EM MINHAS DOCAS
Vieste navegante em minhas docas,
Tomando qual pirata o sentimento.
Nas bocas que se beijam, lábios, trocas,
E as pernas se misturam, mar e vento.
Adentro teus caminhos, doces tocas,
Em chuvas de carinho e de tormento.
Nas pedras, perdas, ganhos, furnas, locas,
A cada novo instante, açodamento.
Viemos das senzalas dos sertões,
Viemos da alegria apodrecida.
Atrás das sacristias, dos sermões,
Das ruas madrugadas canibais,
Por isso nossa sorte aparecida
Nas ondas e bordéis, nas marginais...
MARCOS LOURES
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