sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

INSÂNIA


INSÂNIA...


Negar uma existência feita em luta,
Depositando em vão cada tormento
Cerzindo com a insânia de algum vento,
O quanto se deseja e se desfruta,

Porquanto na verdade a sorte astuta
Depreciando o tempo quando o tento,
Sem contratempo sigo, e quando invento,
O gozo se apresenta e não reluta...

Mas sinto esta expressão feita em loucura,
Meu verso sem perdão tanto procura
E andássemos, talvez, noutro espetáculo,

Desnudos companheiros noite afora,
Corcel bebe a pantera que o devora,
E sinto em minha pele, este tentáculo...

MARCOS LOURES

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