CORTANDO
Cortando, penetrando devagar,
Gerando as dores tantas que ora trago,
Vivesse pelo menos algum trago
Do quanto quis e nunca soube dar,
Percebo em vagas luzes o luar
Que outrora fora imenso, doce e mago,
Se os olhos no passado ainda trago,
Talvez seja preciso repensar
E ver que sempre existe algum futuro
Mesmo que nos pareça mais escuro
Ou tanto dolorido que não possa
Servir como parâmetro preciso,
Mas quando a dor invade sem aviso
Irônica ilusão transborda em troça.
MARCOS LOURES
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