INEBRIANTE
O vinho que inebria quem anseia
Vencer os mais diversos medos, traz
Palavra sem sentido ou mesmo audaz
Negando a lua quando a vejo; cheia,
E sigo cada passo onde rodeia
A fúria costumeira e tão tenaz,
O quando se quisera deixo atrás
E o medo assegurando a firme teia.
Levado pelo ocaso de que busca
Pousar noutro infinito e sei que brusca
Vontade não traria a paz que almejo.
Ameaçado apenas pelo esgoto,
O tempo necessário, atroz e roto,
Meu fim anunciado a cada ensejo...
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