segunda-feira, 6 de agosto de 2012

TEU COLIBRI

TEU COLIBRI

De minha inspiração tristeza e sonho
Das horas que passamos, de tão puras,
Vivendo nosso amor que sei risonho,
Embora em tantas noites mais escuras
Encantos e desejos que se tocam,
Sabendo que virão as desventuras,
Amores nos amores se retocam
Nos salvam destas mágoas, amarguras...
Agruras deste amor que me tomava
Entre verdades tolas e receios,
Ao mesmo tempo em que tocava
A maciez gentil destes teus seios...
Aurora em maravilha transportava
Clarão do novo dia que sonhei,
Ao ver a criatura imaginava
Em quanta fantasia me esbaldei...
Quem sonha não revela os seus segredos
Transborda em tantas formas de prazer.
Não quero mais viver os velhos medos,
Apenas o teu corpo percorrer
Sagaz e mais gentil explorador
Sabendo decorar os arvoredos,
Das matas em delícia deste amor,
Vivendo em fanatismo teus enredos...
Quem dera não tivesse tal tristeza
Que sempre me invadindo não me larga,
Cabendo nesse mundo a fortaleza
Que impede nossa vida tão amarga.
Eu quero desvendar essa beleza
Envolta nos teus rumos e paragens,
Não sei se mais terei essa certeza
Que traz em nossas vidas as roupagens
Decerto me protejo nos meus versos
Envoltos nesta capa de ilusão,
Contando tantos sonhos adversos
Protejo dessa dor meu coração,
Assumo por caminhos mais diversos,
O medo de viver em solidão,
Sabendo que terei os universos
Que trazes com a força do perdão...
Amada não me deixe assim tão só,
A vida não será mais este lago
Da mansidão perfeita, laço e nó
Que sempre determina o teu afago,
Amada eu te implorando santa dó
De quem sempre viveu sem ter ninguém
De quem jamais saiu do imenso pó
E vive na esperança desse bem...
Querida não desejo a liberdade
Envolta nos delírios mais ferozes,
Talvez possa me dar a claridade
Que sempre me protege das atrozes
Garras inerentes da saudade
Vagando tanto tempo nos teus braços,
Aguardo tolamente tal verdade
Que impedirá a vida dos cansaços...
Não deixe que o amor seja atingido
Por tantas heresias e penumbras,
De todo grande amor, maior sentido,
São cores e desejos que vislumbras
Ao fim de tanto tempo sem olvido,
Querida não me traga tantas garras
Não quero mais amor tão mal vivido
Nos medos e nas teias, nas amarras,
Que sempre dominaram nossas vidas.
Agora, neste outono em que me vejo,
As horas não seriam tão compridas
Se fosse realizado esse desejo
De termos nossas sortes já cumpridas,
Na fonte que não seca, manso beijo,
Nas nossas horas todas tão queridas,
Porquanto tanto luto assim, pelejo!
Venha pelas sendas mais bonitas
De todos os caminhos, minha rosa,
De todo o mal da vida, não permitas,
Que a dor sempre te engane pois, vaidosa
Não vê que se desaba tudo aqui
Nas asas machucadas e feridas,
Nas noites mal passadas e sofridas
Dum pobre sonhador, teu colibri....

MARCOS LOURES

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