Eu vejo a tua sombra na janela
Aberta da ilusão em filigrana,
Precedem minha dor cotidiana
Limpando uma poeira na flanela
Do tempo que se mostra e me revela.
Ao mesmo tempo, sonsa, ela me engana,
E neste paladar a vida atrela
O resto que não foi, dor soberana...
Dançando mil imagens: sombras, luzes,
Recebo o teu olhar qual foice e faca.
Dizer o quanto eu te amo não aplaca,
Apenas ameniza as duras cruzes
Que do outro lado vejo em lusco fusco,
O amor que da janela, quieto, busco...
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