quarta-feira, 8 de agosto de 2012

MINHAS NOITES DE NEON

MINHAS NOITES DE NEON

Se queres minhas chamas ou delitos
Não temas minhas noites de neon.
Eu não vou querer a porta aberta
Apenas nunca troque a fechadura
As chaves que se encontram nestas pencas
Se não servirem pelo menos adivinho.
Mas vou mergulhar apenas na lagoa
Que se remansa e nega tsunamis.
Arames farpados no caminho
São travas que não quero suplantar.
Tanta coisa acumulada pela vida
Nem menos eu consigo me esconder
Os escombros não permitem mais a vista
Revista e desisto deste muro.
Escuro que não posso suplantar.
Agora, minhas noites de neon, de dança
De promessas e primícias, são farsas
Que não faros nem tu faras, apenas não consigo farejar.
Se seios ou não sei-os, os receios não cabem
A quem sabe navegar.
Amada vem que a lua se promete
Remete ao meu sertão, à vaquejada e,
Apara quem tão clara e raramente
Se sente com vontade de voar.
Não pio nem meu ópio é contrasenso
Imerso em mim mesmo, não me curo.
Se atípico, afásico ou afísico
Sou tísico e não quero mais a noite
Que não seja simples noite de neon...

MARCOS LOURES

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