O velho canarinho que tentava
Cantar o seu lamento sertanejo,
Depois de certo tempo reparava
Quanto era ultrapassado cada arpejo
Que o pobre sem saber que só piava,
Servia de piada sem ter pejo.
O nobre rouxinol quando cantava
Negava ou falseava o seu desejo.
Qual fora um repentista caipira,
Também imaginei que a bela lua
Gostasse do cantar em serenata.
Que ledo engano; a Terra sempre gira
E a vida que pra frente continua,
Expulsa o canarinho para a mata...
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