Sei querida quem tu és.

50

Encerrando este cordel
Trago o peito sempre aberto
Percorrendo o imenso céu,
A saudade ora deserto,
E cumprindo o seu papel
O meu mundo já desperto
Caminhando em carrossel
Encontrando o rumo certo,
Sem saber do sofrimento
E tampouco do passado,
Outro dia agora invento
E decerto em paz eu brado,
Percorrendo o pensamento
Um caminho apaixonado.

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