AS CARTAS...
Inda guardo as cartas
Mapas de um amor
Mesmo amareladas
São testemunhas vivas
Do quanto foste minha.
Cartas perfumadas
Jogadas na gaveta
Remontam ao passado
Aonde fomos livres
Libertos das algemas
Dos medos e das tramas.
Saúdam a saudade,
Emolduram tua face
Sem disfarces, sem mentiras.
Podaste nossos sonhos,
Mesmo que enfadonhos
Fados prometiam,
Fartas serventias
Falsas ventanias
Frágeis liberdades.
Cartas, cortes, curvas,
Crepúsculos, ósculos,
Músculos e máscaras.
Caras palavras
Caras diversas,
Dispersas palavras.
Algozes promessas
E festas depois,
Frestas abertas,
Matando nós dois...
MARCOS LOURES
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