domingo, 14 de agosto de 2011

14/08/2011

O meu tempo não sabia
Quanto tempo, o tempo tem
E se possa em agonia
Presumir o teu desdém
A saudade colheria
O que nunca fora um bem
Mero sonho ou fantasia
Que deveras não convém.
Reunindo cada engodo
Onde a sorte em desengano
Traz apenas cada rodo
Transmudado todo o plano
E se possa neste todo
O caminho onde me dano.

2

Já não vejo qualquer luz
Nem matizes mais diversos
Onde o tanto reproduz
A loucura destes versos
O momento que seduz
A esperança em tons perversos
Meu cenário não faz jus
Aos anseios e universos,
Resumindo cada fato
No que possa a velha imagem
Todo o encanto que constato,
Traduzindo tal paragem
Da alegria um vão retrato
Nada trago na bagagem.

3

Esperasse um pouco mais
E pudesse ser feliz
O caminho contradiz
Entre tantos vendavais.
Ou deveras desiguais
Os momentos onde fiz
O meu verso em cicatriz
E decerto hoje é jamais.
O meu passo noutro rumo
Já não vejo o que resumo
Nesta suma impertinência
Nada sinto desde quando
O meu tempo desabando
No passado, incontinência.

4

Quero a sorte mais discreta
Ou talvez já nem mais reste
O momento onde celeste
A minha alma em paz repleta,
A verdade se completa
No que tanto ora me deste
E gerando o solo agreste
Tenho a lua como meta,
Aprendendo novamente
Quando o sonho, imprevidente
Não me trouxe sequer paz,
Avenidas da esperança
Onde o canto ora me alcança
E o vazio sempre traz.


5

Esperara o quanto vejo
Do caminho sem sentido
O meu sonho mais andejo
Onde o todo dilapido
Resumindo este desejo
No momento aonde agrido
O passado e assim dardejo
Contra o todo em vago olvido,
Restituis cada delírio
E moldando este martírio
Na esperança mais feroz,
Já não pude e nem tentara
Noutro rumo, esta seara
Da alegria, morta foz.

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