sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

VOLÚVEL.

VOLÚVEL.

Eu sou volúvel, ágil, inconstante,
voraz felino à caça d’aventuras,
andejo pelas noites, mesmo escuras,
buscando o quente beijo d’outra amante.

Eu busco o fogo ardente a cada instante
que em mim desperte ânsias de loucuras,
mas sou tão teu, se acaso me procuras,
escravo de teu corpo provocante.

Sou inconstante, sim! Felino audaz
que andeja pelo mundo sem destino,
um predador que busca a tenra caça.

Mas nada a mim melhor me satisfaz
nem mata a ânsia deste vil felino
do que esse corpo teu que o meu devassa.

Edir Pina de Barros

Durante esta caçada o que procuro
Vagando entre diversas ilusões,
E quando noutro instante me propões
Ao mesmo tempo busco o mais seguro.

Ainda quando tento e configuro
As velhas e insensatas estações
Vestígio do que estamos nos porões.
E o verso se desenha onde emolduro,

Não quero e nem pudesse ser assim,
O mundo se anuncia e sei que o fim
Talvez inda pudesse ser bem mais

Que os tantos e diversos caminhares
Aonde se tentara em tais lugares
Lutar sem mais sentir sequer o fim.

Marcos Loures

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