MINHA ALMA
Minha alma, velha pária sem repouso,
Esgueira-se entre as pedras das calçadas.
Um sonho mais audaz; por vezes, ouso,
Porém as minhas pernas, tão cansadas.
O pensamento vaga entre ladeiras,
Estúpido poeta; quis amores,
As dores tão comuns e costumeiras
Enquanto os sonhos são frágeis atores...
Procuro na sarjeta algum recanto,
Aonde repousar minha alma inerme,
Até as ratazanas, desencanto,
Expulsam tal espectro, amaro verme...
Só me restam as águas poluídas
E as velhas ilusões apodrecidas...
MARCOS LOURES
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