quarta-feira, 28 de setembro de 2011

ALEGORIA SOBRE VERSOS DE T.S.ELLIOT

ALEGORIA SOBRE VERSOS DE T.S.ELLIOT
“Até sermos acordados por vozes humanas. E nos afogarmos.”
T. S. ELLIOT.

Até quando pudéssemos dormir
E ter a sensação de liberdade
Além deste terror que agora invade
O pouso libertário no porvir,

Vencer o medo e quando prosseguir
Além deste terror da ansiedade,
Gerando no meu peito a claridade,
Quem dera se pudesse resistir,

Vagando pelo sonho mundos tais
Distante dos terríveis usuais
Seguindo tanto além do encanto fero.

Mas quando a voz humana se aproxima,
Mudando no momento paz e clima,
Afogo-me acordando e desespero.


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Ao vê-la cavalgando rumo à paz
Que tanto procurara inutilmente
Vencendo o que pudesse num repente
Depois deste vazio, sou capaz

De crer no quanto mesmo satisfaz
Deveras pacifico minha mente
E sendo por demais tanto descrente
O verso se mostrasse mais mordaz

Não pude discernir luz o bastante
E vago nesta insânia de um instante
Mortificante luz ora inebria,

Cavalgas rumo ao quanto imaginara
Em solidez brumosa, porém clara
Versão do que já fora tão sombria.

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Tardamos ao sentir o mar feroz
E tendo como praia a certidão
Da vastidão soberba em negação
Aonde poderia crer em foz?

Se tanto faz de sou ou não atroz
O peso se mostrando em solidão
O quadro vaga em nova direção
E ninguém ouviria a minha voz.

Amordaçado sonho dita o quanto
Gerara dentro em mim tal desencanto
Nublada esta manhã que tu me deste,

Cevando uma esperança em vil mortalha
A cada intento a lavra falha,
O quanto deste solo é tão agreste.

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Junto às ondas severas deste mar,
Nas conchas e nas algas, luzes várias
Portanto quando tanto temerárias
Temesse a solidão num vão vagar.

Esgares da manhã em tom solar,
As sortes sempre foram procelárias
E o quanto das estâncias temporárias
Aonde poderia navegar?

As serpentes marinhas traduzindo
O quanto se fez treva em mar infindo
Vestígios do passado mais presentes,

Mas sei quanto é preciso ter nas mãos,
Olhares que julgasse outrora vãos
Mas tanto quanto podes tu pressentes.


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Tardando sobre vagas ondas, mares
Pudesse discernir claras estâncias
Aonde por maiores as distâncias
Diversos os caminhos navegares,

Ao menos se tivessem mais luares
Talvez já não houvesse discrepâncias
Nem mesmo quando tantas as vacâncias
Dos sonhos em dispersos exaltares;

Acordo deste sonho, a voz altiva
Dizendo da penumbra esta água-viva
Que tanto percebera em claridade,

Nefasta sombra dita o meu presente
E quando a solidez maior ausente,
Apenas o terror do ser me invade.

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Abrindo sobre as águas claros vãos
O vento ao invadir sonhos diversos
Traçando com terror os tantos versos
Mundanas vagas tomam velhos grãos

Gerando do final sombrios nãos
Aonde se pudessem universos,
E quando mais atrozes e dispersos
Mais fortes punitivas outras mãos.

Penteio crinas vastas do oceano
Quando cavalgo sonhos entre tantos
E sendo tão comuns os desencantos,

Reflui dentro de mim o mesmo engano
Gestado pelo canto da sereia
Que tanto amaldiçoa e me incendeia.


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Sereias entoando doces cantos
Somente para tantas outras tais
E quando as sinto assim em magistrais
Delírios pelas ânsias dos encantos

Percebo que deveras noutros tantos
Momentos sem parâmetros iguais
Cavalgam sobre as ondas e imortais
Expressam fossem crinas alvos mantos.

Abrindo seus clarões expressam ventos
E tomam com ternura os pensamentos
Dos sonhos mais audazes, soberanas

Reinando sobre mares, seus segredos
Eternos e supremos tais enredos
Até que ouço no fim, vozes humanas.



8


Sou obtuso, idiota ou mesmo quase;
Envelhecido, andando com prudência
Aconselho, sugiro uma assistência,
Na derrocada, esta última e vã fase.

E quando a realidade se descase
Respeitoso, deveras com clemência
Ao mesmo tempo em tola penitência
Por mais que a fantasia já se atrase,

Meticulosamente, sou político
E quando se mostrasse em analítico
Desejo sobre as ondas mares tantos,

Aforismos diversos, iludido,
Percebo que deveras vou perdido,
Alheios aos mais sublimes dos encantos.

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